Jornalistas,
personalidades e observadores encontram-se na Beira e em Chimoio.
André
Baptista – Voz da América
A
missão integrada por observadores nacionais, personalidades, embaixadores e
jornalistas e que vai encontrar-se com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, foi
adiada para amanhã.
Inicialmente
prevista para hoje, a deslocação apenas acontece na quinta-feira, dia em que
Dhlakama deverá deixar o local onde se encontra em Gondola.
A
VOA sabe que já se encontram em Chimoio, capital da província de Manica, a
representante da liga dos direitos humanos Alice Mabota e Brazão Mazula, antigo
reitor da Universidade Eduardo Mondlane e primeiro presidente da Comissão
Nacional de Eleições depois do acordo de paz de 1992.
A
equipa de observadores nacionais é esperada na Beira.
Em
Chimoio, encontram-se acampados 16 jornalistas que foram convidados para
presenciar a saída de Afonso Dhlakama do esconderijo.
Em
entrevista ao jornal O País, divulgada hoje, o presidente da Renamo confirma
encontrar-se em Gondola, “não na vila” e “bem de saúde”.
“Em
menos de um mês, tentaram acabar com a minha vida, mas, porque Deus é grande,
não foi possível, porém, morreram meus seguranças”, disse Afonso Dhlakama,
reiterando que “por razões de segurança” não pode andar para nenhum sítio.
Dhlakama
garante não ter intenções de voltar à guerra porque se o quisesse “podia ter
incendiado Moçambique”.
Além
disso, na entrevista disse não querer vingar-se dos ataques.
“Sou
um ser humano, tenho família, tenho filhos, os meus filhos, por eu estar no
mato, ligam todos os dias a chorar. Mas eu não sou escravo da Frelimo”,
adiantou o presidente da Renamo, que concluiu dizendo que vai continuar “porque
é preciso que Moçambique continue a ter um homem como Dhlakama”.
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