segunda-feira, 7 de julho de 2014

França: TERÁ SARKOZY ENCONTRADO O SEU WATERLOO?



Flávio Aguiar – Carta Maior, colunistas

O ex-presidente Nicolás Sarkozy foi indiciado em investigação judicial, acusado de tentativa de suborno e abuso de poder, junto com seu advogado Thiery Herzog e mais um juiz francês. A acusação se refere à investigação sobre o financiamento de sua campanha de 2007, quando ele teria recebido contribuições secretas, até mesmo do ex-presidente líbio Muhammar Ghadaffi. Sarkozy e seu advogado teriam, segundo a acusação, tentado subornar o juiz encarregado daquele caso em troca de obtenção de um posto elevado na carreira.

Sarkozy foi detido pela polícia durante 15 horas e levado à presença do juiz encarregado desta nova investigação para interrogatório. Terminado este, o juiz decidiu que havia elementos suficientes para abrir a investigação oficial. As condenações, caso os réus sejam de fato processados e considerados culpados, podem chegar a dez anos de prisão.

O processo é um golpe político duro para o ex-presidente, que vinha preparando seu retorno à política, possivelmente candidatando-se à sucessão de François Hollande. A popularidade deste está em baixa, e, por outro lado, não surgiu nenhuma liderança capaz de sobrepor-se à do ex-presidente no seu partido, UMP – União por um Movimento Popular – fundado em 2002 com a fusão de correntes de direita e centro-direita.

Com a ascensão da Frente Nacional, de extrema-direita, e de sua líder, Marine Le Pen, no cenário político francês, Sarkozy vinha fomentando a ideia de ser ele o único político capaz de se contrapor a esta verdadeira “ameaça”. Que Marine Le Pen e sua FN sejam uma ameaça, todos – exceto, naturalmente, seus partidários e simpatizantes em outros países – concordam. Inclusive este articulista.

Marine Le Pen e seu pai – o controverso fundador da FN, Jean-Marie Le Pen – acabam de tomar posse como deputados no Parlamento Europeu, e são reputados os líderes mais fortes do possível bloco de extrema-direita, formado pelos chamados anti-União Europeia e eurocéticos, em Estrasburgo, sede do Legislativo continental. Já marcaram presença na terça-feira, data da posse da nova legislatura, permanecendo sentados, enquanto os demais se levantavam, durante a execução da peça musical “Ode ao Júbilo”, de Ludwig van Beethoven. Outros membros da extrema-direita europeia se levantaram, mas deram as costas para o assento da presidência da casa.

Se a eleição francesa fosse hoje, é possível que Sarkozy ou outro candidato de direita chegasse ao segundo turno, para disputá-lo com Marine Le Pen, eliminando François Hollande. E faz parte da campanha pró-Sarkozy, que teria de reconquistar a liderança da UMP, a ideia de que qualquer outra candidatura, inclusive de seu partido, seria derrotada por ela.

Agora o embrulho do pacote ganhou um novo nó. Tudo pode depender da recuperação do atual presidente nas intenções de voto.

Um outro componente que vem sendo apontado em análises mais recentes é o de que o caso representa um aperto no cerco da polícia e da receita fiscal de nações europeias sobre o financiamento irregular de campanhas eleitorais. A campanha de Sarkozy de 2012 também está sob investigação, embora nada de suspeito tenha sido levantado até o momento. Neste tipo de investigação a novidade foi a decisão de deter o ex-presidente e de levá-lo, digamos, “à força” até a presença do juiz.

Até então, como seguidamente aconteceu, por exemplo, no caso das acusações e até condenação de Silvio Berlusconi, na Itália, o procedimento era de intimar o acusado ou investigado e aguardar seu comparecimento espontâneo.

Por esta razão, Sarkozy alega que o procedimento e as acusações contra ele têm mais fundamento político do que jurídico, e nega ser culpado.

De todo modo, mesmo que no fim não seja condenado, o episódio pode marcar o Waterloo político do ex-presidente.

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No futebol, há mais teias do que aranhas no sótão. Estas, em geral, estão na sala principal, querendo influenciar resultados. Ou nos socavões das máfias das apostas, em cujas bolsas de aposta tudo, desde o resultado final até quem vai fazer tais e quais gols em tal e qual momento.

A postura dos acionistas é uma reação ao que consideram intervenções do governo nas empresas estatais, que prejudicam a rentabilidade das suas ações. Por Igor Felippe, do Escrevinhador.

O Brasil será autossuficiente em petróleo a partir do ano que vem e a empresa iniciará um período virtuoso marcado pelo aumento de sua produção.

OS REPUBLICANOS QUE QUEREM A MONARQUIA EM ESPANHA



Pedro d´Anunciação. – Sol, opinião

Que os espanhóis prefiram Monarquia, República ou juancarlismo (esperando que Felipe VI seja a sua continuação) em Espanha, é lá com eles, e todos terão as suas razões.

O que me espanta é ver republicanos portugueses fascinados com a Monarquia em Espanha, e criticarem lá as manifestações republicanas. A esses, venho lembrar uma coisa: já não falo dos custos da Monarquia (o que num país com as caríssimas mordomias politicas que nós temos, sem equivalência no Ocidente, nem deve impressionar muito); saliento apenas notícias que vi na imprensa espanhola, sobre o empenho do primeiro-ministro Rajoy e do Rei Juan Carlos (ele mantém o título) em 2 aspectos: garantir-lhe um estatuto digno e economicamente compensado, e uma lei que lhe mantenha a imunidade judicial. E como eu compreendo bem estas preocupações. Ou já se esqueceram que antes de Espanha se escandalizar com os negócios do genríssimo duque de Palma, o próprio Rei surgira em notícias rapidamente abafadas mas nunca desmentidas nos negócios fraudulentos de Mário Conde, Javier de la Rosa e Cólon de Carvajal? Só para falar em alguns que, se fossem desenterrados, talvez o levassem à pildra. Sem falar nos presentes caríssimos e não públicos que ele recebeu, ao arrepio do que acontece com qualquer chefe de Estado europeu, Rei ou Presidente.

