Hoje
não há Expresso Curto. Ups! Afinal não há Expresso Curto tradicional mas uma
espécie disso. É que hoje quem tira a cafeína é o senhor Nicolau Santos, um
milagreiro na máquina cafeeira… Qual quê! No teclado do PC, melhor dito… Ou será um portátilzinho?
Pois. Nicolau parece que não está no país das maravilhas, como estava o
falecido Breyner quando estava vivinho de Serpa. Mas isso são outras chávenas.
Vamos nesta de hoje com loiça do tio Balsemão Quinta da Marinha Bilderberg y
Impresa ou Coisa Assim. Pois. Até amanhã, se não morrermos. Urge despachar
isto. Pois é. Leiam sobre o dia do pai… Tch…. Qual pai? Quais filhos? Tch… Isso já foi chão que deu uvas e que atualmente está árido. Tsh... Ai
se as paredes falassem. Mais em baixo há "coisa" sobre poesia. Isso sim. (MM / PG)
O
Dia do Pai cujos filhos emigraram
Nicolau Santos - Expresso
Bom
dia. Este é o seu Expresso Curto
Ontem passou mais um Dia do Pai. O nome devia mudar para Dia do Pai do Emigrante. É que há poucas famílias da chamada classe média que não tenham pelo menos um filho emigrado, quando não dois ou mesmo três. No meu círculo de amigos, um dos casais tem os dois filhos fora, ele em Sidney, ela em Londres; outro, tem a única filha em Edimburgo; outro ainda tem uma filha em Londres, outra na Escócia e só uma vive cá; outro tem duas filhas em Londres e outra cá; eu tenho um filho em Sillicon Valley e a filha cá.
É bom para eles? Fora de causa. É muito bom, do ponto de vista profissional e financeiro, além da rede de contactos que entretanto constroem e que lhes será muito útil pela vida fora. Além disso, tornam-se cidadãos do mundo e ficam aptos a trabalhar em qualquer ponto do globo. A contrapartida é que não voltam – ou muito poucos voltarão. Por falta de oportunidades profissionais interessantes mas também pela baixa remuneração que lhes é proposta e que não tem qualquer comparação com o que lhes é oferecido no estrangeiro, com os estudos que fizeram e com o trabalho que desenvolvem. Mais que não fosse – e há outras razões que dificultam o regresso, como relacionamentos afectivos com pessoas doutros países entretanto estabelecidos – aqueles motivos são mais que suficientes para não pensarem voltar a Portugal, pelo menos tão cedo.
É que a esmagadora maioria não emigrou porque estivesse desempregado. Estavam quase todos a trabalhar. Emigraram porque o que aqui lhes pagavam era demasiado irrisório e sem perspectivas de melhoria rápida para quem sabe o que valem os conhecimentos especializados que dominam.
É essa uma das conclusões de um estudo promovido pela Fundação AEP com o apoio da União Europeia/Feder, que está a ser realizado há alguns meses junto da Diáspora (com especial incidência na Europa), sob a direção do investigador Pedro Góis, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e que será revelado em meados de Abril.
E a prova é que embora mais de 70% desses jovens portugueses qualificados digam que querem regressar, 66,8% dizem que não pensam fazê-lo antes de três anos e quase 40% acrescentam que não pensarão em tal coisa antes de cinco anos. É, como se compreende, uma resposta de alguém que precisa de tempo para decidir. Mas que também precisa de estímulos para regressar: projetos interessantes e inovadores e remuneração compatível. E isso não se vê no horizonte. Pelo contrário. O processo de ajustamento devastou a economia portuguesa. Antes da crise, Portugal tinha 35 empresas entre as 100 maiores da Península Ibérica. Agora tem apenas seis. Quem pode agora oferecer salários competitivos e projectos desafiadores para fazer regressar a maioria dos jovens talentos que emigrou? Quase nenhuma empresa, como é óbvio. O país perdeu a maioria da geração mais bem preparada que alguma vez teve.
Ontem passou mais um Dia do Pai. O nome devia mudar para Dia do Pai do Emigrante. É que há poucas famílias da chamada classe média que não tenham pelo menos um filho emigrado, quando não dois ou mesmo três. No meu círculo de amigos, um dos casais tem os dois filhos fora, ele em Sidney, ela em Londres; outro, tem a única filha em Edimburgo; outro ainda tem uma filha em Londres, outra na Escócia e só uma vive cá; outro tem duas filhas em Londres e outra cá; eu tenho um filho em Sillicon Valley e a filha cá.
