Rui
Peralta, Luanda
Malcolm
X
A
21 de Fevereiro de 1965, enquanto discursava no Audubon Ballroom, em New York , Malcolm X, 39
anos de idade, foi assassinado. O seu corpo tombou crivado de balas. Uma semana
antes sofrera um atentado em
casa. Malcom X acusou a Nação Islâmica e o líder deste
movimento islâmico negro, Elijah Muhammad, de - em colaboração com a CIA (que
infiltrara o movimento) e o FBI - o quererem assassinar.
Seis
meses antes discursou no mesmo auditório em que foi assassinado. Nessa ocasião
apresentou a Organização de Unidade Afro-Americana (OAAU), nos seguintes termos:
"Uma das primeiras coisas que as nações africanas independentes fizeram
foi formar uma Organização de Unidade Africana (OUA) (...) O propósito da (...)
OAAU é o mesmo da OUA (...) lutar até a completa independência. Pretendemos,
assim a independência dos afrodescendentes no Hemisfério Ocidental e primeiro
nos USA (...) alcançar a libertação destes povos, por todos os meios necessários
(...) Pretendemos começar no Harlem, onde existe a maior concentração mundial
de afrodescendentes. Existem mais africanos por metro quadrado no Harlem que em
qualquer cidade do continente africano (...) A Carta das Nações Unidas, a
Declaração Universal dos Direitos do Homem, a Constituição dos USA e a Bill of
Rights são os princípios em que acreditamos (...). Na nossa luta pela liberdade
tivemos e temos apoio das comunidades vizinhas: italianos, irlandeses, judeus
(...) mas é tempo de parar de fugir do lobo e de agir como raposas (...) A auto-preservação
é a primeira lei da natureza (...). Nós, africanos, devemos recorrer ao direito
da autodefesa, consignado na Constituição dos USA, que afirma o direito do
cidadão á posse de armas, forma superior da garantia se autodefesa da cidadania
face ao Estado (...). A História da violência impune contra o nosso povo indica
claramente que temos de estar preparados para nos defendermos (...) não podemos
continuar a suportar a brutalidade, a violência e o racismo (seja qual for) (...)
”.
Malcolm
Little (assim era o seu nome, o sobrenome X, que adoptou, simbolizava o nome
africano perdido) nasceu em Omaha, Nebraska, no dia 19 de Maio de 1925. Filho
de Louise Norton Little e do orador baptista, Earl Little, um apoiante do
nacionalista negro Marcus Garvey, Malcolm gozou uma infância normal, entre os
seus sete irmãos, mas na adolescência "descarrilou". Vendeu drogas e
dedicou-se ao assalto e roubo. Foi preso várias vezes e numa das suas estadias
na cadeia aderiu à Nação Islâmica. Essa adesão transformou a sua vida.
Em
pouco tempo Malcolm tornou-se num dos grandes oradores e propagandistas da organização.
Ascendeu rapidamente na hierarquia do movimento negro islâmico, tornando-se um
dos seus melhores dirigentes. A discursar em comícios, meetings, palestras,
conferencias e acções de rua, pela Nação Islâmica, Malcom X era um dos nomes
mais indicados e com maiores apoios nas comunidades da Nação Islâmica. Mas
Malcolm rompe com a organização e forma a OAAU.
Foi
uma das mais notáveis figuras da América Negra do século XX. Representava a América
Urbana Negra, a sua cultura e a sua Politica. Militante activo na luta contra o
racismo e o colonialismo, possuía uma visão internacionalista da emancipação,
que partilhava com pan-africanistas como Du Bois e Paul Robertson. Aprendera com
Marcus Garvey a importância de construir instituições negras fortes e partilhou
com Martin Luther King Jr o ideal de Paz e Liberdade. Manteve contactos com Amílcar
Cabral e Eduardo Mondlane (e acompanhou de perto o desenvolvimento da
luta armada na Guiné-Bissau, conduzida pelo PAIGC e em Moçambique, conduzida
pela FRELIMO). Foi a Meca como peregrino, percorreu o Medio-Oriente e África
(só em 1964 viajou pelo estrangeiro mais de 6 meses, discursando na Europa,
Africa e Medio-Oriente). A CIA tinha um agente no seu encalço, um jornalista
que cruzou-se em diversas ocasiões com Malcolm X (mais tarde, apos o assassinato
de Malcolm X, este agente tentou infiltrar-se na FRELIMO e formou diversos
operacionais dos Serviços Secretos Sul-Africanos, no tempo do apartheid, em
Pretoria).
