domingo, 11 de janeiro de 2015

JE NE SUIS PAS CHARLIE (EU NÃO SOU CHARLIE)




Não me identifico com a representação degradante e 'caricatural' que Charlie Hebdo faz do mundo islâmico com toda a carga racista e colonialista.

José Antonio Gutiérrez D. - semanariovoz.com – em Carta Maior

Começo esclarecendo, antes de mais nada, que considero uma atrocidade o ataque às redações da revista satírica Charlie Hebdo em Paris e que não acredito, em qualquer circunstância, ser justificável transformar um jornalista, por mais duvidosa que seja sua qualidade profissional, em um objetivo militar. O mesmo é válido na França, assim como na Colômbia ou na Palestina. Tampouco me identifico com qualquer fundamentalismo, nem cristão, nem judeu, nem muçulmano, nem tampouco com o bobo-secularismo afrancesado, que considera a sagrada “République” uma deusa.

Faço esses esclarecimentos necessários porque, por mais que insistam os gurus da alta política que na Europa vivemos em uma “democracia exemplar” com “grandes liberdades”, sabemos que o Grande Irmão nos vigia e que qualquer discurso que fuja à cartilha é castigado duramente. Mas não acredito que censurar o ataque contra a Charlie Hebdo seja sinônimo de celebrar uma revista que é, fundamentalmente, um monumento à intolerância, ao racismo e à arrogância colonial.

Milhares de pessoas, compreensivelmente afetadas por esse atentado, fizeram circular mensagens em francês dizendo “Je suis Charlie” (Eu sou Charlie), como se esta mensagem fosse o último grito em defesa da liberdade. Pois então, eu não sou Charlie. Não me identifico com a representação degradante e “caricatural” faz do mundo islâmico em plena época da chamada “guerra contra o terror”, com toda a carga racista e colonialista que isso traz. Não posso ver com bons olhos essa constante agressão simbólica que tem como contrapartida uma agressão física e real, mediante os bombardeios e ocupações militares a países pertencentes a esse horizonte cultural.

Tampouco posso ver com bons olhos essas caricaturas e seus textos ofensivos quando os árabes são um dos setores mais marginalizados, empobrecidos e explorados da sociedade francesa, tendo recebido historicamente um trato brutal: não me esqueço de que no metrô de Paris, no começo dos anos 60, a polícia massacrou a pauladas 200 argelinos por demandar o fim da ocupação francesa em seu país, algo que já havia deixado um saldo estimado de um milhão de “incivilizados” árabes mortos.

Não se trata de inocentes caricaturas feitas por livres pensadores, mas sim de mensagens produzidas pelos meios de comunicação de massas (sim, ainda que se coloque como alternativa, Charlie Hebdo pertence aos meios de massas) carregadas de estereótipos e ódios, que reforçam um discurso que entende os árabes como bárbaros aos quais é preciso conter, desaraigar, controlar, reprimir, oprimir e exterminar.

Mensagens cujo propósito implícito é justificar as invasões a países do Oriente Médio assim como as múltiplas intervenções e bombardeios que, pelo o Ocidente, são orquestradas em defesa da nova partilha imperial. O ator espanhol Willy Toledo disse, em uma declaração polémica – por apenas evidenciar o óbvio –, que “O Ocidente mata todos os dias. Sem fazer barulho”. E isso é o que Charlie e seu humor negro ocultam sob a forma de sátira.

Não me esqueço do número 1099 da Charlie Hebdo, na qual se banalizava o massacre de mais de mil egípcios por uma brutal ditadura militar, que tem o consentimento da França e dos EUA, mediante uma uma capa que diz algo como: “Matança no Egito. O Corão é uma merda: não detém as balas”. A caricatura era a de um homem muçulmano todo furado, enquanto se protegia com o Corão. Haverá quem ache isso engraçado. Também, na sua época, os colonos ingleses na Terra do Fogo acreditavam que era engraçado tirar fotografias junto com indígenas que eles haviam “caçado”, com amplos sorrisos, espingarda na mão, e com o pé sobre o cadáver sangrento ainda quente.

Em vez de engraçada, essa caricatura me parece violenta e colonial, um abuso da tão fictícia como manipulada liberdade de imprensa ocidental. O que aconteceria se eu fizesse agora uma revista cuja capa dissesse o seguinte: “Matança em Paris. Charlie Hebdo é uma merda: não detém as balas” e fizesse uma caricatura do falecido Jean Cabut perfurado com uma cópia da revista em suas mãos? É claro que seria um escândalo: a vida de um francês é sagrada. A de um egípcio (ou a de um palestino, iraquiano, sírio etc.) é material “humorístico”. Por isso, não sou Charlie, pois para mim a vida de cada um dos egípcios perfurados é tão sagrada como a de qualquer desses caricaturistas hoje assassinados.

Já sabemos o que vem de agora em diante: haverá discursos para defender a liberdade de imprensa por parte dos mesmos países que em 1999 deram a bênção ao bombardeio da OTAN, em Belgrado, da estação de TV Pública sérvia por chamá-la de “o ministério de mentiras”; que se calaram quando israel bombardeou em Beirute a estação de TV AL-Manar em 2006; que se calam diante dos assassinatos de jornalistas críticos colombianos e palestinos. Logo, da bela retórica pró-liberdade virá a ação liberticida: mais macartismo dito “antiterrorismo”, mais intervenções coloniais, mais restrições a essas “garantias democráticas” em vias de extinção, e, é claro, mais racismo.