Mas a página passou, e é um novo Rei de Espanha, ainda com muitos amigos pessoais portugueses, que cá vem passear e caçar, que recebemos hoje oficialmente em Portugal.

Foto: EPA/Alessandro Bianch

Lisboa: Visita dos reis de Espanha terminou após encontro com Passos




Os reis de Espanha, Felipe VI e Letizia, foram hoje recebidos pela presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, e pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, terminando cerca das 17:40 a visita oficial a Portugal.

Os monarcas espanhóis chegaram à Assembleia da República pelas 16:30 com cerca de uma hora de atraso face ao previsto, vindos do almoço oferecido pelo Presidente da República, Cavaco Silva, no Palácio de Queluz.

Foram recebidos pela presidente da Assembleia da República na escadaria do parlamento, e, já junto aos claustros exteriores, receberam honras militares por um pelotão da Guarda Nacional Republicana.

Os reis de Espanha e Assunção Esteves dirigiram-se para a sala de visitas da presidência da Assembleia, onde aguardavam os vice-presidentes da Assembleia da República, os presidentes dos grupos parlamentares, o presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, o presidente da comissão de Assuntos Europeus, os secretários da mesa da Assembleia e o presidente do grupo-parlamentar de Amizade Portugal Espanha.

Após assinarem o livro de honra e conversarem com Assunção Esteves, os reis de Espanha foram ao plenário do parlamento e viram parte da exposição "O nascimento de uma democracia", nos Passos Perdidos.

Felipe VI e Letizia viram a parte da exposição dedicada aos direitos conquistados com a revolução do 25 de Abril, ouvindo explicações por parte de Assunção Esteves.

Os reis de Espanha seguiram depois para a residência oficial do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no Palácio de São Bento, onde foram recebidos pelo chefe do Governo português e a mulher, Laura Ferreira.

O chefe de Estado espanhol e o primeiro-ministro português reuniram-se no interior do palácio, tendo a visita dos reis de Espanha terminado com uma ida aos jardins, na qual Passos Coelho e Felipe VI conversaram durante cerca de cinco minutos.

Durante o mesmo período, a rainha Letizia e a mulher de Passos Coelho conversaram igualmente.

Os dois casais avançaram alguns passos para se aproximarem dos repórteres de imagem e posaram para as fotografias.

Lusa, Notícias ao Minuto

Passos Coelho visita Sri Lanka antes da cimeira da CPLP em Timor




Lisboa, 07 jul (Lusa) - O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, vai realizar uma visita oficial de um dia ao Sri Lanka, onde visitará projetos da AMI, antes de participar na X Cimeira da CPLP, em Timor-Leste, no dia 23 de julho.

De acordo com informações hoje divulgadas pelo gabinete do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho chegará à capital do Sri Lanka, Colombo, no dia 20 de julho, saindo de lá no dia seguinte para Timor-Leste - onde participará, com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, na X Cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

No Sri Lanka, está previsto que o chefe do executivo PSD/CDS-PP se reúna com o seu homólogo, D. M. Jayaratne, e visite projetos apoiados pela Assistência Médica Internacional (AMI), devendo ser acompanhado nessas visitas pelo presidente desta organização não-governamental, o médico Fernando Nobre.

Segundo o gabinete de Pedro Passos Coelho, esta é a primeira visita oficial de um primeiro-ministro português ao Sri Lanka e inclui ainda a assinatura de um memorando de entendimento entre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a sua congénere cingalesa.

Neste país asiático, que já foi chamado de Ceilão e Taprobana, a AMI presta apoio ao Centro para a Sociedade e Religião, localizado em Colombo, e à Fundação Burgher Sri Lanka-Portugal, em Batticaloa, uma zona afetada pelo tsunami de dezembro de 2004, onde vivem lusodescendentes integrantes da comunidade Burgher.

Segundo a página da AMI na Internet, o Centro para a Sociedade e Religião procura promover os direitos humanos e encontrar soluções para os problemas da população através dos valores das quatro principais religiões praticadas no Sri Lanka: budismo, hinduísmo, cristianismo e islamismo.

Quanto à Fundação Burgher Portugal-Sri Lanka, na mesma página lê-se que a AMI promoveu a sua criação para desenvolver projetos de cariz social e cultural e desenvolver os laços entre os dois países, com prioridade para a comunidade lusodescendente, constituída por cerca de cinco mil pessoas. Em 2011, a AMI iniciou em parceria com esta fundação um projeto de ensino de língua e cultura portuguesa.

Ex-candidato presidencial, Fernando Nobre foi eleito deputado pelas listas do PSD nas legislativas de junho de 2011, tendo renunciado ao mandato depois de falhar a eleição para presidente da Assembleia da República, cargo ao qual se candidatou com o apoio de Pedro Passos Coelho.

Na altura, Pedro Passos Coelho considerou que Fernando Nobre "ajudaria o parlamento a abrir-se à sociedade civil" e lamentou a oportunidade desperdiçada de "ter um verdadeiro independente a presidir ao parlamento".

IEL // SMA - Lusa

Bispos da CPLP reúnem-se em Luanda para partilhar experiências




Luanda, 07 jul (Lusa) - Angola acolhe em julho, pela primeira vez, a reunião das presidências das conferências episcopais das Igrejas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), encontro que pretende estreitar laços e partilhar experiências, disse hoje à Lusa fonte eclesiástica.

Segundo o porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), José Manuel Imbamba, tratam-se de encontros regulares que visam "estreitar a comunhão eclesial e ter uma linha pastoral única" nos oito países que constituem a CPLP.

Assim, explicou, a próxima reunião vai realizar-se na capital angolana entre 21 e 25 de julho.

Vão estar presentes bispos de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, destacando-se a presença do cardeal brasileiro Raimundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional de Bispos do Brasil.