Um
ano antes da sua morte, Malcolm X foi a Detroit, onde discursou: " (...)
tal como o nacionalismo remove o colonialismo da Asia e de Africa, o
nacionalismo negro removerá o colonialismo das mentes de 22 milhões de
afro-americanos no nosso país. (...) os negros ouviram as falácias, as mentiras
e as falsas promessas dos brancos durante demasiado tempo. Tornaram-se
desiludidos. Tornaram-se desencantados. Tornaram-se insatisfeitos (...) as frustrações
na comunidade negra dos USA tornaram a situação mais explosiva que qualquer
bomba atómica que a Rússia possa inventar. (...) marchámos entre as estátuas de
Lincoln - um morto - e de Washington - outro morto - cantando We shall
overcome. (...) fizeram de nós tolos! Fizeram-nos pensar que íamos a algum lado
e, afinal, não fomos a lado nenhum, andámos apenas entre as estátuas de Lincoln
e de Washington. Por isso, hoje, o nosso povo está desiludido, desencantado,
insatisfeito e frustrado. Por isso temos de passar á acção (...)".
Este
discurso de Malcolm X - efectuado um ano antes do seu assassinato e já depois da
ruptura com a Nação Islâmica - demonstra a sua evolução ideológica e a sua
radicalização (no sentido primeiro e autentico da palavra: ir á raiz) politica.
Aliás este discurso político e ideológico de Malcolm X influenciou toda uma futura
geração de líderes comunitários negros nos USA e pode ser encontrado, uma
década depois, na Africa do Sul, em Steve Biko.
Quando
se converteu ao Islão, Malcolm assumiu o nome de El-Haji Malik El-Shabazz.
Curiosamente manteve no seu pseudónimo o nome cristão, Malcolm (o seu pai era um
pastor baptista) e o X indicativo da identidade africana perdida. Perdida,
talvez, mas não ignorada. Malcolm conhecia bem os meandros da política africana.
Uma vez, na embaixada do Quênia nos USA, o embaixador queniano, de forma nada diplomática
e mal-educada, disse-lhe que ele, Malcom ou El-Haji Malik "não tinha o
direito de ir ao Quénia (...)" que a "sua presença só causava
problemas às autoridades" do país. Com modos cavalheirescos e num tom
tranquilo (simultaneamente dando uma lição de comportamento diplomático e de
boa educação) Malcolm respondeu ao exaltado funcionário: "Bom, se os
senhores não fazem as coisas que o governo norte-americano faz, nem fazem as
coisas que o governo norte-americano manda fazer, então as autoridades
quenianas não precisam de preocupar-se com o que eu digo".
Esta
conversa com o prepotente funcionário queniano, revela o profundo conhecimento
que Malcolm X tinha da política africana: os governos progressistas, os regimes
neocoloniais e a dialéctica das lutas de libertação nacional no continente
africano (a luta de classes no seio do movimento de libertação nacional, a
emancipação cultural e o objectivo final das independências nacionais).
