Três
pessoas morreram e outras 23 ficaram feridas na sequência de oito ataques de
supostos homens armados da Renamo na semana passada no centro de Moçambique,
informou hoje a Polícia moçambicana.
"No
total, entre os dias 5 e 11, nós registamos oito ataques de homens da Renamo
[Resistência Nacional Moçambicana], que causaram três mortes", disse o
porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Inácio
Dina, falando durante uma conferência de imprensa de balanço semanal da
atividade policial em Maputo.
De
acordo com o porta-voz do Comando Geral da PRM, os incidentes foram registados
nas províncias da Zambézia, Manica e Sofala, centro de Moçambique, e deixaram,
além de vítimas, que incluem uma criança de três anos, danos avultados.
"É
uma situação triste e que merece o repúdio de todas as forças da
sociedade", afirmou o porta-voz da polícia moçambicana.
Além
de escoltar viaturas no troço entre Muxúnguè e o rio Save, na principal estrada
que liga o sul e o centro ao norte de Moçambique, de acordo com Inácio Dina, as
forças de defesa e segurança estão a posicionar-se nos considerados
"pontos negros", locais que têm registado com frequência incidentes
envolvendo os homens armados da Renamo.
"Nós
estamos posicionados nestes pontos para assegurar que as pessoas circulem à
vontade, garantindo a sua segurança contra estas ações criminosas",
afirmou o porta-voz da PRM, avançando, sem mais detalhes, que já há pessoas
detidas em conexão com estes ataques.
Na
manhã de segunda-feira, três pessoas ficaram feridas num novo ataque de homens
armados a uma coluna escoltada pelo exército no troço Save-Muxúnguè, Sofala,
centro de Moçambique, e várias viaturas sofreram danos, disseram testemunhas à
agência Lusa.
O
ataque ocorreu a escassos quilómetros de Muxúnguè, quando um grupo de homens
armados disparou e dividiu a primeira coluna, que fazia o trajeto
Muxúnguè-Save, relatou uma testemunha.
"Tínhamos
andado pouco depois que saímos de Muxúnguè, e de repente os caros pararam,
afinal estavam a ser metralhados. A coluna ficou dividida. O carro blindado da
escolta seguiu com parte dos carros e mais tarde voltou para pegar a outra
metade", contou à Lusa.
A
instabilidade em Moçambique tem vindo a deteriorar-se, com acusações mútuas de
ataques armados, raptos e assassínios de dirigentes políticos, além do registo
de milhares de pessoas da província de Tete em fuga para o vizinho Malaui.
A
polícia atribui ao braço armado da Renamo vários ataques a tiro nas últimas
semanas nas principais estradas das províncias de Sofala, Manica e Zambézia,
uma acusação que o maior partido de oposição nunca desmentiu.
O
agravamento da crise política e militar levou o Presidente moçambicano, Filipe
Nyusi, a dirigir uma carta convite ao líder da Renamo para a retoma do diálogo,
mas Afonso Dhlakama condicionou as conversações à presença da mediação do
Governo da África do Sul, Igreja Católica e União Europeia.
A
Renamo ameaça tomar o poder, a partir de março, em seis províncias onde
reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.
EYAC
(PMA/AYAC) // VM - Lusa
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