É bom para eles? Fora de causa. É muito bom, do ponto de vista profissional e financeiro, além da rede de contactos que entretanto constroem e que lhes será muito útil pela vida fora. Além disso, tornam-se cidadãos do mundo e ficam aptos a trabalhar em qualquer ponto do globo. A contrapartida é que não voltam – ou muito poucos voltarão. Por falta de oportunidades profissionais interessantes mas também pela baixa remuneração que lhes é proposta e que não tem qualquer comparação com o que lhes é oferecido no estrangeiro, com os estudos que fizeram e com o trabalho que desenvolvem. Mais que não fosse – e há outras razões que dificultam o regresso, como relacionamentos afectivos com pessoas doutros países entretanto estabelecidos – aqueles motivos são mais que suficientes para não pensarem voltar a Portugal, pelo menos tão cedo.
É que a esmagadora maioria não emigrou porque estivesse desempregado. Estavam quase todos a trabalhar. Emigraram porque o que aqui lhes pagavam era demasiado irrisório e sem perspectivas de melhoria rápida para quem sabe o que valem os conhecimentos especializados que dominam.
É essa uma das conclusões de um estudo promovido pela Fundação AEP com o apoio da União Europeia/Feder, que está a ser realizado há alguns meses junto da Diáspora (com especial incidência na Europa), sob a direção do investigador Pedro Góis, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e que será revelado em meados de Abril.
E a prova é que embora mais de 70% desses jovens portugueses qualificados digam que querem regressar, 66,8% dizem que não pensam fazê-lo antes de três anos e quase 40% acrescentam que não pensarão em tal coisa antes de cinco anos. É, como se compreende, uma resposta de alguém que precisa de tempo para decidir. Mas que também precisa de estímulos para regressar: projetos interessantes e inovadores e remuneração compatível. E isso não se vê no horizonte. Pelo contrário. O processo de ajustamento devastou a economia portuguesa. Antes da crise, Portugal tinha 35 empresas entre as 100 maiores da Península Ibérica. Agora tem apenas seis. Quem pode agora oferecer salários competitivos e projectos desafiadores para fazer regressar a maioria dos jovens talentos que emigrou? Quase nenhuma empresa, como é óbvio. O país perdeu a maioria da geração mais bem preparada que alguma vez teve.
OUTRAS NOTÍCIAS
O PSD confirmou ontem a candidatura de Teresa Leal Coelho à presidência da Câmara de Lisboa. O nome indicado pelo líder do PSD, Pedro Passos Coelho, foi aprovado pela comissão política distrital de Lisboa dos sociais-democratas por 23 votos a favor, dois nulos, dois brancos e um voto contra.
A escolha, contudo, não é pacífica nem entusiasma a nação laranja. Luís Marques Mendes, ex-dirigente do PSD, disse no seu habitual comentário político na SIC que as eleições vão ser “um passeio” para Fernando Medina, atual presidente da Câmara de Lisboa e o mais que provável candidato do PS ao cargo. E tudo porque, na sua opinião, com tanto avanço e recuo, fica a imagem de que Teresa Leal Coelho é “uma solução de último recurso”. Com tudo isto, disse “é o próprio Passos Coelho que fica diretamente em xeque”. E porquê? Porque a vice-presidente do PSD e deputada é uma escolha pessoal do líder do partido. “Se tudo correr mal, é o líder, ele próprio, a ser responsabilizado”.
Na Alemanha, o ex-presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, foi eleito líder do Partido Social-Democrata (SPD) alemão com 100% dos votos dos delegados ao congresso extraordinário. Quem disse que é só na Coreia do Norte que existem votações tão esmagadoras? Schulz sucede na liderança a Sigmar Gabriel, atual vice-chanceler e ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de coligação liderado por Angela Merkel. Nas sondagens, o SPD surge apenas um ponto atrás da União Democrata-Cristã (CDU) da chanceler alemã.
Cantinho de Trump: a Alemanha deve “importantes montantes” à NATO e aos Estados Unidos, que lhe “fornecem uma defesa muito poderosa e muito cara”, escreveu o presidente norte-americano num “tweet” no sábado, menos de 24 horas depois de se ter reunido pessoalmente pela primeira vez com a chanceler alemã, Angela Merkel, na Casa Branca.