José Manuel Imbamba, que é também bispo da diocese de Saurimo, referiu que os encontros acontecem de três em três anos, tendo o último sido realizado em Timor-Leste.
Do programa desta reunião constam, entre outras atividades, palestras e diversas celebrações religiosas.

NME // EL - Lusa

Banco de Desenvolvimento dos países emergentes deve ser anunciado este mês - China




Pequim, 07 jul (Lusa) - O Governo chinês assegurou hoje que existe um "amplo consenso" para a criação de um Banco de Desenvolvimento dos BRICS (países emergentes), cujo anúncio formal deverá acontecer já este mês, na cimeira daquele grupo.

"Os cinco países têm um forte desejo de estabelecer um banco e chegaram a um amplo consenso nesse sentido", disse o vice-ministro das Relações Externos chinês, Li Baodong, numa conferência de imprensa destinada a antecipar a cimeira que decorre em Fortaleza, no Brasil, no próximo dia 15.

Os BRICS são compostos pelo Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, e deverão passar, assim, a ter um banco destinado a desenvolver projetos de desenvolvimento, que será financiado inicialmente com um capital que pode chegar aos 100 mil milhões de dólares (cerca de 73,5 mil milhões de euros), de acordo com a AFP.

As negociações para a criação do banco já duram há alguns anos, mas as dificuldades técnicas têm atrasado o processo: "As divergências têm de se resolver mediante o diálogo entre todos os países membros, as discussões ainda continuam, há muitos pontos de vista, mas o objetivo de pôr em marcha o mais rápido possível este banco é comum a todos", acrescentou o responsável chinês.

Além do banco de desenvolvimento, os BRICS têm previsto a criação de um fundo de reservas a ser usado em caso de "contingências financeiras".

MBA // VM - Lusa

Reunião dos Parceiros de Desenvolvimento de Timor-Leste final de Julho



07 de Julho de 2014, 11:30


O governo através do Ministério das Finanças, vai organizar a reunião com os Parceiros de Desenvolvimento de Timor-Leste (TLDPM), que terá lugar nos dias 25 e 26 de Julho de 2014, no Centro de Convenções de Díli, segundo comunicado do governo.

O TLDPM (Timor-Leste Development Partners Meeting) é uma conferência anual, de Alto Nível, na qual o Governo se reúne com todos os parceiros de desenvolvimento do país para uma reflexão sobre os objectivos alcançados e uma análise dos desafios a enfrentar, de acordo com o plano estratégico para o futuro da nação.

SAPO TL 

Ativistas lançam referendo não oficial sobre eleição do chefe do Executivo em Macau




Macau, China, 07 jul (Lusa) - Um referendo não oficial sobre a eleição do chefe do Executivo de Macau por sufrágio universal vai ser lançado em agosto, coincidindo com a escolha, por um colégio eleitoral, do próximo líder do território, foi hoje anunciado.

O referendo é lançado por três associações ligadas ao campo pró-democrático - Consciência de Macau, Juventude Dinâmica de Macau e Sociedade Aberta de Macau -, e vai realizar-se entre 24 e 30 de agosto, por voto eletrónico (por computador ou telemóvel), e em dois desses dias em cinco locais de voto a instalar na região. A contagem é anunciada a 31 de agosto, quando decorre a eleição do chefe do Executivo.

Duas questões integram o referendo: a primeira interroga os residentes do território - permanentes e não permanentes - se concordam que o chefe do Executivo da Região de Macau deve ser eleito por sufrágio universal em 2019, e a segunda questiona o nível de confiança da população no candidato ou eventuais candidatos a chefe do Executivo. Os boletins de voto vão estar disponíveis em três línguas: português, chinês e inglês.

"Esperamos ataques informáticos, medos e críticas do campo pró-Pequim, mas o mais importante é dar aos cidadãos uma oportunidade para exercerem os seus direitos", disse Jason Chao, líder da Sociedade Aberta de Macau (Open Macau Society) e Consciência de Macau.

Jason Chao referiu esperar uma participação superior a 400 pessoas - em alusão ao número de membros do colégio eleitoral que vai escolher o chefe do Executivo para os próximos cinco anos -, para uma votação "mais representativa do que a do órgão oficial".

O dirigente associativo estimou, não obstante, que o nível de participação no referendo possa ser mais elevado, atendendo a que outra iniciativa do género levada a cabo há dois anos com o ativista Scott Chiang, "divulgada durante um menor período de tempo e objeto de supressão da cobertura noticiosa pela imprensa chinesa conseguiu reunir cerca de 3.000 votos".

"Estou bastante otimista em relação à próxima votação, porque desta vez teremos mais tempo para promover o referendo civil", disse.

O referendo não oficial em Macau foi anunciado depois de, no final de junho, ter sido realizada uma iniciativa idêntica em Hong Kong (com cerca de 800 mil participantes), seguida de uma manifestação contra a publicação do "Livro Branco" sobre o território, no qual Pequim reafirma a sua soberania sobre a antiga colónia britânica, e da tradicional marcha de 01 de Julho (data da transição para a China), que colocou a tónica no sufrágio universal.

"Os últimos acontecimentos em Hong Kong convergem e vão ajudar mais cidadãos de Macau a tomarem conhecimento do nosso evento e a estimular o seu interesse em tomarem parte nesta iniciativa", acrescentou.

Até meados de julho, serão ainda submetidas a consulta pública duas propostas sobre a idade mínima para votar - 16 ou 18 anos -, sendo a ideia de baixar a idade da elegibilidade dos eleitores inspirada num referendo sobre a independência da Escócia e justificada com o "encorajamento de uma maior participação dos jovens", e com o "reconhecimento de que os adolescentes podem ter conhecimento político suficiente para participarem", segundo a organização.

O atual chefe do governo da Região Administrativa Especial, Fernando Chui Sai On, que já manifestou intenção de cumprir um segundo mandato, foi o único candidato a apresentar-se ao escrutínio há cinco anos, um cenário que se deverá repetir este ano.