A Europa se consome em uma espiral de ódio xenófobo, de islamofobia, de antissemitismo (os palestinos são semitas, de fato) e este ambiente se faz cada vez mais irrespirável. Os muçulmanos já são os judeus do século XXI na Europa, e os partidos neonazistas estão se fazendo novamente respeitáveis 80 anos depois graças a este repugnante sentimento. Por tudo isso, em que pese a repulsa que me causam os ataques de Paris, Je ne suis pas Charlie.

Tradução de Daniella Cambauva - Créditos da foto: reprodução

O TERRORISMO, A EXTREMA-DIREITA E O SUICÍDIO EUROPEU




O ato terrorista contra os jornalistas do Charlie Hebdo é apenas a ponta do iceberg. A Europa inteira está assentada sobre uma bomba-relógio.

Flávio Aguiar – Carta Maior

O ato terrorista contra os jornalistas do Charlie Hebdo francês, em Paris, que também provocou a morte de um funcionário da revista, de dois policiais no ato e possivelmente de mais um em tiroteio posterior, é apenas a ponta de um iceberg.

A Europa inteira está assentada sobre uma bomba-relógio. Não é uma bomba comum, porque casos como o do Charlie Hebdo mostram que ela já está explodindo. Nas pontas da bomba estão duas forças antagônicas, com práticas diferentes, porém com um traço em comum: a intolerância herdeira dos métodos fascistas de antanho.

De um lado, estão pessoas e grupos fanatizados que reivindicam uma versão do islamismo incompatível com o próprio Islã e o Corão, mas que agem em nome de ambos. Os contornos e o perfil destes grupos estão passando por uma transformação – o que aconteceu também nos Estados Unidos, no atentado em Boston, durante a maratona, e no Canadá, no ataque ao Parlamento, em Ottawa.

Cada
vez mais aparecem “iniciativas individuais” nas ações perpetradas. Este tipo de terrorismo se fragmentou em pequenos grupos – muitas vezes de familiares – que agem “à la cria”, como se dizia, em ações que parecem “espontâneas” e até “amalucadas”, mas que obedecem a princípios e uma lógica cuja versão mais elaborada, para além da “franquia” em que a Al-Qaïda se transformou, é o Estado Islâmico que se estruturou graças à desestruturação do Iraque e da Síria. São fanáticos que negam a política consuetudinária como meio de expressão de reivindicações e direitos: negam, no fundo, a própria ideia de “direitos”, inclusive o direito à vida, como fica claro no gesto assassino que vitimou o Charlie Hebdo.

Do outro, estão os neofascistas – ou antigos redivivos – que se agarram à bandeira do anti-islamismo também fanático como meio de arregimentar “as massas” em torno de si e de suas propostas. Agem de acordo com as características próprias dos países em que atuam, mobilizando, de acordo com as circunstâncias, as palavras adequadas. No Reino Unido, criaram o United Kingdom Independence Party – UKIP, Partido da Independência do Reino Unido, nome malandro que oculta e ao mesmo tempo carrega a ojeriza pela União Europeia. Na França têm a Front Nationale da família Le Pen, que mobiliza o velho chauvinismo francês que lateja o tempo todo desde o caso Dreyfus, ainda no século XIX. Na Alemanha é feio ser nacionalista alemão, desde o fim da Segunda Guerra. Então criou-se um movimento – PEGIDA – que se declara de “Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente”, procurando uma fachada pseudamente universalista para seus preconceitos anti-Islã e anti-imigrantes.

Esta, aliás, é a bandeira comum destes movimentos: fazer do imigrante ou do refugiado político ou econômico o bode-expiatório da situação de crise que o continente vive, assim como no passado se fez com o judeu e ainda hoje se faz com os roma e sinti(ditos ciganos). Na Itália este fascismo latente se organiza com o nome de “Liga Norte”, mobilizando o preconceito social contra o sul italiano, tradicionalmente mais empobrecido. São movimentos que, embora busquem por vezes o espaço da política partidária, como é o caso do UKIP e da Front Nationale, ou mesmo da Liga Norte, têm como cosmovisão a negação da política como espaço universal de manifestação de direitos e reivindicações. Negam a política como campo de manifestação das diferenças, barrando ao que consideram como alteridade o direito à expressão ou mesmo aos direitos comuns da cidadania. O exemplo histórico mais acabado disto foi o próprio nazismo que, chegando ao poder pelas urnas, fechou-as em seguida.

O caldo de cultura em que vicejam tais pinças contrárias à vigência dos princípios democráticos é o de uma crise econômico-financeira que se institucionalizou como paisagem social. Na Europa a tradição é a de que crises deste tipo levam a saídas pela direita. O crescimento do UKIP e da Front Nationale, partidos mais votados nas respectivas eleições para o Parlamento Europeu, em maio de 2013, é eloquente neste sentido. Na Alemanha as manifestações de rua do PEGIDA vêm crescendo sistematicamente, atingindo o número de 18 mil pessoas na última delas, na cidade de Dresden, reduto tradicional de manifestações nostálgicas em relação ao passado nazismo devido a seu (também criminoso) bombardeio ao fim da Segunda Guerra pelos britânicos.