Resposta seca do Governo de Berlim: “Não há nenhuma conta onde estejam registadas dívidas [da Alemanha] à NATO”, afirmou a ministra alemã da Defesa, Ursula Von der Leyen, num comunicado, acrescentando que as contribuições para a NATO não devem ser o único critério para medir o esforço militar da Alemanha.
Em França, o centrista Emmanuel Macron, líder do movimento “En Marche”, conseguiria mais votos que a líder da extrema-direita Marine Le Pen na primeira volta das Presidenciais francesas e venceria com 64% dos votos na segunda, de acordo com uma sondagem divulgada ontem. As notícias são boas para a Europa mas é bom não confiar: as sondagens já nos deram demasiados desgostos nos últimos meses.
Em Israel, o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, disse que a aviação israelita destruirá os sistemas de defesa aérea da Síria se o exército de Bashar al-Assad voltar a disparar mísseis contra aviões israelitas. “A próxima vez que os sírios usarem os seus sistemas de defesa aérea contra os nossos aviões, vamos destruí-los sem a menor hesitação”, afirmou à rádio pública.
Precisamente na Síria, registaram-se ontem violentos combates no leste de Damasco após um ataque surpresa lançado por grupos rebeldes e de 'jihadistas' contra as forças governamentais, noticiou a televisão estatal síria. Os rebeldes, liderados pela Frente Fateh al-Sham, o ramo sírio da Al-Qaida, atacaram o bairro de Jobar e avançaram até à zona da praça dos Abássidas, que dá acesso ao centro da capital, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
As eleições em Timor decorreram sem problemas. Os resultados só deverão ser conhecidos entre quinta-feira e sábado. Os dois candidatos mais fortes são Francisco Guterres Lu-Olo, apoiado pelos dois maiores partidos Fretilin e CNRT, e António da Conceição.
O presidente brasileiro, Michel Temer, convidou ontem 19 embaixadores para jantarem com ele num rodízio e ficou sentado entre os diplomatas angolano e chinês (maior mercado de exportação para a carne brasileira). E tudo por causa de uma operação da Polícia Federal, na sexta-feira passada, que detectou o pagamento de subornos dos exportadores de carne aos inspectores, na sequência dos quais carne estragada era validada como estando em boas condições e enviada para venda e exportação. Também terá havido casos de produto adulterado quimicamente.
A Sonae garante que Angola está fora do seu radar de expansão, mas só nos últimos dias abriu três lojas de moda no país, em parceria com o grupo Zahara, que é detido por figuras gradas do regime angolano, um dos quais o general Leopoldino do Nascimento, “Dino”, que pertenceu à Casa Militar do Presidente José Eduardo dos Santos.
Depois da notícia do Expresso sobre uma eventual manipulação das contas da Caixa Económica Montepio Geral pela atual administração, liderada por José Félix Morgado, o Banco de Portugal surge a disparar forte e feio sobre a anterior administração. Com efeito, o Jornal de Negócios noticiou ontem que o banco central acusou Tomás Correia e oito ex-gestores da Caixa Económica Montepio de irregularidades graves. Em causa, operações de financiamento ao GES e ao filho de José Guilherme. Mais: em Dezembro de 2013, a Caixa Económica Montepio deu crédito de 18 milhões ao filho de José Guilherme, que o empresário investiu na instituição. O Banco de Portugal diz que o financiamento violou regras sobre partes relacionadas e conflitos de interesse.
A reestruturação da Caixa Geral de Depósitos vai dar muito que falar. O encerramento negociado com Bruxelas de 180 agências está a provocar chamadas de atenção de deputados do PSD, CDS, PCP, e Bloco mas também do próprio PS em ano de autárquicas.
Uma boa notícia: 2016 foi o ano com menos despedimentos coletivos desde 2008, ou seja, o ano em que rebentou a maior crise financeira mundial desde a Grande Depressão em 1929.
Se vai viajar, chegue cedo ao aeroporto de Lisboa. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras marcou para hoje às seis da manhã, há pouco mais de duas horas, portanto, um plenário dos seus associados. Cedinho… O sindicato reivindica a contratação de pessoal para fazer o controlo dos passageiros, o que não acontece há 13 anos. A ANA – Aeroportos de Portugal garantiu entretanto que os voos não estão a ser afectados.