FV (DM) // APN - Lusa

Indonésios escolhem presidente na quarta-feira entre reforrmista e ex-general de Suharto




Jacarta, 07 jul (Lusa) - O futuro presidente da Indonésia vai ser confrontado com grandes desafios para manter o crescimento da primeira economia do sudeste asiático, em particular, reduzir os subsídios ao combustível, aumentar a ajuda para milhões de pobres e renovar infraestruturas.

Os dois candidatos ao escrutínio de quarta-feira, o governador de Jacarta Joko Widodo, conhecido como Jokowi, e o antigo general Prabowo Subianto, multiplicaram as promessas durante a campanha eleitoral, mas o vencedor terá que atuar rapidamente e tomar medidas nada populares, de acordo com os peritos.

Recém chegado à cena política indonésia, Jokowi, de 53 anos, - que até ao momento escapou a qualquer escândalo de corrupção num país dominado por este flagelo - é considerado o candidato preferido dos mercados.

Filho de um carpinteiro, Jokowi poderá ser o primeiro presidente saído de um meio modesto e sem relações com a elite político-militar indonésia. Cresceu nos arredores de Solo, cidade de meio milhão de habitantes na ilha de Java. Em 2005, foi eleito presidente de Solo e, em 2010, foi reeleito, com um resultado 'soviético' (91%).

Em 2012, foi eleito governador de Jacarta, com dez milhões de habitantes. Reformista, tal como em Solo, Jokowi introduziu cartões de acesso à saúde e à educação para os mais desfavorecidos, numa cidade onde um habitante em cinco vive abaixo do limiar da pobreza.

Em contraste, o único rival, o ex-general Prabowo Subianto, de 62 anos, foi um militar ativo no regime do ex-ditador Suharto, e a retórica nacionalista preocupa vários investidores estrangeiros.

Prabowo Subianto reconheceu ter ordenado o sequestro de militantes pró-democracia no final da era Suharto (1967-1998) e algumas ONG acusam-o de ter cometido violações dos direitos humanos em Timor-Leste, durante a luta pela independência do território, duramente reprimida pelas forças especiais que comandava.

Depois da queda de Suharto, Prabowo deixou o exército e exilou-se durante alguns anos na Jordânia, onde se tornou num empresário bem sucedido. Regressou à política em 2009.

Independentemente do resultado do escrutínio, "o novo presidente vai herdar imensos problemas e deve iniciar a tarefa" no dia seguinte à eleição, disse à agência noticiosa francesa AFP o economista Latif Adam do Instituto das Ciências indonésio.

A economia indonésia registou, durante a última década, um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) ao ritmo anual de cerca de 6%, mas a diminuição da atividade mundial foi sentida no arquipélago, resultando, no primeiro semestre, na progressão mais fraca do PIB desde 2009 (5,21% ao ano).

A primeira medida a tomar vai ser reduzir o montante de subsídios ao combustível - cujo preço na Indonésia é um dos mais baixos na Ásia -, o que representa mais de 20% do orçamento do Estado, advertiram peritos.

O governo do presidente cessante, Susilo Bambang Yudhoyono, fez reduções limitadas destas ajudas durante os dez anos que esteve no poder, mas renunciou a reformas radicais devido à insatisfação da população, num país onde 100 milhões de pessoas - perto de 40% da população - vive com menos de dois dólares por dia.

Assim, "o novo presidente vai ter, desde o primeiro dia, fundos muito limitados para os ministérios e órgãos do governo, na medida em que o dinheiro foi usado para aumentar os subsídios ao combustível", explicou o principal economista do Banco Central Ásia David Sumual.

Os dois candidatos prometeram diminuir estes subsídios, o que permitirá conseguir fundos para outras medidas importantes, nomeadamente, aumentar a ajuda às camadas mais desfavorecidas da população e construir estradas, portos e aeroportos neste arquipélago de 17.000 ilhas e ilhéus.

O Banco Mundial considera que o mau estado das infraestruturas dificulta consideravelmente as deslocações e transporte de mercadorias e custou ao país cerca de um ponto percentual no crescimento anual, durante os últimos anos.

Outro desafio para o futuro chefe de Estado é a luta contra a corrupção endémica, em particular, nos funcionários e na classe dirigente.

"A corrupção tem saído cara à economia", declarou o presidente da associação dos empregadores indonésios, Sofjan Wanandi, acrescentando que este flagelo atingiu "a maior parte das esferas da burocracia".

Além da luta contra a corrupção, o novo presidente vai ter também a tarefa delicada de manter a capacidade do país de atrair investidores estrangeiros, tendo em conta os apelos a favor de medidas protecionistas.

Durante a campanha eleitoral, os dois candidatos rivalizaram em propostas para travar as sociedades estrangeiras e controlar mais o setor dos recursos naturais, preocupando numerosos atores estrangeiros.

Perante estes desafios económicos, o próximo presidente deverá empreender rapidamente reformas dolorosas: "Não haverá estado de graça", avisou Adam.

EJ // EL - Lusa

FORTE TUFÃO AMEAÇA JAPÃO E NORTE DAS FILIPINAS



 Estadão - Agência Estado

Um forte tufão, batizado de Neoguri, ameaça o Japão e o norte das Filipinas, apesar de ainda estar longe de atingir terra firme. A tempestade tem ventos sustentados de 185 km/h, que podem atingir picos de até 220 km/h neste domingo, e está a cerca de 840 km da província filipina de Cagayan.

Segundo a agência meteorológica do governo das Filipinas, o Neoguri deve avançar no sentido nordeste, se aproximando da província de Batanas na segunda-feira, e depois seguir para o sul do Japão. As autoridades filipinas já alertaram os pescadores da região a não saírem para o mar. Áreas sujeitas e inundações e deslizamentos de terra também já estão em alerta.


O Neoguri é a sexta tempestade a atingir as Filipinas este ano e o primeiro da temporada de chuvas de monções, que começou no mês passado. Cerca de 20 tufões e tempestades menos poderosas afetam o país todo ano. Em novembro do ano passado, o tufão Haiyan deixou mais de 6,3 mil mortos, 1 mil desaparecidos e 4 milhões de desabrigados na região central do país. 

