segunda-feira, 14 de julho de 2014

Incertezas na contagem de votos aumentam a tensão na Indonésia




Jacarta, 13 jul (Lusa) - A tensão está a intensificar-se na Indonésia desde que os dois candidatos presidenciais se declararam vencedores, com dúvidas crescentes quanto à contagem dos votos, acusações e intimidações a centros de sondagens.

Após as eleições de quarta-feira, nas quais participaram 72 por cento dos 190 milhões de eleitores, ambos os candidatos declararam vitória, com base em diferentes sondagens de centros privados, o que levou o presidente cessante, Susilo Bambang Yudhoyono, a apelar à calma.

Dois terços das sondagens à boca das urnas deram a vitória ao atual governador de Jacarta e candidato do Partido Democrático Indonésio da Luta (PDI-P), Joko Widodo, conhecido como Jokowi, por cerca de cinco pontos percentuais. 

Quatro centros de sondagens apontaram o ex-general Prabowo Subianto - fundador do Movimento da Grande Indonésia (Gerindra) e suspeito de violações de direitos humanos, inclusive durante a ocupação de Timor-Leste -, como o vencedor, com uma margem de um a quatro pontos percentuais.

Na madrugada de sexta-feira, foi lançado um cocktail molotov contra um desses quatro centros, o Jaringan Suara Indonesia, sem causar uma explosão, confirmou à Lusa o porta-voz da polícia de Jacarta, o coronel Rikwanto, acrescentando que o responsável ainda não foi identificado.

No mesmo dia, um responsável do Pol-Tracking Institute, centro que atribuiu a vitória a Jokowi, foi informado pela polícia de um potencial ataque contra as instalações, segundo o jornal The Jakarta Post.

O coronel Rikwanto assegurou que estão a ser realizadas "patrulhas de grande escala dia e noite" e que em breve serão levados a cabo exercícios de segurança para lidar com eventuais problemas após o anúncio oficial dos resultados, a 22 de julho.

"Infelizmente o processo de contagem dos votos é altamente vulnerável à manipulação", disse à Lusa o analista político Paul Rowland, avisando que o impasse pode arrastar-se até meados de agosto se seguir para o Tribunal Constitucional. 

O especialista observa que a tensão que marcou a campanha aumentou após o dia das eleições, com acusações entre as candidaturas. 

Embora não descarte a hipótese de violência pós-eleitoral, dado que a Indonésia democrática nunca esteve tão "polarizada", Paul Rowland recorda que o país tem "pouquíssima história de violência" em eleições do género. 

Reza Syah confessa que sente uma "preocupação crescente" ao ouvir denúncias de preenchimentos de boletins de voto durante a contagem, mas, ainda assim, está confiante no trabalho da comissão eleitoral.

Na visão do indonésio de 36 anos, Prabowo Subianto é "louco", mas não será ele o responsável por eventuais focos de violência pós-eleitoral, porque, ao contrário dos seus parceiros de coligação, não terá nada a perder a nível pessoal com uma derrota. 

Maria Oryzasativa está igualmente confiante de que o processo decorrerá com tranquilidade e mostra-se disponível para aceitar os resultados, desejando apenas um país melhor, como era no tempo do primeiro presidente, Sukarno.

A Indonésia tem "muitos recursos naturais, mas não existe um equilíbrio com os recursos humanos", defende a professora, que elogia a personalidade "simples e forte" de Prabowo.

Na corrida para segundo presidente democraticamente eleito, Prabowo representa um regresso ao passado, enquanto Jokowi, que cresceu em favelas, é visto como um homem do povo, sendo também encarado por alguns como um ?brinquedo' nas mãos de Megawati, a presidente do partido e filha de Sukarno.

A 'jokomania', que se estende até ao mercado das camisas aos quadrados idênticas às do candidato, assemelha-se ao fenómeno Obama, sendo que há até quem encontre parecenças físicas entre Jokowi e o presidente dos Estados Unidos.

Após uma campanha amplamente discutida e que dividiu famílias e partidos, o atual impasse está a causar receios entre os investidores na maior economia do Sudeste Asiático, que tem também um dos níveis mais altos de corrupção do mundo.