Deve-se notar, como fator de esperança, que manifestações contra estas formas de intolerância – o terrorismo que reinvindica o Islã como inspiração e os movimentos de extrema-direita – têm tomado corpo também. Houve manifestações de solidariedade aos mortos na França em várias cidades europeias e na Alemanha manifestações contra o PEGIDA reuniram milhares de pessoas em diferentes cidades. Mas pelo lado da exprema-direita cresce a aceitação de suas palavras de ordem na frente institucional (líderes do novo partido alemão Alternative für Deutschland têm acolhido reivindicações do PEGIDA) e junto à opinião pública. Na Alemanha recente pesquisa trouxe à baila o dado preocupante de que 61% dos entrevistados se declararam “anti-islâmicos”.

Como ficou feio alegar motivos racistas, o que se alega agora no lado intolerante é a “defesa da religião” ou a “incompatibilidade cultural”. Os assassinos do Charlie Hebdo gritavam – segundo testemunhas – estarem “vingando o profeta”, referência a caricaturas de Maomé consideradas ofensivas. Na outra ponta jovens da Front Nationale, também no ano passado,  recusavam a pecha de racistas e declaravam aceitar o mundo muçulmano – em “seus territórios”, não na Europa agora dita “judaico-cristã”, puxando para seu aprisco a etnia ou religião que a extrema-direita europeia antes condenava ao ostracismo, ao campo de concentração e ao extermínio.

Os partidos e políticos tradicionais, em sua maioria, estão brincando com fogo, sem se dar conta, talvez. Não aceitam o reconhecimento, por exemplo, que grupos por eles apoiados na Ucrânia são declaradamente fascistas, homofóbicos e até antissemitas. Preferem exacerbar o sentimento antirrusso e anti-Putin. Durante mais de uma década as duas agências do serviço secreto alemão concentraram-se em esmiuçar a vida dos partidos e grupos de esquerda (além dos possíveis terroristas islâmicos) e negligenciaram criminosamente o controle sobre os grupos e terroristas alemães. No momento o “grande terror” que se alastra no establishment europeu não é o de que a extrema-direita esteja em ascensão, embora isto também preocupe, mas é o provocado pela possibilidade de que um partido de esquerda, o Syriza, vença as eleições na Grécia (marcadas para 25 de janeiro), forme um governo, e assim ponha em risco os sacrossantos pilares dos planos de austeridade.

Nega-se o pilar da democracia: contra o Syriza agitam-se as ameaças de expulsão da Grécia da zona do euro e até da União Europeia; ou seja, procura-se castrar a livre manifestação do povo grego através da chantagem política e econômica.

Se as coisas continuarem como estão, poderemos estar assistindo o suicídio da Europa que conhecemos. O que nascerá destes escombros ainda se está por ver, mas boa coisa não será, nem para a Europa, nem para o mundo.

(*) Originalmente publicado no Blogue do Velho Mundo, na Rede Brasil Atual.

TERRORISTAS DE ESTADO MARCHAM EM PARIS CONTRA O TERRORISMO?



Bocas do Inferno

Mário Motta, Lisboa

Os jornalistas têm sido vítimas de bárbaros assassínios ao longo da existência e exercício da profissão. Nos últimos anos o número de jornalistas assassinados por todo o mundo subiu como não há memória. Terrorismo seletivo contra aqueles profissionais chega aos nossos olhos com degolações e disso fazem garbo os seus terríveis assassinos. Há dias foi em Paris. De rajada 12 profissionais do jornal satírico Charlie Hebdo foram assassinados, outros 10 estão gravemente feridos e a receberem tratamentos adequados em hospitais da capital francesa. Dois terroristas cometeram em Paris o vil ato de atentarem contra as vidas de trabalhadores daquele jornal e contra a liberdade de expressão. Outros atos de terrorismo se sucederam em Paris após o do Charlie. A hedionda ação terrorista merece a repulsa de todos que prezam a vida, a liberdade e a democracia – pese embora que na Europa a democracia já é algo fictício. Ninguém, no seu juízo perfeito, defensor de valores da vida e da democracia, da justiça, se inibe de condenar vivamente aqueles atos terroristas. Aqueles e outros. Também os atos de terrorismo que estadistas e Estados exercem sobre os cidadãos inocentes. E a Europa não está livre de não conter em muitos dos seus governos executantes de terrorismo, mais que não seja o terrorismo económico, para além do terrorismo praticado em invasões de países e matança de civis inocentes com objetivos de subjugação, exploração e geoestratégia. Pese-se ainda mais o apoio que a UE oferece aos nazis na Ucrânia, o que pode ser o prenúncio do nazismo encapotado que alimenta ideologicamente governantes europeus e  mais além no ocidente, os EUA.

Bernard Holtrop, cartoonista do jornal satírico Charlie Hebdo, afirmou com todas as letras que os sobreviventes do Charlie Hebdo vomitam sobre todas as pessoas que se dizem amigas do jornal e seus trabalhadores, desvalorizando a onda de hipócrita solidariedade que tem sido manifestada.

Bernard Holtrop, explicou que a maior parte do apoio tem chegado por parte de pessoas que “nunca viram o Charlie Hebdo”.

“Para o cartoonista todo este apoio de pessoas como Vladimir Putin, Papa Francisco e rainha Isabel II dá-lhe vontade de “rir”. Pode ler-se na notícia que publicamos mais em baixo com origem no Jornal de Notícias.