A
imagem que a propaganda oficial vende de Malcolm X é a de profeta da violência,
um racista negro e xenófobo (uma facção mais sofisticada da comunicação social
tóxica associa-o ao fascismo). Esta falsidade demonstra a falácia predominante
da versão histórica (o mais correcto é: "obsessão histérica") das
elites oligárquicas norte-americanas (brancas ou negras, anglo-saxónicas,
africanas ou hispânicas, caucasianas ou melanianas). Malcolm X não é uma voz
isolada num fenómeno de minorias raciais. Bem pelo contrário! O nacionalismo negro
norte-americano tem raízes profundas na História dos USA e Malcolm X foi um dos
seus mais proeminentes activistas e teóricos, num universo de pensadores e
homens de acção que reivindicam os anseios das massas negras norte-americanas
desde o século XVIII, algo que a máquina propagandística e a superstrutura ideológica do Império não gosta de mostrar á opinião pública internacional e muito menos
aos seus concidadãos. No seu lugar é montado um cenário hollywoodesco que passa
ao mundo (e em particular a África e á comunidade negra norte-americana) a
imagem idílica de um presidente negro na Casa Branca.
50
anos depois do assassinato de Malcolm X o povo afro-americano está cada vez mais
"desiludido, desencantado, insatisfeito e frustrado". As
manifestações desta realidade? Os motins, o mal-estar permanente, a violência
policial, os guetos pobres infestados de droga, prostituição e
miséria...pois...é, de facto, uma imagem haitiana a que melhor expressa a
realidade social norte-americana actual...
A
História sem fim ?
A
frustração manifesta-se na cidade de Fergunson, Missouri, mergulhada em
profundas tensões sociais, uma realidade do apartheid nos USA, apartheid
expresso pelo primeiro-ministro israelita, um Herodes que viajou à
capital do Império e vociferou a verborreia segracionista no Congresso, onde
foi ovacionado pelos senadores imperiais. À semelhança da elite sionista que
carrega o fardo árabe, a oligarquia imperial carrega o fardo negro. Chatices da
Historia, que leva os polícias brancos a assassinar negros porque são suspeitos
de terem feito algo que ninguém viu. Esta é a América meio século depois de
Malcolm...
Centros
opulentos e periferias miseráveis é uma contradição imanente do capitalismo,
faz parte da sua lógica específica, operada pela globalização do capital. O
discurso ideológico dominante ignora esta contradição, porque a solução deste
problema questiona a lógica do sistema. Ora, as ideologias dominantes são
visceralmente conservadoras. As instituições são consideradas eternas. Por isso
as ideologias do Poder (ou seja, a superestrutura do Poder, as visões do seu núcleo
central) adoptam os valores morais trans-históricos e são, todas elas, o Fim da
História.
Nas
sociedades anteriores ao capitalismo observamos que as ideologias do
parentesco, nas sociedades comunitárias (o primeiro estágio social, aquele que
evoluiu a partir da horda) e as ideologias da religião nas sociedades tributárias
(feudais) também transportam este mito do Fim da História. Não é a religião, na
percepção que faz de si própria, no seu dogma, uma resposta definitiva?
Legitimado pela religião no mundo feudal, o Fim da Historia é agora legitimado
pela eficiência económica, pela vulgata conceptual em que o capitalismo transformou
o mercado. A alienação religiosa foi substituída pela alienação económica.
O
discurso dominante amalgama os valores, misturando-os. Os princípios da
organização política (Estado de Direito, Direitos Humanos, Democracia), os
valores sociais (liberdade, igualdade, individualidade), os princípios de
organização da vida económica (propriedade privada, mercados) são submetidos à acção
trituradora e transformados num sumo incolor e sem sabor. Os valores são
apresentados (e vendidos) como se constituíssem um todo, uma lógica una e indivisível,
um pensamento único que identifica capitalismo e democracia como se fossem
farinha do mesmo saco ou frutos da mesma árvore.
Basta
um olhar rápido e descuidado pela Historia para verificar o contrário,
que afinal a democracia conquista-se, não é um produto natural do capitalismo.
