O
candidato do MPLA a Presidente de Angola nas eleições de 23 de agosto apelou
hoje ao "voto certo" dos angolanos, que, depois de Agostinho Neto e
José Eduardo dos Santos, é em João Lourenço.
O cabeça-de-lista
do MPLA às eleições gerais de 23 de agosto discursava hoje na província do
Huambo para "um banho de povo", como o próprio classificou, naquela
que marcou, para o partido no poder em Angola, a abertura oficial da campanha
eleitoral, iniciada domingo e que decorre até 21 de agosto.
João
Lourenço apelou ainda ao o "voto certo" aos militantes, amigos e
simpatizantes do MPLA para que alcancem "uma vitória forte e
convincente", que contrarie o ambiente que as outras cinco formações
políticas concorrentes estão a criar "de antecipadamente dizer que houve
batota no jogo".
O
vice-presidente do MPLA criticava as suspeições levantadas por partidos da
oposição sobre a preparação do processo eleitoral, que acusam de não ter sido
transparente.
"Não
dá para confiar neles, não são sérios, o árbitro ainda não fez o seu trabalho e
já está a ser condenado. (...) Não são sérios e a melhor forma de contrariá-los
é dar cinco a zero", disse, sublinhando que o MPLA não quer uma
"vitória tímida".
Numa
intervenção de cerca de uma hora para milhares de pessoas, João Lourenço
afirmou que, dos seis partidos concorrentes, o único com obra para mostrar é o
MPLA, enumerando a independência de Angola, a luta pela paz, a reconciliação
nacional e a reconstrução do país.
"Só
o MPLA tem obra importante para mostrar, em benefício de Angola e dos
angolanos", disse, lembrando que o partido, no quarto lugar no boletim de
voto, investiu, nos últimos 15 anos de paz, em estradas, portos, energia, água,
escolas, hospitais, habitação social, entre outros.
A
título de exemplo, realçou que em 15 anos de paz o Governo do MPLA investiu
"seriamente" na construção de infraestruturas de construção e
distribuição de energia.
"Foram
construídas barragens hidroelétricas, que o colono (português) em 500 anos não
conseguiu fazer. O que é que eles faziam do nosso diamante, do nosso café? Nós
sabemos, o dinheiro que era ganho aqui, mandavam para a metrópole, por isso é
que as barragens hidroelétricas que deixaram no nosso país, em comparação com
estas que nós construímos em 15 anos, aquilo são brinquedos autênticos",
disse.
O
dirigente do MPLA, sublinhando as inúmeras "coisas boas" feitas até
aqui, admitiu que há "noção" de que nem tudo está feito e que é
preciso "fazer muito mais".
"É
preciso que reconheçamos as nossas falhas, só há progresso, evolução, se nós
reconhecermos as nossas falhas. Vimos pedir aos eleitores o vosso voto para
'melhorar o que está bem e corrigir o que está mal' (lema da campanha) e temos
a certeza de que, com o vosso apoio, vamos vencer mais esse grande
desafio", referiu.
A
corrupção é um desses males a ser corrigido, como vem defendendo João Lourenço
desde a fase da pré-campanha, tarefa que exigirá "coragem e
capacidade".
"Que
fique claro que, se falharmos neste combate à corrupção, então falharemos
também na melhor organização da nossa economia", observou João Lourenço.
Segundo
o político, melhorar o ambiente de negócios é importante para atrair o
investimento privado estrangeiro, do qual Angola necessita "como quem
precisa do ar para respirar", para a criação de empregos e diminuição da
pobreza.
Lusa
| em Notícias ao Minuto | Na foto: João Lourenço
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