quinta-feira, 29 de outubro de 2015

PR são-tomense e PM de Cabo Verde nos 40 anos da independência de Timor-Leste



Díli, 29 out (Lusa) - O Presidente são-tomense, o primeiro-ministro cabo-verdiano e o príncipe do Mónaco confirmaram que vão estar presentes nas celebrações do 40.º aniversário da declaração unilateral da independência de Timor-Leste, a 28 de novembro.

Angola deverá enviar um ministro em representação do chefe do Governo, disse à Lusa Dionísio Babo, ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos da Administração do Estado e da Justiça e ministro da Administração Estatal timorense.

"Ainda não tivemos confirmação sobre se virá alguém de Portugal, do Brasil ou da Indonésia. É possível que esteja o governador-geral da Austrália", disse Babo.

As autoridades timorenses estão a ultimar a agenda para as celebrações de 28 de novembro, que marcam ainda os 500 anos do primeiro contacto de navegadores portugueses com Timor-Leste.

As celebrações principais vão decorrer no enclave de Oecusse-Ambeno (os portugueses chegaram a Lifau, cidade que foi primeira capital de Timor-Leste), mas haverá também atos oficiais na capital, Díli, e nos restantes municípios do país.

Os convites para os chefes de Estado foram feitos pelo Presidente da República timorense, Taur Matan Ruak, enquanto os chefes de Governo foram convidados pelo primeiro-ministro, Rui Maria de Araújo. Os restantes convites partiram do gabinete de Dionísio Babo, que é responsável da comissão que está a organizar as comemorações.

Dionísio Babo disse à Lusa, na sua primeira entrevista de antecipação dos festejos, que estas celebrações assentam em três pilares: "Uma abordagem histórica com várias atividades, incluindo debates, encontros académicos e outros. Uma vertente cultural, com filmes e documentários, uma feira do livro, concertos musicais e teatro, entre outras. E uma vertente desportiva".

Previstos estão concertos que procurarão reunir, no mesmo palco - em Oecusse e Díli -, artistas do fado e de dois estilos musicais "influenciados pelo fado", as mornas de Cabo Verde e o keroncong indonésio.

O ponto alto das celebrações timorenses será a 28 de novembro, com a inauguração do novo monumento em Lifau.

Os convidados VIP deverão ser transportados para Oecusse no novo avião de Timor-Leste, o primeiro do país, que aterrou na quarta-feira em Díli, e em navios rápidos que já estão a funcionar.

"Estão ainda a ser preparados todos os alojamentos locais e a ser instaladas cerca de um milhar de tendas e lonas para acolher os visitantes", referiu Dionísio Babo.

Os principais convidados deverão ficar num hotel prefabricado com 50 quartos e seis 'suites'em construção, mas o Governo timorense diz que já lhe garantiram que "vai estar pronto a tempo".

Sobre as críticas que têm sido feitas às celebrações, Dionísio Babo afirmou que vêm de quem "não tem um conhecimento profundo" sobre o tema.

"Estamos aqui a dar valor a um ponto histórico da identidade timorense sobre o qual devemos sentir orgulho. A nossa história, quer queiramos quer não, começou dali, quando as duas civilizações se encontraram: uma proveniente da Europa, Portugal, e outra que já estava aqui", disse.

"Temos que nos sentir orgulhosos e afirmar mais a identidade timorense e não esquecer as nossas raízes", sublinhou.

Babo considerou que os timorenses devem "conhecer a sua história", incluindo a mais antiga, havendo novas descobertas arqueológicas que sugerem que os primeiros habitantes de Timor remontam há mais de 40 mil anos.

"Outros dizem que só há 3.000 anos porque datam daí instrumentos agrícolas que sugerem comunidades estabelecidas e não apenas nómadas", referiu o ministro.

"Tudo isso faz parte da nossa história. E devemos sentir orgulho nisso. Esta vai ser uma grande festa e vai correr tudo sem problemas", afirmou.

ASP // MP

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