Conservadores
estão estarrecidos com o desastre da estratégia da primeira-ministra.
Entretanto, Berlim faz saber que tem pressa nas negociações sobre o Brexit.
O
Partido Conservador britânico está em completa ebulição: uma sondagem referida
este fim-de-semana pela imprensa afirma que 59,5% dos conservadores aceitaria
uma mudança de liderança, na sequência dos péssimos resultados das eleições
antecipadas de 8 de junho passado, em que May trocou uma maioria absoluta por
uma maioria simples. Mas a contestação não se fica por aqui: a forte pressão
interna do partido já fez com que May tivesse de prescindir de dois dos seus
mais próximos conselheiros – possivelmente os mais comprometidos com a decisão
de avançar para eleições antecipadas.
May
avançou rapidamente para uma coligação (ainda em estudo) com o Partido
Democrático Unionista (DUP) irlandês e não colocou sequer a hipótese de não
continuar à frente do partido. Mas o partido pode não ter assim tanta pressa,
uma vez que sabe que a primeira-ministra aparecerá perante a União Europeia
numa situação de fragilidade política que não agrada aos Conservadores.
Theresa
May terá, por isso, uma semana difícil: gerir a formação do novo gabinete, ao
mesmo tempo que tenta passar incólume pelas ondas de choque criadas no interior
dos conservadores. May enviou Gavin Williamson, responsável pela disciplina
parlamentar no Partido Conservador, a Belfast para negociar com o DUP os
detalhes do acordo entre as duas formações, que deverá estar hoje em discussão
em Londres.
Merkel
com pressa
Entretanto,
a chanceler alemã Angela Merkel quer que as negociações sobre o Brexit evoluam
rapidamente: “estamos prontos para as negociações, queremos ser rápidos e que o
calendário seja respeitado”, disse, à margem de uma visita oficial que efetuou
ao México. Merkel salientou que os europeus estão prontos para as negociações e
que por isso não vê razão para que elas não avancem rapidamente.
Merkel
disse que, de qualquer modo, e com a saída dos britânicos da União Europeia, o
governo de Berlim quer manter uma boa relação com Londres: “a Grã-Bretanha é
parte da Europa; embora deixe de ser parte da União Europeia, continua a fazer
parte da NATO e temos muitos desafios em comum”, enfatizou.
António Freitas de Sousa |
Jornal Económico
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