Não refere o cartonista que a manipulação à volta dos atos terroristas ocorridos em Paris nos últimos dias são igualmente motivo de muitos vómitos. A indiscutível reprovação e condenação dos referidos atos não deve cegar os cidadãos porque também o terrorismo de Estado merece o mesmo trato. Igual reprovação e condenação. Contudo esse terrorismo, exercido indiscriminadamente sobre povos (civis) do Médio Oriente, da Ásia e de África nunca mobiliza um milhão de manifestantes europeus em Paris ou noutra capital europeia, para além de os responsáveis que decidem tais operações militares gozarem de estatutos de impunidade que até lhes permite receberem por retorno promoções, nomeações em cargos nunca anteriormente sequer sonhados pelos próprios beneficiários. Lembro o caso de Durão Barroso (outros exemplos existem), à data primeiro-ministro de Portugal, que após se ter aliado a George W. Bush – com Blair e Asnar – para a invasão do Iraque à revelia da ONU, foi nomeado Presidente da Comissão Europeia, abandonando inusitadamente o cargo de primeiro-ministro em Portugal. Se não foi a compensação de um favor...

As tropas da coligação no Iraque a quantos inocentes civis levaram o terror e a morte? E quem colocou os militares no terreno com ordens para destruir e matar não é terrorista? Quantas dezenas de milhares de inocentes civis foram aterrorizados e assassinados desde então e até à atualidade? Por certo existiam vias de diálogo e diplomacia para que fossem evitadas ações bélicas com produção de tantas vítimas humanas mas esse não era o objetivo do terrorista W. Bush, que mentiu a todo o mundo sobre o “perigoso arsenal militar existente no Iraque às mãos de Sadam”. Levar o terror ao povos são atos terroristas. Muitos estadistas do passado e da atualidade encaixam perfeitamente no conceito.

Na atualidade os atos terroristas de países do ocidente continuam a existir. Condenar povos à fome e à miséria também se enquadra em atos terroristas no conceito de muitos cidadãos. Na Europa viram-se já imensas manifestações contra a fome e a austeridade - principalmente nos países do sul – e não tem sido por isso que o terror da miséria e da fome abrandou. E isso porque existem imensas famílias europeias que continuam a sobreviver nesse terror. Nessa sujeição imposta por governantes que consciente ou inconscientemente exercem terrorismo sobre os seus povos. Um aspeto é certo: agem em obdiencia servil e total aos Mercados e a Ângela Merkel. Onde está a diferença de uns terroristas e de outros? Será que é por uns usarem botas cardadas e atuarem com estradalhaço, dispararem metralhadoras e acabarem logo ali com a vida de inocentes, enquanto outros usam pantufas, fortes doses de hipocrisia e vão destruindo e matando lentamente? Não é pelos diferentes modos de atuarem que não são terroristas.

E são exatamente esses que hoje se colam à manifestação de Paris. Imagine-se que até Netanyahu, PM de Israel que exerce verdadeiro terrorismo dizimante de vidas inocentes na Palestina, se manifesta contra o terrorismo e marcha ao lado de outros estadistas, dizem que cerca de 50. Também de Portugal marcha em Paris Passos Coelho. Um terrorista da fome e miséria a que condenou muitos portugueses. E são estes maus exemplos que em Paris se colaram a algo que cidadãos franceses pretenderam organizar em solidariedade com as vítimas do Charlie Hebdo e na defesa da liberdade de expressão. Liberdade de expressão que tantas vezes é manipulada pelos estadistas marchantes em Paris. Liberdade de expressão que é tolhida a jornalistas que perderam as forças necessárias para defendê-la nos órgãos de comunicação social em que trabalham porque se o fizerem declaradamente a “prateleira” e o desemprego espera-os.

É de um descaramento inqualificável assistirmos à colagem de políticos a marchantes em Paris que participam numa manifestação que devido a eles ganhou a chancela de alta manipulação e que certamente não era o desejado pelos seus promotores. Mas é o que se vê e daqui foi ganho terreno para justificar maior controlo dos cidadãos europeus no Espaço Schengen, na Internet, noutras comunicações, em quase tudo. É o controlo à laia de Hitler numa Europa que caminha para o nazismo pelas mãos de Merkel e seus servis pares dos governos dos restantes países europeus que se dizem União Europeia. União de alguns das elites a exercerem a subjugação de milhões. Puro terrorismo.

Foto: Philippe Wojazer / Reuters

Paris - Atentados: Manifestações acontecem um pouco por toda a Europa




As manifestações de solidariedade para com as vítimas dos atentados de Paris sucedem-se um pouco por toda a Europa, juntando dezenas de milhares de pessoas em cidades como Londres, Bruxelas, Viena ou Berlim.

De acordo com as agências internacionais, mais de 20 mil pessoas participaram em Bruxelas numa homenagem às vítimas dos ataques da semana passada em Paris, a que se juntam 12 mil em Viena e cerca de 18 mil em Berlim, para além de mais de mil em Londres.

As homenagens oscilam na forma, desde um gigantesco 'placard' eletrónico com a inscrição 'Bruxelas é Charlie' em flamengo, inglês e francês, até pessoas que participam nas marchas envolvidas em grandes bandeiras francesas, passando pelos cânticos da 'Marselhesa', o hino nacional francês.

Em Londres, por exemplo, foram várias as pessoas que levaram lápis para as manifestações, segurando-os apontados ao céu, em defesa da liberdade de expressão e solidariedade para com as vítimas, estando também prevista a iluminação das fontes de Trafalgar Square e da Ponte da Torre (Tower Bridge) com as cores da bandeira francesa.