Fonte: Associated Press

Voos diretos entre a China e a Alemanha já são mais de 60 por semana




Pequim, 07 jul (Lusa) - Mais de sessenta voos diretos ligam semanalmente várias cidades da Alemanha e da China, ilustrando as crescentes relações económicas sino-germânicas e os "sólidos laços" entre os dois países, salientou hoje o jornal China Daily.

O número foi divulgado a propósito da visita que a chanceler Angela Merkel está a efetuar à China desde domingo e que constitui a sua sétima viagem àquele país em apenas nove anos.

A Alemanha é o maior parceiro comercial da China na Europa e o país da União Europeia que mais investe na nova potência emergente na Ásia Oriental, mas as relações sino-germânicas são também intensas no plano social.

Segundo refere o China Daily, o número de turistas chineses que visitam a Alemanha aumenta 20% ao ano, tendo atingido os dois milhões em 2012, disse ao China Daily o embaixador alemão na China, Michael Clauss.

Mais de 30.000 chineses estudam atualmente na Alemanha e cerca de 5.400 alemães fazem o mesmo na China, indicou o mesmo jornal.

De acordo com estatísticas da embaixada da China em Berlim, cerca de 2.300 empresas chinesas operam na Alemanha - nomeadamente nas áreas financeira, aviação, telecomunicações e maquinaria - num investimento global estimado em 4 mil milhões de dólares (2,94 mil milhões de euros).

Por outro lado, mais de 8.200 empresas alemãs já investiram na China 20 mil milhões de dólares (14,7 mil milhões de euros).

Em 2013, o comércio sino-alemão somou 161,56 mil milhões de dólares (116,17 mil milhões de euros) - , quase um terço das trocas comerciais entre a China e o conjunto da União Europeia - colocando a Alemanha no sexto lugar dos parceiros da China, a seguir aos Estados Unidos, Hong Kong, Japão, Coreia do Sul e Taiwan.

A presença alemã na China é particularmente evidente nas ruas e avenidas das grandes cidades.

Este ano, as vendas de automóveis na China deverão subir para 17 milhões de unidades, quatro milhões das quais fabricados por empresas alemãs, prevê o China Daily.

Angela Merkel, 60 anos, assumiu a chefia do governo alemão em 2005 e desde então visitou a China sete vezes.

Os líderes chineses são também visitantes assíduos da Alemanha. O presidente Xi Jinping foi recebido em Berlim em março passado e o primeiro-ministro, Li Keqiang, em maio de 2013

AC // APN - Lusa

Merkel considera "graves" acusações de que agente alemão espiou para Washington




Pequim, 07 jul (Lusa) -- A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou hoje "graves" as acusações de que um agente dos serviços secretos germânicos fez espionagem para os Estados Unidos, exigindo um esclarecimento rápido por parte de Washington.

Merkel falava durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, em Pequim, no quadro da sua visita à China, a sétima desde que chegou ao poder em 2005.

"Se as informações estiverem corretas, tratar-se-ia de um caso grave", afirmou Merkel, realçando que, a confirmarem-se as suspeitas em torno do duplo agente, isso significaria "uma clara contradição" face àquilo que considerou ser uma cooperação de confiança entre agências e parceiros.

Na sexta-feira, o jornal diário Süddeutsche Zeitung, as radiotelevisões regionais NDR, WDR e a agência alemã DPA avançaram com a notícia da detenção de um colaborador dos serviços secretos da Alemanha por suspeita de ter espiado para os Estados Unidos.

No dia anterior, o procurador-geral federal tinha anunciado a detenção de um alemão de 31 anos, acusado de espionagem para um serviço estrangeiro, mas não tinha precisado para que serviço o suspeito poderia estar a trabalhar.

Durante os interrogatórios, o colaborador dos serviços secretos alemães confessou ter fornecido informações a um serviço secreto norte-americano, segundo a NDR.

As relações entre os Estados Unidos e a Alemanha ficaram mais tensas depois das revelações feitas pelo ex-colaborador da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden sobre um vasto programa de espionagem que visava em grande parte a Alemanha, incluindo o telefone de Angela Merkel.

A Alemanha é particularmente sensível a questões de espionagem no seu próprio território, já que é um país que ficou marcado pelas ações da Stasi, a polícia secreta da antiga República Democrática da Alemanha (Alemanha de leste, comunista), que espiava os seus cidadãos.

DM (JZE/VM) // JPS - Lusa

Alemanha: Para EUA segurança vale mais que sensibilidade dos países amigos - opinião




Prisão de membro da inteligência alemã que vendia dados sigilosos para os americanos abala a confiança entre EUA e Alemanha. Mas a Berlim só resta se proteger, opina Miodrag Soric, correspondente da DW em Washington.

Depois da revelação de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos espiona os cidadãos alemães, tendo mesmo grampeado o celular da chanceler federal alemã, Angela Merkel, agora mais esse escândalo: durante um ano e meio, um funcionário do Departamento Federal de Informações (BND), o serviço secreto alemão, vendeu informações confidenciais para os americanos. Muitos estão indignados na Alemanha. Comentários na mídia ou entre os parlamentares alemães acusam os americanos não serem confiáveis. O Ministério Público abriu inquérito.

Mas como os EUA reagem? Primeiro, sequer reagem. Os americanos têm um fim de semana prolongado, em que comemoram seu feriado nacional. Jornais dos EUA ou não tocam no assunto ou se limitam a citar publicações alemãs. Congressistas e senadores estão em suas bases eleitorais. O governo permanece em silêncio.

