Ana
Alexandra Gonçalves*
Torna-se
difícil resistir ao slogan do PSD "Levar Portugal a sério".
Ocasionalmente, e desta feita num Conselho Nacional, somos brindados com o
slogan que tão bem assenta a quem nem se dava ao trabalho de discutir o
periclitante estado do sector financeiro em conselho de ministros. O que
importa é dizer que se quer levar Portugal a sério. Parece brincadeira mais não
é. A ausência do tema em conselho de ministros e emails enviados
atabalhoadamente durante as férias de Cristas, os dias já são de oposição e Passos
Coelho aproveitou a oportunidade para criticar o plano de recapitalização
levada a cabo pelo actual Executivo. Parece brincadeira, mas é sério.
Por
ocasião de mais uma ronda de levar Portugal a sério, Passos Coelho, teve a
difícil tarefa de convencer o seus apoiantes, e de um modo geral o país, de que
Teresa Leal Coelho é uma candidata para vencer as próximas eleições
autárquicas. Não é fácil, mas é também para levar a sério.
É
evidente que o facto de Portugal ter atingido, sob e égide da solução das
esquerdas "radicais" um défice de 2,1€ - o valor mais baixo em 40
anos -, não será de fácil assimilação para Passos Coelho e para o seu séquito.
É também evidente que a mais do que provável saída de Portugal do
procedimento por défice excessivo causará azia a quem espera ansiosamente pelo
Diabo. Mas é também evidente que a dita "geringonça" tem atingido
resultados de fazer inveja até a ministros das Finanças europeus e que Passos
Coelho sente, diariamente, o chão fugir-lhe dos pés. Um caso sério.
Ana Alexandra Gonçalves
– Triunfo da Razão
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