Em Berlim, a AFP dá conta de um manifestante com uma t-shirt onde se lê "Checkpoint Charlie Hebdo - Freiheit ohne Grenzen' (Liberdade sem Fronteiras).

A grande manifestação dá-se em Paris, onde dezenas de políticos internacionais e mais de um milhão de pessoas encheram as ruas da capital numa 'marcha republicana' contra o terrorismo religioso fundamentalista.

Desde quarta-feira, registaram-se três incidentes violentos na capital francesa, incluindo um sequestro, que, no total, fizeram 20 mortos, incluindo os três autores dos atentados, e começaram com o ataque ao jornal Charlie Hebdo.

Kouachi Sharif, de 32 anos, e o seu irmão mataram 12 pessoas, incluindo dois polícias na quarta-feira, durante o ataque ao Charlie Hebdo, tendo fugido durante dois dias e depois encontrados nos arredores da capital francesa, acabando por morrer num tiroteio com a polícia.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Grécia: SONDAGENS DÃO VITÓRIA DO SYRIZA NAS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS




A duas semanas das eleições legislativas na Grécia, as sondagens dão vitória ao partido de esquerda Syriza face aos conservadores da Nova Democracia, atualmente no poder, mas a diferença é curta, oscilando entre os 2% e os 4%.

A agência EFE cita hoje algumas sondagens divulgadas na imprensa grega, sendo que em comum todas dão a vitória ao Syriza, liderado por Alexis Tsipras, face à Nova Democracia, do primeiro-ministro grego Antonis Samaras.

Uma sondagem do instituto Kapa, divulgada pelo diário grego To Vima, dá o Syriza em primeiro lugar com 28,1%, com a Nova Democracia a atingir os 25,5%.

Já uma outra análise, do instituto Pulse e publicada pelo Eleftheros Typos, dá uma vantagem maior do partido liderado por Alexis Tsipras: 30,5% contra 27% do partido de Samaras.

Uma terceira sondagem, feita pela empresa Metron Analysis para o diário de Atenas Parapolitika, dá a maior diferença de todas, com o Syriza a obter 34,1% face aos 30% da Nova Democracia.

Em todas, há ainda que ter em atenção a percentagem de indecisos, que oscila entre os 10 e os 12%.

As legislativas de 25 de janeiro na Grécia, tidas como decisivas para o futuro do país, inclusive a nível europeu, serão disputadas entre o partido de esquerda Syriza, de Alexis Tsipras, e os conservadores da Nova Democracia, no poder, encabeçado por Samaras.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Charlie Hebdo: Um milhão de pessoas participa na marcha de Paris contra o terrorismo




A encabeçar o desfile segue o presidente Francês, François Hollande, acompanhado pela chanceler alemã, Angela Merkel, e por outros dirigentes políticos europeus.

marcha, que junta vários quadrantes políticos, intelectuais e religiosos de França partiu da Praça da República e vai percorrer diversas artérias até terminar na Praça da Nação.

Desde quarta-feira, registaram-se três incidentes violentos na capital francesa, incluindo um sequestro, que, no total, fizeram 20 mortos, incluindo os três autores dos atentados, e começaram com o ataque ao jornal Charlie Hebdo.

Jornal de Notícias

Leia mais em Jornal de Notícias

“Vomitar nas pessoas”: Cartoonista do Charlie Hebdo desvaloriza onda de apoio




Um dos cartoonistas do Charlie Hebdo desvaloriza o apoio que tem sido dado à publicação desde o ataque da passada quarta-feira e diz mesmo “vomitar” nas pessoas que, “de repente”, se dizem amigos do jornal satírico.

O ataque de quarta-feira à redação do Charlie Hebdo deixou 12 vítimas, das quais oito eram cartoonistas.

Em entrevista ao jornal alemão Volkskrant, Bernard Holtrop, cartoonista do jornal satírico, desvaloriza a solidariedade que tem havido para com a publicação.

“Nós vomitamos em todas as pessoas que, de repente, dizem que são nossas amigas”, disse Bernard Holtrop, explicando que a maior parte do apoio tem chegado por parte de pessoas que “nunca viram o Charlie Hebdo”.

Para o cartoonista todo este apoio de pessoas como Vladimir Putin, Papa Francisco e rainha Isabel II dá-lhe vontade de “rir”.

Bernard Holtrop não estava na redação do jornal na passada quarta-feira, pois era dia de reunião de editores e o cartoonista dispensa sempre este tipo encontros.

“Nunca vou às reuniões dos editores porque não gosto delas. Acho que elas me salvaram a vida”, referiu ao jornal francês Liberation.

Notícias ao Minuto

Air Ásia – Indonésia: Mergulhadores encontram caixa negra mas não a conseguem recuperar




Jacarta, 11 jan (Lusa) -- Os mergulhadores indonésios encontraram hoje a caixa negra do avião da Air Asia desaparecido no mar de Java há uma semana com 162 pessoas a bordo, anunciou o Ministério dos Transportes da Indonésia.

Os mergulhadores "encontraram um elemento muito importante, a caixa negra do voo Air Asia QZ8501", disse um responsável do ministério.

Mas os profissionais envolvidos nas buscas não conseguiram recuperar o equipamento por estar preso entre os destroços do avião, acrescentou a mesma fonte.

