Passos
Coelho sabia que devia mais de 7500 euros à Segurança Social, mas quando foi
confrontado com uma dívida de 3900 euros pagou apenas o que lhe pediram e não
solicitou a liquidação total dos montantes em falta, correspondentes a 58 meses
de contribuições por regularizar.
O
primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, liquidou, em fevereiro, já depois de
questionado pelo jornal "Público", 3914,74 euros de dívida à
Segurança Social, correspondente a 32 meses de contribuições em atraso, juros
incluídos.
Este
montante havia sido apurado em janeiro de 2013, em resposta a uma carta de
Passos Coelho enviada à Segurança Social, em outubro de 2012, a solicitar o
pagamento das dívidas prescritas, algo que é possível fazer ao abrigo de um
programa específico, contando, assim, esse tempo para efeitos de reforma.
Mas,
noticia este sábado o "Expresso", o primeiro-ministro sabia que tinha
58 meses de contribuições em
falta. Pagou 38, "porque foi o valor indicado pelos
serviços, explicou o PM" àquele semanário. Passos deveria ter pago
aproximadamente 7500 euros (5016 de dívida mais os juros), em vez dos cerca de
quatro mil euros liquidados (2880 da dívida mais os juros).
Isto,
"apesar de Passos saber que não cumpriu as suas obrigações por um período
superior àquele que lhe estava a ser cobrado", noticia o
"Expresso". O semanário diz que o caso remonta a 26 de outubro de
2012, quando foi emitido um "Documento para pagamento de
contribuições/juros de mora", no valor de 7534,82 euros.
Fonte
da SS assegurou ao Expresso que esses valores acima de sete mil euros "são
totalmente falsos" e assegura que "o valor pago por este contribuinte
correspondeu integralmente ao valor constante em conta corrente no Sistema de
Informação da Segurança Social".
"A
diferença entre o valor cobrado a Passos e o valor da dívida explica-se com
problemas na centralização das bases de dados dos trabalhadores independentes",
explica o "Expresso". Criada em 2007, contabilizou apenas as dívidas
a partir de 2002, excluindo as anteriores, por estarem prescritas.
A
notícia só não explica como o valor emitido para pagamento, em janeiro de 2013,
de 3914,74 euros, é o mesmo pago pelo primeiro-ministro em fevereiro de 2015,
dado que esses valores incluem juros de mora, de "1% ao mês, no caso de dívida anterior a 2011",
segundo o site da Segurança Social, e calculados até ao último dia do mês
anterior ao pagamento.
Jornal
de Notícias - foto Manuel Teles / Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário