@Verdade,
editorial
Teve
início, nesta quarta-feira, a III Sessão Ordinária da Assembleia da República
e, como sempre, a abertura, o Parlamento não trouxe nada de novo. Mas, na
verdade, pouco importa os assuntos discutidos naquela que é cinicamente chamada
de “Casa do Povo”, até porque os moçambicanos já estão habituados ao teatro
protagonizado por aqueles 250 actores amadores de muito mau gosto. Aliás, aqui
o problema é outro.
Diante
da dramática situação que o país atravessa nos últimos dias, é indiscutível que
o Parlamento moçambicano é exemplo mais bem acabado de um covil de insensíveis,
que vivem à custa dos nossos impostos e ainda fingem estar preocupados com a
população.
Todos
os dias, os moçambicanos são obrigados a abandonarem as suas terras devido a um
guerra provocada por um bando de ganancioso que já garantiram no seu orçamento
um aumento salarial. Enquanto os tais doutos senhores afogam-se em
sucessivos e massificados almoços regados com vinho dos mais caros que há no
mercado, fingindo discutir assuntos que apoquentam o povo, milhares de pessoas
clamam por um cessar fogo para continuar com a sua machamba.
Na
verdade, os três partidos instalados na Assembleia da República movimentam-se
para defender os interesses pessoais e dos seus partidos políticos – na sua
maioria, não explicado. De um lado, está a turma dos “Camaradas” que, com
aquele ar de meros empregados públicos cientificamente preparados para
reproduzir e fazer passar os interesses da Frelimo, afirma que continuará a
privilegiar o diálogo como forma de ultrapassar quaisquer divergências. Porém,
a realidade tem sido outra. Aliás, a Frelimo prossegue indiferente ao eleitor,
ao povo e à opinião pública.
No
meio, continua os “bobos da corte”, que, em busca de holofotes, vem com
conversa para boi dormir, ao afirmar que os moçambicanos não merecem uma outra
guerra, tampouco uma reedição de uma era de violação sistemática dos direitos
humanos e de um Estado Autoritário. Limitam-se apenas a dizer isso e fazem
ouvidos moucos ao sofrimento do povo. Do outro lado, encontra-se a turma dos
que se dizem pela Paz e Democracia, quando na verdade continuam com o (péssimo)
hábito de jogar tudo na sua vingança, além de fingir que é oposição.
No
final do dia, como povo, continuaremos a assistir a esses indivíduos sem
nenhuma réstia de sentimento a darem beijinhos uns aos outros, numa
demonstração de que estão marimbando-se para o sofrimento do povo.
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