AH // MSF

Sri Lanka: Presidente derrotado suspeito de planear golpe de Estado




O ex-Presidente do Sri Lanka, derrotado pelo rival Maithipala Sirisena nas presidenciais de 08 de janeiro, planeou "um golpe de Estado" para permanecer no poder em caso de derrota, afirmou hoje um porta-voz do novo Governo.

"As pessoas pensam que a transição se fez pacificamente. Não é de todo o caso", declarou Mangala Samaraweera à imprensa.

"A primeira coisa que o novo gabinete vai analisar é o projeto de golpe de Estado (fomentado) pelo presidente Rajapakse", que não vingou porque os chefes do exército e da polícia "se recusaram a servi-lo", disse.

Mahinda Rajapakse, 69 anos, reconheceu a derrota na eleição presidencial na manhã de 09 de janeiro, mesmo antes dos resultados definitivos e prometeu assegurar uma transição de poder tranquila.

O Presidente cessante, que disputava um terceiro mandato, disse apenas que se inclinava "perante a vontade do povo".

Mas, segundo a nova maioria, tentou obter o apoio do chefe do exército, Daya Ratnayake, e do inspetor-geral da polícia N. K. Illangakoon, no sentido da suspensão do processo democrático.

De acordo com o porta-voz do Governo, este último "recusou-se veementemente a participar num golpe de Estado" e o chefe do exército opôs-se igualmente.

"Alguns dirigentes estrangeiros também falaram com o Presidente Rajapakse e convenceram-no a assegurar uma transição pacífica", afirmou Mangala Samaraweera: "Não sabemos quem são, mas sabemos que esses dirigentes se encontraram com ele", disse.

Lusa, em Notícias ao Minuto

DHLAKAMA AMEAÇA CRIAR REPÚBLICA “SECESSIONISTA” DO CENTRO E NORTE DE MOÇAMBIQUE




Maputo, 11 Dez (AIM) - O Líder da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique e antigo movimento rebelde, Afonso Dhlakama, ameaçou este sábado criar uma república secessionista do Centro e Norte de Moçambique, integrando seis das sete províncias destas duas regiões do país.

Dhlakama, que não reconhece os resultados das eleições de 15 de Outubro passado por considerar que o sufrágio foi fraudulento, anunciou a sua pretensão durante um comício que teve lugar no largo junto ao edifício dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), na cidade da Beira, a capital da província central de Sofala.

Dhlakama e o seu partido têm vindo a acusar os órgãos eleitorais, nomeadamente a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), de terem manipulado os resultados eleitorais, não obstante os seus quadros fazerem parte destes orégãos a todos os seus níveis, e terem estado representados inclusive nas mesas de voto.

Para Dhlakama, a chamada
República do Centro e Norte de Moçambique irá integrar as províncias de Sofala, Manica, Tete, Zambézia (no Centro), Nampula e Niassa (norte), onde ele assume ter vencido.

Segundo os resultados das últimas eleições gerais, já validados pelo Conselho Constitucional (CC), nas presidenciais, Filipe Nyusi, da Frelimo, obteve 57 por cento e Dhlakama ficou em segundo lugar com 36,6 por cento, enquanto Daviz Simango, do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), ficou em terceiro com 6,04 por cento.

Por sua vez, nas legislativas, a Frelimo, partido no poder, venceu com 55,68 por cento, elegendo 144 deputados. A Renamo obteve 32,95 por cento (89 lugares no Parlamento) e o MDM ficou em terceiro, com 8,4, tendo conseguido 17 mandatos.

Das seis províncias que Dhlakama ameaça governar, apenas em cinco delas saiu vitorioso (Sofala, Tete, Manica, Zambézia e Nampula). A Frelimo venceu na província do Niassa tanto nas legislativas quanto nas presidenciais.

Entretanto, daquelas cinco províncias, nas legislativas, a Renamo apenas teve supremacia em Sofala, onde conseguiu dez, dos 21 mandatos no parlamento, contra oito da Frelimo e três do MDM, e na Zambézia, com 22 mandatos, contra 18 da Frelimo e cinco do MDM.

Em Manica, a Renamo e a Frelimo tiveram igual número de mandatos, oito cada, enquanto em Nampula, a Renamo conseguiu 22 mandatos, o mesmo que a Frelimo, enquanto o MDM teve três.

'A Renamo vai formar os governos provinciais nas seis províncias e eu, Afonso Dhlakama, passarei a ser presidente da república do centro e norte de Moçambique', declarou Dhlakama durante o comício.

Contudo, o líder da Renamo disse que, com a formação da república do centro e norte, não quer dividir o país nem dar independência a esta região, mas 'autonomia política e económica' das províncias, não sendo necessários passaportes para circular entre a zona sul e o centro e norte de Moçambique.

'Não me venha a Frelimo dizer que é inconstitucional, porque em nenhuma parte do mundo a Constituição não é emendável. Há democracias no mundo com províncias autónomas', afirmou Dhlakama.

Num outro desenvolvimento, Dhlakama manifestou-se disponível para negociar com o Governo, indicando, porém, que ele é 'superior política e militarmente', daí que não se irá 'ajoelhar perante a Frelimo' nem recuar e, se for necessário, 'governará à força' na república que pretende criar.

O líder da Renamo chegou ao local do comício escoltado por viaturas protocolares da Polícia moçambicana e elementos da sua segurança armada.

Depois da Beira, seu bastião, Dhlakama promete realizar um périplo por outras províncias do Centro e Norte do país, para depois escalar a região Sul.