Educação
e Cultura: Futuro ou Submissão
I - A
realidade cultural africana (aqui englobado o continente africano no seu todo e
as comunidades afrodescendentes na América e na Europa, geradas pela
escravatura e pela emigração) já não é a pré- colonial (o que seria impossível
e um fenómeno a-histórico e anacrónico) mas é produto dos elementos
tradicionais, misturados com os introduzidos pelos processos coloniais arabes e
europeus (islamismo e cristianismo) e pelas vivências dos afrodescendentes e
emigrantes que assumiram a América e a Europa como a sua nova casa. Mas a
cultura não existe sem um sistema difusor de um conjunto de valores e de
conhecimentos e sem um sistema de recepção que permita a percepção e o
conhecimento adquirido provindo das culturas externas, ou seja as culturas não
são compartimentos estanques, mas vivem e renovam-se no relacionamento, por
isso necessitam de pontes.
Um
dos sistemas difusores de valores e de conhecimento é o ensino. Uma política de
Educação que garanta e honre a Educação como direito baseia-se na única via que
permita o ensino chegar a todos, ou seja, envereda pela democratização do
ensino. Esta politica de pouco ou nada serve se o ensino (por muito acessível
que seja) for de baixo nível. Em África, durante os processos de emancipação
foi travada uma luta contra as autoridades coloniais em duas frentes: pelo
acesso ao ensino e pela qualidade do mesmo. Por exemplo nas África colonizada
pela França as autoridades coloniais permitiram aos africanos um maior acesso
ao ensino, mas com padrões inferiores de qualidade ao exigido na metrópole, o
que levou os nacionalistas africanos a exigirem a mesma qualidade de ensino
praticada em França, ou seja lutaram pela igualdade de oportunidades.
O
mesmo aconteceu nos USA onde os afro-americanos travaram as mesmas lutas pela
democratização e pelo elevado nível de qualidade do ensino democratizado, para
que estivessem numa situação de igualdade ao nível do conhecimento e tivessem
oportunidades iguais no mercado de trabalho. No entanto estas preocupações
foram ignoradas pela maioria dos Estados africanos após a independência e na
actualidade, em muitos desses Estados a educação é um negócio efectivo e um
direito esquecido, para além de um tema obrigatório nas campanhas eleitorais e
nas notas propagandistas dos governos.
A
perspectiva nacionalista afro-americana, com e após Malcolm X, aprofunda a luta
pelos direitos cívicos (que com Martin Luther King Jr transformaram-se num
grande movimento de massas) e reequaciona a questão cultural e toda a sua
complexidade no movimento de libertação nacional africano. O baixo nível de
escolaridade das comunidades negras norte-americanas era similar ao baixo nível
de instrução das colónias africanas. Tal como os movimentos afroamericanos, os
Estados africanos recém-independentes levaram a serio este problema. E
chegou-se a resultados inegáveis, no curto e médio-prazo, tanto nos USA, como em África. Por exemplo
antes de 1958 existia produção literária africana, mas publicada na Europa,
porque não existia uma imprensa africana e era escasso e insuficiente o número
de tipografias.
O
mesmo passava-se com os estabelecimentos de ensino. Hoje, de Dakar a Dar
Es-Salam, de Casablanca a Tananarive, de Lusaca ao Cairo, (não menciono o Cabo
-"do Cabo ao Cairo", como Cecil Rhodes - porque a África do Sul
encontrava-se noutra fase de evolução: ali o problema era o do acesso, como nos
USA), os estabelecimentos de ensino (escolas básicas, ensino medio, técnico-profissional
e universidades) são uma realidade, representativa do esforço de investimento público
feito pelos Estados africanos. (O ensino privado é recente na África independente, excepto na África anglófona. Surge em força na segunda metade da década
de 80. No resto do continente, fora do sector público existiam escolas
religiosas cristãs - católicas e protestantes - e islâmicas, estas com papel
preponderante na formação das elites técnicas e intelectuais norte-africanas).
