Pierre
Leconte [*]
O
conjunto da classe política francesa e europeia dita "de governo",
tanto de direita como de esquerda [NR] ,
não podendo confessar que se enganou totalmente sobre o euro e o Super-Estado
europeu que ela moldou na dissimulação e que continua a apoiar inutilmente,
quando ambos fracassaram e não são reformáveis, não apresenta mais qualquer
alternativa crível de mudança política, social, económica e monetária
construtiva. As populações europeias justamente cada vez mais exasperadas pela
nulidade dos seus dirigentes actuais – tão incapazes como seus antecessores
imediatos ou seus sucessores prováveis (que são igualmente os mesmos) de
apresentar a menor perspectiva de correcção – estão à beira da crise de nervos.
Em França, um país frágil e pauperizado, profundamente dividido, a situação é quase insurreccional porque o presidente actual mentiu ao fazer-se eleger com um programa oposto em todos os pontos àquele que pratica, indo de fracassos em fracassos, com excesso de arrogância sem qualquer concertação, e persistindo em cumprir as ordens da Alemanha de romper o modelo social e o direito do trabalho que os franceses querem conservar. Tendo a sua popularidade caído ao nível mais baixo de todos os chefes de Estado franceses, não tendo mais maioria parlamentar, portanto mais legitimidade, ele deve partir. Se ele persistir e se agarrar ao poder deixará ao seu sucessor um país irreformável e ingovernável que irá fracassar. Se a direita UMP – Os Republicanos pensa que voltará ao poder propondo um programa de desmantelamento das conquistas sociais e da precarização generalizada da população (de Hollande – Valls – Macron agravados) sem por em causa os tratados europeus, ela se engana pesadamente... Não se reforma um país contra a vontade do seu povo!!! Na mesma ordem de ideias, o marquês de Mirabeau (1715-1789) dizia: "Pode-se fazer tudo com baionetas excepto sentar em cima delas!"
Em França, um país frágil e pauperizado, profundamente dividido, a situação é quase insurreccional porque o presidente actual mentiu ao fazer-se eleger com um programa oposto em todos os pontos àquele que pratica, indo de fracassos em fracassos, com excesso de arrogância sem qualquer concertação, e persistindo em cumprir as ordens da Alemanha de romper o modelo social e o direito do trabalho que os franceses querem conservar. Tendo a sua popularidade caído ao nível mais baixo de todos os chefes de Estado franceses, não tendo mais maioria parlamentar, portanto mais legitimidade, ele deve partir. Se ele persistir e se agarrar ao poder deixará ao seu sucessor um país irreformável e ingovernável que irá fracassar. Se a direita UMP – Os Republicanos pensa que voltará ao poder propondo um programa de desmantelamento das conquistas sociais e da precarização generalizada da população (de Hollande – Valls – Macron agravados) sem por em causa os tratados europeus, ela se engana pesadamente... Não se reforma um país contra a vontade do seu povo!!! Na mesma ordem de ideias, o marquês de Mirabeau (1715-1789) dizia: "Pode-se fazer tudo com baionetas excepto sentar em cima delas!"
Os
partidos soberanistas anti-europeus ganharão portanto cada vez mais peso. Mas
como estes partidos não podem, em princípio, ultrapassar "o telhado de
vidro" que os mantêm abaixo da maioria absoluta necessária para chegar ao
poder, os diversos países da União Europeia e/ou da zona euro estão condenados
a desmoronarem-se, mais ou menos rapidamente, uns após os outros, em convulsões
político-sociais que destruirão sua estabilidade relativa actual assim como as
identidades e as independências dos seus povos.
Presa
entre as exigências dos EUA e a chantagem turca, submersa por migrações
crescentes que os seus políticos inconscientes estimulam, a Europa encontra-se
no olho do furacão de uma desestabilização global agravada pela ameaça de
atentados islamistas organizados no exterior pelos mesmos terroristas que ela
sustenta financeira ou militarmente (Al Nostra e outras sucursais da Al Quaida
aliadas do El-Daesh que combatem o regime legal sírio) ou no interior pelos
islamistas-salafistas instalados no seu território que ela continua a aceitar
ao invés de expulsar.
Importante:
Importante:
Além
disso, a Europa é o continente que globalmente apresenta o crescimento
económico mais fraco, a deflação melhor instalada e a taxa de desemprego mais
elevada (exceptuando alguns países emergentes ou da África). Apesar do facto de
as taxas de juro negativas que afectam a sua moeda única arruinarem seus
poupadores e de as suas taxas de tributação recordes impedirem todo
investimento produtivo rentável duradouro.
Enquanto ela persegue os fantasmas da mundialização sem limites e da livre troca desigual impulsionada pelos EUA, que querem a qualquer custo impor-lhe o TAFTA para benefício único das suas grandes empresas multinacionais, ao invés de por um fim à austeridade à alemã que a mata e de cessar sua política da oferta totalmente ultrapassada para recentrar-se numa política da procura estimulando seu consumo doméstico e seu mercado interno, que para ela são as únicas fontes de crescimento e de emprego no momento em que a Grande Estagnação mundial rompe as oportunidades externas.
Enquanto ela persegue os fantasmas da mundialização sem limites e da livre troca desigual impulsionada pelos EUA, que querem a qualquer custo impor-lhe o TAFTA para benefício único das suas grandes empresas multinacionais, ao invés de por um fim à austeridade à alemã que a mata e de cessar sua política da oferta totalmente ultrapassada para recentrar-se numa política da procura estimulando seu consumo doméstico e seu mercado interno, que para ela são as únicas fontes de crescimento e de emprego no momento em que a Grande Estagnação mundial rompe as oportunidades externas.
Sem
prejuízo dos Brexit e Grexit que despontam no horizonte, cuja efectivação
introduziria uma completa desorganização da UE e da zona euro, assim como
crises de endividamento e bancária espanhola, portuguesa e italiana que estão
prestes a derrapar.
Ou
da arrogância dos dirigentes da Europa contra a Rússia, tanto pela sua
manutenção de sanções mutuamente destrutivas como pela pressão constante da
NATO visando perpetuar uma tensão inútil com Moscovo, o que também tem como
consequência impedir o encontro de uma solução pacífica dos conflitos sírio e
do Médio Oriente, quando se trata do único meio de fazer cessar a submersão
migratória da Europa mantida pela Turquia, em favor da qual acabará por abdicar
(não só ao pagar dezenas de milhares de milhões ao seu ditador Erdogan como
também ao conceder aos 80 milhões de turcos a liberdade de viajar sem visa!!!).
29/Maio/2016
[NR] Por "esquerda" o autor
refere-se a sociais-democratas, a comunistas mutantes como os da direcção do
PCF e a aldrabões como os do Syriza grego, Podemos espanhol ou Nuit Debout
francês. Note-se que o artigo adopta uma óptica conservadora, pois o seu
autor é defensor da Escola Austríaca de economia. Resistir.info
publica-o como documento, o que não representa endosso a todas as ideias
expostas.
[*] Economista, fundador do Fórum Monetário Europeu para a Paz e o Desenvolvimento.
O original encontra-se em www.forum-monetaire.com/delitement-europeen-renforcement-americain/ e emleblogalupus.com/...
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
[*] Economista, fundador do Fórum Monetário Europeu para a Paz e o Desenvolvimento.
O original encontra-se em www.forum-monetaire.com/delitement-europeen-renforcement-americain/ e emleblogalupus.com/...
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
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