(AIM) DT

Moçambique: Pelo menos 58 vítimas mortais de aparente envenenamento em Chitima




Pelo menos 58 pessoas, várias da mesma família, perderam a vida no distrito de Cahora Bassa, na província de Tete, em consequência da aparente ingestão de uma bebida de fabrico caseiro, conhecida localmente por pombe, durante uma cerimónia que aconteceu na sexta-feira(09) em Chitima, vila sede deste distrito do centro de Moçambique. Há uma criança de dois anos está entre as vítimas mortais. Outras quatro dezenas de pessoas, de ambos os sexos, está a receber tratamento médico no Centro de Saúde de Chitima e no Hospital Rural do Songo.

As vítimas tomavam parte num funeral em Chitima assim como outras dezenas de pessoas, segundo uma fonte contactada telefonicamente pelo @Verdade. Enquanto aguardavam pela chegada da urna, que ainda estava na morgue do Hospital do Songo, decidiram dirigir-se uma residência vizinha e adquirir a bebida caseira para consumo, destilada a partir de farelo, prática habitual na região em cerimónias similares.

Ao que tudo indica foi adquirido um tambor, com cerca de 200 litros de pombe, que foi consumido por pelo menos 121 pessoas de ambos os sexos e de várias idades. "Alguns deles, que não estão neste número, compraram a bebida para posterior consumo.

Na madrugada de sábado(10) dezenas de pessoas começaram a dar entrada no Centro de Saúde de Chitima com "diarreia, vómitos, dor abdominal e fraqueza geral, uma boa parte das pessoas entram em estado de incosciência".

Vários desses pacientes acabaram por ser transferidos para o Hospital Rural do Songo, devido a gravidade do seu estado clínico e a pouca capacidade de tratar tantos doentes em Chitima.

De acordo com a nossa fonte até cerca das 14 horas de sábado tinham sido admitidos no Hospital Rural do Songo 25 pessoas, cinco acabaram perdendo a vida nessa tarde. "A essa hora já se contabilizavam 23 pessoas mortas em Chitima".

Até as 18 horas contabilizavam-se 26 vítimas mortais no Centro de Saúde de Chitima e outras cinco no Hospital Rural do Songo.

Entretanto, até as 10 horas deste domingo(11), o número de vítimas mortais não parou de aumentar: mais seis mortos no Hospital Rural do Songo e mais 21 mortos no Centro de Saúde de Chitima.

"Na madrugada de ontem(sábado) para hoje(domingo) deram entrada sete pessoas no Hospital Rural do Songo vindos de Chitima, e as 8h30 deram entrada mais oito pessoas (...) muitos deles vem por meios próprios nem passam sequer pelo Centro de Saúde de Chitima" relatou-nos a nossa fonte.

A Directora Provincial da Saúde em Tete, Carla Mosse, citada pela Rádio Moçambique, disse que as autoridades não têm ainda conhecimento das causas da tragédia, avançando que estão a ser colhidas amostras não só da bebida em causa, como também da urina e sangue e conteúdos gástricos que serão enviados à capital do país, Maputo.

"Não temos capacidade interna para análises. As amostras serão enviadas para Maputo e eventualmente para a África do Sul" revelou Carla Mosse, adiantando que só a partir dos resultados das análises se saberá se a causa das mortes foi por envenenamento ou não.

Entretanto a nossa fonte refere ter sido encontrado um frasco pequeno dentro do tambor(do pombe consumido) que continha partículas verdes "daí surge surge a suspeita de envenenamento". A fabricante da bebida caseira, e um filho seu, também estão entre as vítimas mortais o que dificulta apurar o que poderá ter acontecido com a bebida.

Entre os doentes em tratamento no Hospital Rural do Songo, que teve de requisitar os serviços de todo o seu pessoal médico disponível (pouco mais de uma dezena de profissionais entre médicos e enfermeiros), está uma cidadã grávida.

Adérito Caldeira – Verdade (mz)

Portugal: SERVIÇO EVENTUAL DE SAÚDE



Isabel Moreira – Expresso, opinião

O controlo da atividade do executivo não passa por sublinhar o que acontece como deve acontecer; passa por denunciar o que consubstancia uma falha da governação.

É o caso da situação caótica vivida diariamente nas urgências hospitalares. Não se trata de um episódio, mas do espelho de um problema maior, de nome SNS, e dessa coisa inevitável em política: escolhas.

Foi visível para todos, e vivido por tantos, o medo de entrar num hospital em época especial, de conhecimento do Governo, mesmo do secretário de Estado que alertou para o "estranho" facto de o Natal ter sido a uma quinta-feira (ainda assim, a 25 de dezembro).

Há muito tempo que a Ordem dos Médicos, a Ordem dos Enfermeiros, os sindicatos, as comissões de utentes e muitas outras entidades afirmam que os serviços, incluindo os serviços das urgências, foram reduzidos ao mínimo e nalguns casos abaixo do aceitável.

Não é, no entanto, necessário citar instituições. Milhares de utentes sabem que faltam médicos, enfermeiros, administrativos, auxiliares, macas, e equipamento médico.

Por outro lado, o ministro desaparecido em combate não consegue explicar a vantagem de impedir os Hospitais de contratar médicos e outros profissionais, antes recorrendo a a empresas de prestação de serviços.

É mentira que seja possível afirmar-se que os cortes no SNS (o dobro do previsto no memorando) não ponham em causa este pilar do Estado social.

