segunda-feira, 9 de março de 2015

Portugal. O BOBO DA REPÚBLICA



Fernando Silva

A República de Portugal está doente, mal encarada, perdendo acentuadamente a dignidade pelo ridículo e subserviência que o bobo vem demonstrando. Quem mais que qualquer outro devia inverter a situação é quem a arrastou para a calamidade. Competiria ao Presidente da República dignificar a República, preenchê-la sempre mais e em vez disso faz o seu contrário. Esvazia-a de dignidade.

Portugal e os portugueses em vez de serem felizes, alegres e sorridentes andam em quase permanente vale de lágrimas. O bobo da corte, da monarquia, poderia dar um jeito de levar risos e causar semblantes felizes e até causar vidas prósperas e dignas mas Portugal é uma República e o bobo da República faz o contrário de um bobo da corte. Ninguém manda aos portugueses elegerem um bobo da República para Presidente. Agora têm aí o resultado. Devastação a quase todos os níveis. A República mirra acompanhada de uma múmia que corrói a dignidade de uma nação a caminho do milénio. E quem é esse bobo da República que tanto já referi? Gente. O bobo é Cavaco Silva. Sim. Esse, a quem Sousa Tavares referiu de palhaço.

Reparem. A definição de bobo para quem vai à Wikipédia diz com lucidez o seguinte: “Bobo da corte, bufão, bufo ou simplesmente bobo é o nome pelo qual era chamado o "funcionário" da monarquia encarregado de entreter o rei e rainha e fazê-los rirem. Muitas vezes eram as únicas pessoas que podiam criticar o rei sem correr riscos,uma vez que sua função era fazê-lo rir, assim como os palhaços fazem nos dias atuais.”

Um palhaço, pois então… Só que o que ocupa o cargo causa efeito contrário. Não faz rir mas sim chorar. E se fizer alguém rir é pelo excessivo ridículo a que leva suas atuações. Melhor rir que chorar, mesmo em tristeza absoluta.

Cavaco, o funcionário da República, arrancou de sopetão Portugal de Abril, das liberdades, dos direitos, das garantias constitucionais e está enterrando-o no marasmo penante dos constantes e exacerbados deveres ditatoriais. Tudo em parceria com o primeiro-ministro, deputados de uma maioria ressabiada e outros aliados da banca e do grande empresariado. Não tem graça. O que grassa é o desemprego, a fome, a miséria. Tudo resultado de terem eleito um bobo da República que se fez coadjuvar por trapalhões a que chamam governo mas que na realidade se governam e vendem o país. Mas para o bobo tudo está bem. Ele o diz. O governo o diz. Dizem que Portugal está melhor. Dizem isso sem graça. Ninguém ri. Ninguém fica feliz. Sabem agora que aquele bobo em Belém funciona ao contrário dos bobos da corte ou dos palhaços. É o bobo da República.

Sobre o bobo refere ainda a Wikipédia “bufão” e “bufo”. Sim. Portugal diz que aquele bobo foi PIDE. A PIDE era a polícia política do fascista e ditador Salazar. Os PIDES eram bufos. Bufavam, denunciavam os anti-salazaristas, os democratas, aqueles que fossem contrários ao regime ditatorial e colonial. Está com a certeza. Cavaco bobo da República, bufão, bufo… Gente. Mas tão sem graça. Tão prejudicial à democracia, ao país, aos que já levam anos de deceção e sonham com a renúncia de Cavaco ao cargo ou ao tempo que acelere e faça com que os cinco anos de mandato acabem logo ali ao virar da esquina de um qualquer temporizador amigo da democracia e dos portugueses massacrados por aquele bobo da República tão empedernido, tão convencido de suas sabedorias que nem repara na mediocridade que tem por recheio. 

Foi José Saramago que considerou Cavaco Silva génio da banalidade. Na atualidade podemos e devemos discordar. Génio da imbecilidade será muito mais apropriado a um bobo da República ao seu estilo. Dignidade, precisa-se na República Portuguesa. Gente, portugueses, façam tudo para a reconquistar. Já sabem que no Palácio de Belém o bobo fará o contrário. São os portugueses que têm de compensar todas as perdas com o seu esforço, para não perderem tudo e ficarem ao menos com algumas das coisas boas e dignas desse país a caminhar para o milénio. Dêem um grande basta ao bobo. Quase ia escrevendo bosta.

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