Natália
de Santana Revi – Afropress, opinião
O
Brasil está vivendo um momento sócio-político interessante para ser estudado e
devidamente analisado.
Um
país extremamente desigual onde meritocracia virou regra, como se todos
tivessem direito às mesmas oportunidades.
Onde
pobre virou sinônimo de vagabundo.
Onde
programa social, para ajudar os miseráveis, virou sinônimo de estímulo ao
comodismo.
Onde
cota racial é visto como racismo ao reverso, se isso existe.
Onde
um único negro que chega ao Supremo é visto como regra geral, cada um pode
"chegar lá".
Onde
afirmar afrobrasilidade é negar brasilidade.
Onde
direitos trabalhistas dado às empregadas domésticas é visto como uma ameaça
à elite acostumada com servidão dos tempos de colônia.
Onde
aeroporto, para as elites está muito popular, virou rodoviária.
Onde
filhinho de papai se acha no direito de chamar Chico Buarque de merda.
Onde
nordestino ainda é visto como a escória do Brasil.
Onde
o Congresso Nacional virou palanque de igreja evangélica.
Onde
traficante vira evangélico e fecha Terreiros.
Onde
seguidor de religiões de matriz africana levam pedrada na cabeça.
Onde
professor apanha e aluno não tem direito à educação de qualidade.
Onde
Direitos Humanos é "direito dos manos".
Onde
muitos pensam que a maioridade penal vai acabar com a violência crônica no
Brasil.
Onde
o médico não quer trabalhar no SUS ou ir à áreas remotas, mas quer impedir quem
vem de Cuba para suprir a demanda.
Onde
ser a favor do casamento gay é ser contra a "tradicional família".
Onde
ser estuprada ainda é culpa da mulher.
Onde
certos políticos não aprendem a perder.
Onde
um Lobão é o rei dos coxinhas.
Onde
um único partido virou o único corrupto da história do Brasil.
Onde
o presidente que mais trouxe mudanças sociais e promoveu inclusão no país
é o maior vilão da história e quase que tem de pedir perdão por não ter diploma universitário.
Onde,
onde vais parar meu Brasil?
Sem comentários:
Enviar um comentário