II - Uma
questão cultural (e educacional) que nas últimas décadas assume particular
relevo nas políticas educacionais é a questão das Línguas nacionais. No início
das independências foi considerado o argumento de que as línguas nacionais
seriam obstáculos á unidade nacional (assim como o multipartidarismo),
argumento a que os sectores ditos Progressistas do movimento de libertação
nacional deram um retoque mais internacionalista ou pan-africanista, dependendo
do posicionamento ideológico (marxismo matiz soviética, maoismo,
terceiro-mundismo) e do alinhamento na guerra fria (alinhado assumido, alinhado
não-alinhado ou não-alinhado alinhado) afirmando que as línguas nacionais
seriam um obstáculo á unidade africana.
Existiam
também outras razões mais sérias e realistas, que prendiam-se com questões pedagógicas,
da gestão das alterações e dos impactos programáticos, ou sobre a preparação de
alfabetos, silabários, gramáticas e manuais. E uma questão que revelou-se
fundamental e que foi a causa da diferenciação: o quadro herdado pelos novos
Estados não era idêntico em todo o lado. Nas nações colonizadas pelos franceses
e portugueses o ensino era nas línguas do colonizador (francês nas colónias francesas, português nas colónias portuguesas). Nas nações colonizadas pelo Império Britânico o ensino primário era iniciado na língua materna das crianças
e só depois passava-se ao inglês, em três ou quatro anos.
Esta
diferença permite hoje avaliar os resultados obtidos pelas independências na área
do ensino. Nos Estados francófonos a taxa de insucesso escolar era enorme. Por
exemplo, já em 1971 o Mali apresentava uma taxa de insucesso escolar de 75%, só
no ensino primário. Estes números obrigaram os Estados africanos de Língua
Oficial Francesa a reverem a sua posição. Mali, Burkina Faso, Níger, Congo e
Guiné-Conakry são exemplos de uma mudança atempada que reverteu esta situação. Já
os Estados africanos que se libertaram do domínio britânico, não passaram por
este problema, demonstrando a superioridade de um sistema que parte da língua
materna dos alunos. Ghana, Nigéria, Quénia, Tanzânia, Botswana, Zâmbia e
Zimbabwe, são alguns exemplos que comprovam a solidez deste sistema, com
reduzidas taxas de insucesso, assegurando uma formação mais eficaz e dentro de parâmetros
de qualidade bastante razoáveis, introduzindo no mercado de trabalho quadros médios
e superiores em quantidade suficiente e com excelente preparação.
Por
outro lado a reivindicação do uso de línguas nacionais representa uma adaptação
á economia-mundo e á modernização do aparelho produtivo, permitindo que o
contacto com as ciências e tecnologias actuais se torne acessível a um maior
numero de africanos, ou seja, sejam acessíveis às massas e não segredos esotéricos
maçónicos ou rosacrucianos na posse de elites estéreis que não fazem qualquer
aplicação desse conhecimento, a não ser para as suas actividades predatórias,
corruptas e corruptoras. A vaga reivindicativa iniciada por inúmeros
intelectuais africanos (assim como afroamericanos e afro-europeus) nos anos 60
relativas á utilização das línguas nacionais (Cheikh Anta Diop, Pathé Diagne,
Abdou Moumouni, o filósofo togolês Laurent Ankundi, o filósofo camaronês
Maurice Towa, Paulin Houtondji ou homens de Estado como Nkrumah no Ghana e
Julius Nyerere na Tanzania, que traduziu o "Julio César" de
Shakespeare para suaíli), continuou nas décadas seguintes, até porque esta é
uma questão actual que deve ser situada num contexto politico-cultural
determinante para o pan-nacionalismo africano, essa sim, uma Nova Cultura
Politica que movimenta-se nas águas tépidas do pântano africano e alimenta-se
das lutas históricas da libertação de África e nas grandes batalhas pelos
direitos cívicos dos afroamericanos, no qual Malcom X é um eixo de referência.
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New
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Le
Monde, Archives.
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