Quem conversou com funcionários de think tanksamericanos neste fim de semana, recebeu sempre a mesma resposta: eles se espantam que os alemães estejam fazendo tanto estardalhaço sobre o assunto, chegando até a convocar o embaixador dos EUA em Berlim. Eles ressaltam ser um fato que os serviços secretos dos EUA espionam outros Estados, incluindo aqueles com que têm laços de amizade, como Israel, França e Alemanha. E não vão mudar seu comportamento no futuro. A opinião é que, embora a Alemanha deseje receber um tratamento especial, Washington não o concederá.

O próprio presidente americano, Barack Obama, também deixou isso claro durante a última visita da chanceler Angela Merkel à Casa Branca. Ele assegurou que o celular da chefe de governo alemã não será mais grampeado. Outros comprometimentos – até mesmo de um acordo de não espionagem – não houve.

Várias centenas de agentes do serviço de inteligência dos EUA continuam atuando na Alemanha, de forma totalmente oficial. A maioria tem status diplomático, e muitos cooperaram com o BND. Se um funcionário do serviço secreto alemão oferece a eles informações sigilosas que lhes parecem importantes, eles a aceitarão, comprarão e levarão para fora do país. No futuro também.

Estimativas indicam que o serviço de inteligência dos EUA dispõe de um orçamento de cerca de 50 bilhões de dólares – uma quantia enorme. Por medo de que um ataque terrorista como o do 11 de Setembro se repita, os EUA vão continuar a investir na NSA, CIA ou DIA, a Defense Intelligence Agency. Em caso de dúvida, para Washington, a própria segurança é mais importante do que a sensibilidade de Estados amigos. Isso soa arrogante, de uma perspectiva europeia. Para os americanos, é algo óbvio.

No final, a Alemanha não tem outra escolha a não ser tentar se proteger. Até mesmo de tentativas de espionagem dos Estados Unidos. Os americanos entenderiam, se Berlim decidisse gastar mais dinheiro nesse campo.

Porque, no final das contas, a administração Obama sabe que seus aliados, incluindo a Alemanha, são beneficiados com a informação coletada pela inteligência dos EUA. Por isso, dizem os especialistas, o governo americano espera de que o mal-estar diplomático causado pelo recente escândalo envolvendo o BND logo vá se arrefecer. E aí será business as usual.

Deutsche Welle, opinião - Autoria: Miodrag Soric, de Washington (md) – Edição: Augusto Valente

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Andrei Ivanov – Voz da Rússia

Se torna cava vez mais difícil seguir com calma o desenrolar dos acontecimentos trágicos na Ucrânia. As reportagens mostram as ruas queimadas, mulheres chorando junto das casas arruinadas, os corpos de defuntos mutilados, pequenos caixões para crianças mortas. Tal é um balanço de violentos ataques aéreos, de artilharia pesada e sistemas de fogo simultâneo contra as povoações do sudeste.

A propaganda ucraniana não deixa especulações de que são as “milícias pró-russas” que teriam recebido da Rússia os sistemas potentes Grad e a Força Aérea russa que enviou seus bombardeiros. Mas agora a essa mentira se aliou a semiverdade. Um dos comandantes do batalhão Azov, que participa da “operação antiterrorista”, confessou que o recente ataque aéreo contra as vilas e cidades do sudeste foi realizado por pilotos ucranianos. Ressalvou logo que pilotos teriam cometido um erro ou retaliado assim o fogo de mísseis, aberto por “terroristas”. As hostilidades estão sendo fomentadas pelo site do Ministério da Defesa da Ucrânia que publicou a informação sobre os parlamentários com bandeiras brancas na mão assassinados pelos militares ucranianos.

“Em 3 de julho, nos postos de controle do Exército ucraniano se tem verificado uma tendência de os separatistas usarem bandeiras brancas para se aproximar do adversário e depois abrir fogo contra militares ucranianos. Todavia, tais provocações estão sendo frustradas pelo Exército que vai aniquilando os terroristas”, refere uma nota.

A matança de pessoas que se rendem trazendo estandartes brancos viola a Convenção de Viena e se qualifica como um crime militar. Bem como o uso do Exército contra a população civil. Os políticos europeus começam a entender que, se solidarizando com o presidente Piotr Poroshenko, que procura esmagar a resistência, eles próprios se tornam cúmplices desses crimes. Cedo ou tarde, eles terão de se responsabilizar por tudo isso, a que tem apontado já a oposição. Por isso, os líderes da Alemanha e França tentam convencer Kiev de retomar a trégua e reiniciar as conversações com representantes de Donetsk e Lugansk.

Entretanto, a reação dos EUA tem causado um pasmo. Se acreditar no periódico Financial Times, na noite para 1 de julho, o secretário de Estado, John Kerry, num contacto telefônico com Poroshenko, exortou-o a retomar o armistício. O jornal informa ainda que o reinício das operações militares, ou seja, a sua intensificação porque os combates nunca foram suspensos, se tornou uma surpresa desagradável para o Ocidente.

O objectivo da publicação é evidente: se Poroshenko não puder voltar a controlar o sudeste ou se a verdade sobre o número de vítimas no meio da população civil for descoberta, Washington, sem remorsos da consciência, poderá chamar o presidente ucraniano de “açougueiro” e desfazer-se dele. Mas para já, a informação sobre a escala da tragédia não se tornou apanágio dos largos círculos sociais do Ocidente e os EUA continuam apoiando Poroshenko.

Peritos e jornalistas russos procuram entender os motivos da teimosia dos EUA nos seus esforços de apoiar o regime odioso de Kiev. Dizem que é dessa forma que Barack Obama tenta tirar desforra pelo triunfo da Rússia na solução da crise síria e pela reintegração da Crimeia. Se nota ainda uma intenção dos EUA de transformar a Ucrânia num baluarte antirrusso, instalando na Ucrânia os elementos da Defesa Antimíssil e as tropas da OTAN. Washington procura semear discórdia entre a Europa e a Rússia para impedir a criação de um espaço econômico comum desde Lisboa a Vladivostok, proposta outrora por Vladimir Putin, assim como não admitir a ruína do sistema mundial com o predomínio do dólar que se formou no século XX.

