Martinho
Júnior, Luanda (textos anteriores)
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– Muitas nações latino americanas conseguiram assim combater flagelos como o
analfabetismo, ou a cegueira, através de missões cubanas disseminadas pelos
perdidos trilhos da América, de África e até da Oceânia (caso de Timor Loro
Sae)!
Na
Bolívia, a título de exemplo, entre 2006 e 2010, os primeiros 4 anos da
presença das brigadas médicas cubanas inaugurados com as catastróficas
inundações que afectaram aquele país sul-americano, foram realizados mais de 42
milhões de atendimentos, salvou-se a vida a mais de 40.000 seres humanos e, com
a “Operação Milagre” realizaram-se mais de 600.000 operações à vista!...
…Foi
formada em 1999 a Escola Latino Americana de Ciências Médicas (ELAM), que
passou a ser frequentada por milhares de alunos provenientes da América e de
outras partes do Mundo; no seu arranque essa iniciativa visava providenciar a
formação de médicos de países da América Central, para fazer face aos estragos
provocados por um furacão que assolou essa região.
No
ano que que comemorou a primeira década de vida, A ELAM tinha 10.000
matriculados e já 7.248 formados oriundos de 28 países!
Em
2010, na ELAM estudavam jovens provenientes de 55 países — pois entraram alguns
de países africanos e até de pequenas ilhas do Pacífico — e 75% deles são
filhos de operários e camponeses; além de estarem presentes bolsistas de 104
comunidades originárias da América Latina.
A
única coisa que se exige aos jovens (com idades que flutuam entre 17 e 25 anos)
é que, após formados, retornem a suas localidades ou bairros humildes para
trabalharem nelas e retribuírem o aprendido.
Com
os primeiros 34 jovens estadunidenses formados criou-se uma situação tal que
obrigou a ELAM a obter um credenciamento da Junta Médica da Califórnia, para
que seus títulos tivessem valor.
Em
2010, estudavam nesse centro 113 jovens desse país.
Ainda,
em Cuba há 11 000 bolsistas do projecto ALBA, da Aliança Bolivariana para as
Américas, formada pela Venezuela, Bolívia, Equador e outros países.
Em
2011, Cuba tinha matriculados em universidades médicas cerca de 21.000
bolseiros de 113 nações, com mais de 1.700 deles a frequentarem em seus próprios
países os últimos anos da sua formação.
Até
2011 Cuba havia formado 34.000 médicos de países da América, de África e da
Ásia, uma pequena parte deles angolanos.
Em
2012 os gastos do sector orçamentado asseguram a educação escolar a
1.864.100 estudantes nos níveis pré-escolar, primário e médio, bem como a
233.300 no ensino superior.
Também
se assegurava o funcionamento de 152 hospitais, 452 policlínicas e 11.504
consultórios médicos.
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– Quando ocorriam catástrofes, Cuba providenciava a sua imediata ajuda, onde
quer que isso ocorresse, inclusive em países tão distantes como o Paquistão,
conseguindo assim o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde, que
identificou o sistema de saúde cubano como exemplar.
A “Brigada
Henry Reeve” foi formada e tornou-se apta a imediata deslocação.
O
seu nome é uma homenagem a um herói de origem norte americana, que lutou lado a
lado com os cubanos na Iª guerra da independência cubana contra o colonialismo
espanhol…
A
ajuda de Cuba ao povo haitiano não começou por ocasião do terremoto.
Cuba
atua no Haiti desde 1998 desenvolvendo um Plano Integral de Saúde, através do
qual já passaram mais de 6.000 cooperantes cubanos da saúde.
Horas
depois da catástrofe, no dia 13 de janeiro, somavam-se à brigada cubana 60
especialistas em catástrofes, componentes do Contingente “Henry Reeve”,
que voaram de Cuba com medicamentos, soro, plasma e alimentos.
Os
médicos cubanos transformaram o local onde viviam em hospital de campanha,
atendendo a milhares de pessoas por dia e realizando centenas de operações
cirúrgicas em 5 pontos assistenciais de Porto Príncipe.