AYN // PJA – Lusa

Timor-Leste, Indonésia e Austrália debatem cooperação trilateral




Díli, 14 jul (Lusa) - Representantes dos governos de Timor-Leste, Indonésia oriental e norte da Austrália debatem entre terça e quarta-feira a implementação de uma plataforma de cooperação e de desenvolvimento económico naqueles territórios.

"Esta iniciativa reunirá representantes dos governos dos três países, intelectuais nacionais e internacionais de diversas afiliações e representantes do setor privado, com o objetivo de debaterem as potencialidades e possíveis vias de cooperação para o desenvolvimento integrado da sub-região", refere em comunicado a organização do seminário.

O debate vai decorrer, numa unidade hoteleira de Díli, durante um seminário organizado pela Unidade de Missão Timor-Leste, Indonésia, Austrália, no qual participa uma comissão criada pelo governo de Díli para implementar o Desenvolvimento sub-regional integrado à parte timorense.

O objetivo da plataforma é desenvolver setores como as pescas, agricultura, indústria, turismo, energia, recursos naturais, mas também as infraestruturas, a investigação e desenvolvimento, a saúde, a educação, a cultura e o desporto.

A Unidade de Missão Timor-Leste, Indonésia, Austrália é coordenada pelo antigo ministro da Economia timorense João Gonçalves, que defendeu que a cooperação trilateral vai "promover o desenvolvimento em Timor-Leste, atrair o investimento e promover a existência de indústrias transformadoras, bem como valorizar o capital humano e os laços de amizade e cooperação" com a Indonésia e a Austrália.

MSE // JPS - Lusa

Governo timorense inicia reabilitação da estrada entre as costas norte e sul




Díli, 14 jul (Lusa) - O ministro das Obras Públicas de Timor-Leste, Gastão de Sousa, lançou hoje a obra de reabilitação da estrada entre Díli e Ainaro, uma das principais vias do país, que liga a costa norte à costa sul.

"A estrada é importante porque liga a costa norte à costa sul", afirmou o ministro das Obras Públicas, contactado por telefone pela agência Lusa.

Segundo Gastão de Sousa, a estrada é uma das mais importantes do país porque passa pelos distritos de Aileu e Ainaro, que são essencialmente agrícolas.

"A estrada vai facilitar a chegada dos produtos agrícolas à capital e vai trazer benefícios económicos para a população", salientou.

A reabilitação daquela estrada faz parte do Plano Estratégico do Governo timorense, que considera a reconstrução das vias rodoviárias como uma medida prioritária para o desenvolvimento económico.

A obra, que vai ser executada por empresa chinesa, está orçada em 60 milhões de dólares (cerca de 44 milhões de euros) financiados pelo Banco Mundial através de um empréstimo do Estado timorense.

MSE // JPS - Lusa

Sociedade civil timorense debate soberania e segurança alimentar




Díli, 14 jul (Lusa) - A rede de organizações não-governamentais timorenses HASATIL organiza terça-feira um seminário para debater a soberania e segurança alimentar em Timor-Leste e partilhar experiências com os restantes Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"O seminário, aberto a todos, tem como objetivo olhar para o atual contexto político da soberania alimentar e da segurança alimentar e nutrição em Timor-Leste, incluindo as diferentes iniciativas em curso e partilhar experiências com outros países da CPLP, e promover o debate com a sociedade civil", refere em comunicado a Hasatil.

No seminário, que vai realizar-se no Arquivo e Museu da Resistência, participam o ministro da Agricultura e Pescas de Timor-Leste, Mariano Sabino, Mari Cármen Rial Gerpe, da embaixada do Brasil, e Manuel Lapão, da CPLP.

A HASATIL (Hametin Agrikultura Sustentável) é a rede das organizações não-governamentais que trabalham em agricultura sustentável.

O seminário tem o apoio da União Europeia e do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, através do projeto de Assistência Técnica e Reforço das Capacidades da HASATIL e das Organizações da Sociedade Civil do Desenvolvimento Rural em Timor-Leste.

MSE // JPS - Lusa

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