A essa última meta têm servido os projetos de parceria transatlântica e transpacífica, apoiados por lobistas norte-americanos. Na ótica de Washington, a ameaça nessa área se deve à disponibilidade de alguns países asiáticos e da Rússia de se recusar de uso do dólar nas suas trocas comerciais e à intenção do grupo BRICS de criar seu próprio banco.

Foto: AP/Evgueni Maloletka

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Geórgia: Morreu Eduard Shevardnadze, ex-chefe da diplomacia soviética



TSF - hoje às 10:02

Para além de ter sido ministro soviético dos Negócios Estrangeiros, Shevardnadze, que estava retirado da vida pública há mais de uma década, foi presidente da Geórgia entre 1995 e 2003.

Eduard Shevardnadze, antigo presidente da Geórgia e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros da URSS, morreu, esta segunda-feira, aos 86 anos, confirmou a sua assistente pessoal, Marina Davitashvili.

Nascido a 25 de janeiro de 1928, Shevardnadze começou por ser secretário do Partido Comunista da Geórgia entre 1972 e 1985 e trabalhou depois com Mikhail Gorbatchov, que o escolheu como ministro soviético dos Negócios Estrangeiros.

Como chefe da diplomacia soviética, entre 1985 e 1990, Shevardnadze teve um papel vital no fim da Guerra Fria ao gerir as relações com o Ocidente antes da queda do Muro de Berlim.

Com o lançamento da Perestroika por parte de Gorbatchov, Shevardnadze foi um dos principais artesãos do desarmamento ao fazer sólidas amizades com o Ocidente, em particular com a Alemanha.

Com o colapso da União Soviética, Shevardnadze regressou ao seu país natal e assumiu a liderança do país em 1992, tendo sido formalmente eleito para a presidência do seu país em 1995.

Shevardnadze, que estava retirado há mais de uma década, foi obrigado a demitir-se da presidência georgiana em 2003 na sequência da Revolução das Rosas, isto depois de terem surgido acusações de corrupção e nepotismo contra si.

Durante o tempo em que esteve retirado da vida pública, Shevardnadze publicou um livro com as suas memórias.

Cabo Verde: CARTA ABERTA – ao PM José Maria Neves



A Semana (cv), Opinião

Exmo Senhor Primeiro Ministro de Cabo Verde

Em primeiro lugar eu queria desejar muita saúde ao Senhor, a todos os bons filhos dessa terra e aqueles camaradas que estão a brigar para tomar o seu lugar na liderança do Paicv.

Turdia eu vi você na televisão a prometer tudo funcionário de Cabo Verde um SMARTPHON e como eu já estava esquecido eu lembrei também que você tinha prometido a todos os meninos de escola um computador que o Senhor disse que era MUNDO NOVO.

Sr. Primeiro Ministro quando eu vi o Sr. a prometer esse aparelho que eles dizem ser telemóvel que faz muita coisa bonito, eu diz para mim mesmo, se aquel Senhor de Soncente NHO DJUNGA fosse vive el tava escreve você um carta pa lembra que ainda você não tinha dado aqueles meninos de Escola sis computador.

Cuitadim daques menino de Escola que fica tonte contente quando você prometes quel computador, uns menino que só ta conhece eletricidade é de livro porque na ses zona não tem luz és ficou muito contente. Tem uns menino que nem água és tem na sis zona, pas lava rosto para ir para Escola eles tem que levantar 4 hora de madrugada para ir buscar água com burro para poder lavar cara e lavar uns peça de ropa, coidatins.

O Senhor imagina que tem menino que já saiu de Escola para ir para campo cuidar de aninais porque na terra não tem traboi e eles ficou sem seus computador que o Sr. prometeu. Outros meninos aqueles filho de gente mais rico já bai para Universidade sem olhar seus computadores, felizmente que seus pais tem dinheiro para comprar um computador. Outros ainda aqueles que é fidjo de melhor fidjos de nós terra, porque sis pai ta ganha bem, porque eles é do seu Partido eles tem computador e és ta izibi queles tudo dia nas praça na espia internet. Uns meninos agora ta pode ter seus computadores porque eles saí de Escola e eles entra na deliquência e assim és ta pode roba um computador ou da casubode.

Senhor Primeiro Ministro eu sabe que o Senhor não esta a falar mentira, mas eu sabe também que o Senhor é muito esquecido, o Senhor promete e depois esquece, porque ninguém lembra você do que prometeu, e nós também esquecemos na ileição de lembrar você.

Agora eu sei que o Senhor não vai esquecer dos SMARTPHON, porque os SMARTPHON vai ser dado pelos seus amigos de Angola, eles tem muito dinheiro, eles não ser como o SOCRATES que disse que ajudava a dar os MUNDO NOVO, porque ele também era muito fanfarom.

Sr. Primeiro Ministro, o Senhor o Socrates de Portugal e o Sr. Chavez de Venezuela é que teve essa ideia de prometer computadores para tudo menino de Escola, ma parceme que tudo vocês esqueceu de dar aquele computador. Por isso o Sr. Socrates entrou na desgraça, el pô Portugal na miséria e perdeu eleição e Portugal ta na fundo de um poço sem poder levantar cabeça fora de água para respirar. O Sr. Chavez que Deus tenha, morreu e povo da Venezuela está numa situação calamitosa que até farinha, arroz, açucra e sal é racionado porque loja ca tem.

Eu já comecei a sentir medo do que vai acontecer com o Sr. e com nós de Cabo Verde. Mas o Senhor ainda pode remediar e dar o SMARTHON a nós que somos funcionário e o Senhor lembra que uns já vai reformar e eles querem levar o SMARTHON antes de reformar para não fazer como aqueles coitadinhos meninos de Escola.

Eu continuar a dizer que o Senhor não é mentiroso, o Sr. só esquece de cumprir as suas promessas e nós Caboverdiano esquecemos de cobrar, porque na hora de eleição os seus camaradas dá cimento, verguinha e dinheiro para biber Grogue e gente ficar muito contente e esquece.