Além
disso, ao redor de 400 jovens do Haiti formados como médicos em Cuba se uniam
como reforço à brigada cubana…
…A
ajuda cubana foi oferecida pelo Comandante Fidel de Castro à administração
Republicana de George W. Bush, quando da ocorrência terrorista do 11 de
Setembro de 2001.
A
19 de Setembro de 2005, quando o furacão Katrina assolou o sul dos Estados
Unidos e provocou enchentes calamitosas afectando imensas áreas, incluindo a
cidade de New Orleans, a Brigada Henry Reeve, composta por 1.586 médicos e
outros profissionais de saúde em diversas especialidades, foi oferecida de novo
pelo Comandante Fidel de Castro ao presidente George W. Bush a fim de ajudar
nos esforços em prol do resgate e da sobrevivência dos milhares e milhares de
afectados…
O
presidente Republicano rejeitou em ambos os casos a oferta, mas Cuba
Revolucionária e o seu sofrido povo puderam saborear mais uma significativa
vitória ética e moral sobre o seu vizinho do norte!
Segundo
a ADITAL, num artigo de José Manzaneda em 2013, sob o título de “Médicos
de Cuba no Haiti: a solidariedade silenciada”, eram os eguintes os dados gerais
do “Contingente Internacional de Médicos Cubanos Especializados em
Situações de Desastres e Graves Epidemias, Brigada Henry Reeve, anteriores à
cooperação no Haiti:
-
Desde sua constituição, a Brigada Henry Reeve cumpriu missões em 7 países, com
a presença de 4.156 colaboradores, dos quais 2.840 são médicos.
-
Guatemala (Furacão Stan): 8 de outubro de 2005, 687 colaboradores; destes 600
médicos.
-
Paquistão (Terremoto): 14 de outubro de 2005, 2 564 colaboradores; destes 1 463
médicos.
-
Bolívia (inundações): 3 de fevereiro de 2006-22 de maio, 602 colaboradores;
destes, 601 médicos.
-
Indonésia (Terremoto): 16 de maio 2006, 135 colaboradores; destes, 78 médicos.
-
Peru (Terremoto): 15 de agosto 2007-25 de março 2008, 79 colaboradores; destes,
41 médicos.
-
México (inundações): 6 de novembro de 2007 - 26 de dezembro, 54 colaboradores;
destes, 39 médicos.
-
China (terremoto): 23 de maio 2008-9 de junho, 35 colaboradores; destes, 18
médicos.
-
Foram salvas 4 619 pessoas.
-
Foram atendidos em consultas médicas 3.083.158 pacientes.
-
Operaram (cirurgia) a 18 898 pacientes.
-
Foram instalados 36 hospitales de campanha completamente equipados, que foram
doados por Cuba (32 ao Paquistão, 2 a Indonésia e 2 a Peru).
-
Foram beneficiados com próteses de membros em Cuba 30 pacientes atingidos pelo terremoto
do Paquistão”.
…
Ficaria para mais tarde o reconhecimento norte-americano em relação à
capacidade cubana para enfrentar catástrofes: isso viria a ocorrer recentemente
com o ébola em África, uma epidemia que atingiu a Libéria, a Guiné Conacry e a
Serra Leoa.
Os
militares norte-americanos e britânicos construíram os hospitais de campanha
para combater a epidemia e foram os médicos cubanos dos primeiros a deles se
utilizarem para lhe dar combate no terreno, inspirando os esforços locais e de
outros que seguiram o seu exemplo!
Os
focos de ébola naqueles três países do Oeste Africano, estão a ser reduzidos e
as estatísticas demonstram que tendem a desaparecer; no terreno as brigadas
médicas cubanas, têm cumprido de forma diligente e exemplar o seu papel.
O
Povo Cubano tem demonstrado assim que está decidido a construir o seu próprio
destino por via da resistência socialista, da solidariedade para com outros
povos, uma solidariedade transformada em internacionalismo colocado à prova nas
horas e nos lugares mais difíceis!
Foto
de 2011 – Médico cubano no Haiti
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