Pela
primeira vez, menos de 10% da população global vive com US$ 1,90 por dia;
África Subsaariana e Sul da Ásia devem fazer os maiores avanços até 2030.
Mariana Ceratti, do
Banco Mundial em Brasília para a Rádio ONU
Em
2030, 4% da população do planeta viverá em extrema pobreza se a economia
continuar crescendo como na década entre 2002 e 2012. O dado é do estudo Indicadores
de Desenvolvimento Global, do Banco Mundial, que neste ano tem como foco os 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
O
relatório ainda aponta que, caso o crescimento econômico global seja igual ao
dos últimos 20 anos, 6% de toda a população será extremamente pobre, ou seja,
viverá com US$ 1,90 ao dia.
Extrema
Pobreza
Erradicar
a pobreza em todas as formas, em todo o mundo, é o primeiro dos Objetivos
adotados pelas Nações Unidas em setembro do ano passado.
Segundo
o estudo do Banco Mundial, a África Subsaariana e o Sul da Ásia terão as
reduções mais drásticas nos percentuais de extrema pobreza se continuarem
crescendo como no período 2002-2012.
Nesse
ritmo, 20% dos africanos e 1,1% dos asiáticos do sul serão extremamente pobres
em 2030.
América
Latina
Já
a América Latina faria poucos progressos em 2030 mesmo que crescesse como na
década anterior a 2012, um período de bonança para a região.
Acontece
que a economia latino-americana entrou, em 2016, no quinto ano de
desaceleração, preocupando os especialistas em desenvolvimento.
Hoje,
5,6% dos latino-americanos vivem com até US$ 1,90 ao dia, ante os 17,8%
registrados em 1990.
Para
não perder os avanços sociais dos últimos anos, os economistas da região
estudam novas formas de estimular o crescimento latino-americano sem depender
tanto das matérias-primas, como ocorreu nos anos de bonança.
Um
dado positivo do relatório é que, pela primeira vez, menos de 10% da população
global vive em extrema pobreza. Em 1990, eram 37%.
O
estudo do Banco Mundial ainda destaca que as iniciativas de proteção social
também são fundamentais para ajudar os países a cumprir o primeiro Objetivo de
Desenvolvimento Sustentável. Entre esses programas, estão os de transferências
de renda, alimentação escolar, mercado de trabalho e seguridade social.
Cerca
de 60% dos mais pobres da América Latina estão assegurados por programas desse
tipo, contra apenas 15% na África Subsaariana. Nessa e em outras regiões, é
preciso aumentar a cobertura e a eficiência de tais programas, de acordo com o
relatório.
ONU/Envolverde - Foto: Mariana Ceratti / Banco Mundial
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