Mas des vez li, muito gente disse que não vai esquecer porque esses Dotor estão a dizer que Grogue ta mata e que não podemos esquecer que Jukim, Manel e outros já morreu porque bebia muito grogue e ainda já não temos força para pegar num saco de cimento, porque o povo não tem traboi para comprar comida para ter força na corpo.

Para terminar eu lembra você mais uma vez para não esquecer de dar mantenha a sua família e aqueles do seu partido que estão a brigar para tomar o seu lugar.

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Comunidade cabo-verdiana vive sem água, luz e saneamento às portas de Lisboa




...mas há também angolanos, guineenses, moçambicanos

São quase 500 pessoas, das quais 100 crianças, na sua maioria de origem cabo-verdiana, que para terem acesso a água potável usam carrinhos de mão para transportar os bidões de água. As mulheres levam-nos à cabeça. Cenário cada vez mais raro, mesmo nos cutelos mais recônditos , no interior de uma ilha de Cabo Verde? Não. Acontece mesmo às portas de Lisboa.

Chamam-lhe Terras da Costa, onde cerca de 500 pessoas vivem sem água canalizada, sem saneamento básico, sem electricidade. Na sua maioria de origem cabo-verdiana - mas há também angolanos, guineenses, moçambicanos.

Trata-se de um amontoado de casas que foi crescendo de forma ilegal ao mesmo ritmo que as famílias foram aumentando. Mas isso pode estar prestes a mudar com um novo projecto que a Universidade Lusófona e a Câmara Municipal de Almada estão a desenvolver.

A Semana (cv)

Veja o vídeo e a reportagem completa aqui.

Portugal: UMA HISTÓRIA EXEMPLAR



Pedro Marques Lopes – Diário de Notícias, opinião

A triste novela de um grupo económico que vive, claramente, muito acima das suas possibilidades tem revelado muitos aspetos semiescondidos da nossa comunidade e algumas das razões do nosso atávico atraso.

O episódio que envolve o Grupo Espírito Santo e a PT é absolutamente exemplar. Nele, a empresa de telecomunicações empresta dinheiro a uma companhia propriedade de um seu acionista ou, com resultados idênticos, investe, a curtíssimo prazo, num conglomerado de empresas com interesses na agropecuária, turismo e afins.

A simples enunciação do negócio - um empréstimo direto ou indireto a um acionista - já é, para usar simpatiquíssimas palavras, de um comportamento ético-empresarial muito duvidoso. Juntemos agora o facto de a PT ter aplicado um montante, 897 milhões de euros, que está muito próximo de metade da sua capitalização bolsista e que representa aproximadamente os seus lucros de três anos, numa única empresa... Espantosamente, uma decisão desta importância é tomada sem ir a discussão no conselho de administração e, mais tarde, é dito que seria uma medida de gestão corrente. Agora, recordemos ser do conhecimento geral que a empresa onde a PT colocou o dinheiro, a Rio- forte, está, para todos os efeitos, praticamente falida - aliás, pelas últimas notícias, a PT já se está a preparar para o calote.

Consequências diretas: as ações da PT caíram vertiginosamente - uma aplicação destas, mesmo numa empresa com uma saúde de ferro, seria sempre considerado pelo mercado como um ato de gestão incompreensível - e a fusão em curso com a Oi brasileira posta em causa ou, no mínimo, ficará um negócio muito pior para os acionistas da PT.

Temos então um presidente do conselho de administração e um administrador que praticam um ato de gestão, a todos os títulos, incompetente e altamente lesivo para os acionistas. O que os levaria a cometer semelhante monstruosidade? Não vale a pena tentar encontrar qualquer racionalidade de gestão: estamos na presença de um comportamento eticamente deplorável, perante uma daquelas trocas de favores que não constituem ilícito penal, mas que fazem abanar pilares da comunidade e a confiança dos cidadãos em regras que se dão como adquiridas mais do que muitos crimes.

Henrique Granadeiro e Pacheco de Melo são gestores experientes e vistos como competentes, em caso algum poderiam praticar um ato de gestão como aquele convencidos de que estavam a tomar a atitude certa para a empresa que gerem.

Digamos que esses gestores estariam a ajudar um amigo, que é também acionista da empresa que gerem. Um acionista que, muito provavelmente, os indicou para os cargos que agora ocupam. Talvez, num momento de necessidade, estes gestores possam ser ajudados pelo acionista; talvez, até, já tenham sido ajudados; talvez todos tenham sido ajudados por outros senhores que os ajudarão no momento apropriado.

O facto é que olhamos para muitos dos grupos económicos portugueses, sobretudo os que mais relações têm com o Estado, e vemos um conjunto de pessoas que vão circulando de empresa em empresa e do Estado para as empresas. Não se pede competência, ou melhor, a competência é secundária, o que conta é saber que se pode contar com os amigos quando necessário. Se a coisa correr mal, um amigo encarregar-se-á da colocação noutra empresa ou, se for caso disso, numa secretaria de Estado ou numa empresa pública. E os favores pagam-se sempre.

A perceção de que a competência não é, nas empresas e no Estado, o principal requisito para atingir os melhores salários, os mais elevados cargos, é especialmente danosa para a comunidade. A ideia de que é mais importante ter uns amigos com quem se trocam favores do que trabalhar arduamente é potencialmente destruidora dos mais sagrados valores da vida em sociedade, da mais básica e mínima noção de igualdade de oportunidades. A noção de que uns senhores que aparecem como muito sabedores, muito capazes de dizer o que é melhor para nós, que são apresentados como a nossa elite, fogem ao pagamento de impostos, aldrabam contas de empresas, não hesitam em cometer atos de gestão vergonhosos para ajudar amigos, é potencialmente desagregadora da comunidade porque destrói os laços de confiança entre cidadãos.

O estertor do Grupo Espírito Santo está a exibir, para quem ignorava, muitos dos males da nossa comunidade. A questão é se se vai conseguir realmente mudar alguma coisa ou se se vai mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma.

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