Ficamos à espera da famosa reforma hospitalar atirada para a gaveta? Aguardamos sabendo nós que esta falha no SNS faz parte de um paradigma de destruição dos serviços públicos?

De facto, qual é o espanto? Da Educação, à Justiça e ao SNS a palavra comum é "desmantelamento".

Como defendeu o PS na AR, o MS tem de permitir a contratação directa dos médicos pelas administrações hospitalares; alargar os horários de funcionamento dos serviços de cuidados de saúde primários, agindo proactiva e preventivamente e não apenas em reacção aos problemas como aconteceu no caso do despacho 34/2014 do Sr Secretário de Estado Adjunto que, apenas em 29 de Dezembro, já depois do caos instalado, determinou o alargamento dos horários de funcionamento dos centros de saúde; prosseguir a reforma dos cuidados de saúde primários definida pelo governo anterior; abrir ou no mínimo não encerrar, as unidades de cuidados continuados integrados, muitas delas já construídas.

Isto seria o normal.

Sucede que o anormal, o sistemático desmantelamento dos serviços públicos, passou a "vida habitual".

Sindicato da Construção de Portugal lamenta morte de 35 trabalhadores em 2014




Em 2012 morreram 43 trabalhadores, em 2013 morreram 34 e no último ano foram 35 as vítimas mortais em acidentes de trabalho

O presidente do Sindicato da Construção de Portugal criticou hoje o desinvestimento nas condições de higiene e segurança de trabalho no último ano, que contribuiu para a morte de 35 trabalhadores.

“Há um desinvestimento muito grande no sector relacionado com as condições de trabalho”, frisou Albano Ribeiro, segundo o qual esta foi uma das causas do aumento do número de acidentes de trabalho que vinha a diminuir desde 1997, ano com 196 vítimas.

De acordo com o sindicalista, em 2012 morreram 43 trabalhadores, em 2013 morreram 34 e no último ano foram 35 as vítimas mortais em acidentes de trabalho.

Lamentando a falta de apoio do governo para as campanhas de 2014 realizadas pelo sindicato sobre higiene, saúde e segurança no trabalho, o sindicalista defendeu que “só não aconteceu o pior porque o sindicato investiu muitos milhares de euros”.

Em 2014 o sindicato realizou “mais de 265 acções pedagógicas”, preparando-se para arrancar com uma nova campanha de sensibilização pela segurança no trabalho para 200 trabalhadores já na próxima quarta-feira.

O dirigente sindicalista apontou também o dedo aos projectos de reabilitação urbana em curso por todo o país e que contribuíram “para o aumento do número de acidentes de trabalho no sector da construção”.

Na origem destes acidentes estão, para Albano Ribeiro, a falta de uma estratégia nacional para a reabilitação urbana que levam a situações de “ausência total de maios de protecção quer individuais quer colectivos”.

Em resposta, o sindicato irá levar ao governo uma proposta no sentido de ser criada uma comissão de fiscalização prévia das obras de reabilitação urbana autorizadas pelas câmaras municipais e que deve ser composta por quatro partes: fiscais da autarquia, ACT, sindicato e representante patronal.

Albano Ribeiro pretende que a comissão se desloque “ao terreno antes de os trabalhadores começarem a trabalhar para confirmar se estão acauteladas instalações sociais (…) e se há um plano de segurança”.

Contra o que designa como “escravatura contemporânea”, o sindicato irá, durante os próximos meses, percorrer vários países da Europa: França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Suíça.

Lusa, em jornal i

“THE NEW YORK TIMES” ELEGE ALENTEJO COMO DESTINO A VISITAR EM 2015




O Alentejo é um dos 52 destinos mundiais a visitar este ano eleitos pelo jornal norte-americano "The New York Times", sobretudo devido ao vinho, à gastronomia e ao céu estrelado da região, foi hoje anunciado.

O Alentejo surge em 38º lugar entre 52 destinos que o jornal norte-americano sugere para 2015.

Na nota dedicada à região portuguesa, que começa com as perguntas "Aborrecido de Bordéus? Farto da Toscânia?", o jornal apresenta a região como «alternativa aos destinos vinícolas e enogastronómicos mais reconhecidos a nível internacional» e aponta o vinho, a gastronomia e o céu estrelado como razões para a visitar este ano.

No artigo, o jornal destaca várias unidades turísticas do Alentejo, como o Torre de Palma Wine Hotel (Monforte), as herdades da Malhadinha (Beja) e da Comporta (Alcácer do Sal), o "resort" L'AND Vineyards (Montemor-o-Novo) e o Ecorkhotel (Évora).

Já em dezembro, a revista britânica "House & Garden", no seu suplemento "Gourmet Travel", também destacou o Alentejo, num artigo com o título "A fine vintage" ("Uma fina colheita").

No artigo, a revista refere que «saboreou os prazeres simples e as tradições cheias de charme» do Alentejo, «onde a comida é preparada com amor e orgulho» e destaca o Ecorkhotel, o Convento do Espinheiro, o Vitória Stone Hotel e o restaurante "O Fialho" (Évora) e a Herdade do Esporão (Reguengos de Monsaraz).

Também a revista "Jamie Magazine", do conhecido chef britânico Jamie Oliver, destaca o Alentejo na edição deste mês, com um artigo intitulado "The Good Life" ("A boa vida") em que a gastronomia é o alvo de todas as atenções.

TSF

Mais lidas da semana