Quem está em choque é a nação portista. Ontem, perante um estádio cheio de adeptos inflamados, a equipa principal do clube empatou com o Vitória de Setúbal por 1-1, deixando escapar uma soberana oportunidade para ultrapassar o Benfica na classificação, que no sábado empatara com o Paços de Ferreira, na capital do móvel, por 0-0. O Benfica mantém-se assim à frente do campeonato, com um ponto de avanço sobre o FC Porto e dentro de 15 dias, no estádio da Luz, enfrentam-se os dois rivais, num jogo que pode decidir o título.
Morreu Chuck Berry (1926-2017). Para Bruce Springsteen, no twitter, “foi o maior intérprete e guitarrista do rock e o maior compositor do puro rock n´roll que alguma vez viveu”. E se Springsteen, que é uma autoridade, o diz, é de acreditar.
FRASES
“A sua capacidade [de Wolfgang Schäuble] para criar eurocépticos é verdadeiramente inigualável. Certamente, muito maior do que a de Geert Wilders”. Teresa de Sousa, Público, a propósito da recente advertência a Portugal do ministro alemão das Finanças quanto ao risco de um novo resgate.
“O Orçamento do Estado para a cultura não só é vergonhosamente baixo e igual, se não pior, aos orçamentos para a Cultura do tempo do PSD/CDS”. Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, Diário de Notícias. E porque será, Catarina? É que o dinheiro não chega para repor salários, pensões, apoios sociais, pagar juros, reduzir o défice para satisfazer os acordos do PS com BE e PCP, bem como os compromissos do Governo com Bruxelas, sem nada ficar prejudicado. Foi o investimento público e a Cultura.
“Um conjunto de snobes acha que o aeroporto da Madeira deve ter o nome de mortos”. Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, que defende que o aeroporto do Funchal se passe a chamar Cristiano Ronaldo, Jornal de Negócios. A solução parece mais consensual do que se fosse aeroporto Alberto João Jardim.
“Cedo ou tarde, vamos ter de rever as taxas do IRC”. António Correia de Campos, presidente do Conselho Económico e Social, jornal ECO. Pois, mas foi o PS que quebrou o consenso para nova descida do IRC em 2016…
AMANHÃ É O DIA EM QUETODOS OS POETAS DEVERIAM SER AS PESSOAS MAIS IMPORTANTES DO MUNDO
Amanhã é o Dia Mundial da Poesia. Não se devia fazer mais nada nem dizer mais nada nem pensar em mais nada senão em Poesia. A Poesia devia andar nas ruas, nos bairros, nos prédios, nas empresas, nos bancos, no parlamento, no Governo e na oposição. A Poesia não caça, não enche os bolsos, não serve para troca de favores nem para pagar a conta da mercearia. A Poesia é subversiva, mesmo quando parece compostinha. A Poesia descobre o futuro, muito antes de os viventes saberem onde anda o futuro. A poesia é para comer, como disse Natália Correia, dirigindo-se a todos os subalimentados do sonho.
Portugal tem muitos e muitos excelentes poetas. Passados, presentes e futuros. Conhecidos ou desconhecidos, mundanos ou incógnitos. Em Portugal fez-se, faz-se e vai continuar a fazer-se excelente poesia. Há editoras que só editam poesia. Não é tão corajoso, tão desafiante? Como se vive de sonhos? Como se mastigam os sonhos? A que sabem os sonhos?
Fico-me por um dos últimos livros que me chegou às mãos, “La mariée mise à nu”, de Madalena de Castro Campos, nascida em 1984. É uma poesia crua, dura, direta, radical, sem contemplações, amarga, ironicamente amarga. Vale a pena conhecer para quem não leu o seu primeiro livro “O fardo do homem branco” (2013), também editado pela Companhia das Índias. E não, não é por causa do poema “O Olimpo das páginas do Expresso”, mas a provocação merece resposta. Termina assim: “Com o tempo, talvez, se o merecesse, visse aí o seu nome, / resplandecente como uma manhã de Maio. / Maria Madalena de Castro Campos, / rodeada de rosas e coroada de estrelas”. Pronto, Maria Madalena, ainda não está nas páginas do Expresso em papel, mas já está nas páginas virtuais do Expresso Curto.
Este foi precisamente o seu Expresso Curto, em chávena escaldada de emigração e poesia, no Dia Internacional da Felicidade. Vá-nos acompanhando durante o dia através do Expresso online e às seis descubra todas as novidades que lhe traz o Expresso Diário. Entretanto, tenha um excelente dia e uma magnífica semana. E faça-nos o favor de ser feliz, como dizia o saudoso Raúl Solnado.
Sem comentários:
Enviar um comentário