A
Polícia Judiciária abriu este ano 683 inquéritos por suspeitas de fogo posto,
mais do triplo dos 207 iniciados no mesmo período de 2016.
O
balanço é feito à TSF por Rui Almeida, diretor da PJ do Centro, que admite que
entre estes incêndios está, por exemplo, o da semana passada em Alijó que
surgiu de madrugada e o de Pedrógão Grande que matou 64 pessoas.
Sem
se alongar muito sobre o caso de Pedrógão que está em segredo de justiça, Rui
Almeida explica que apesar de no início a PJ ter identificado um raio como a
origem do incêndio, todas as hipóteses estão em aberto e o caso continua a ser
investigado.
O
responsável acrescente que a tragédia de Pedrógão Grande teria sempre de ser
investigada pela Judiciária, mesmo sem sinais de fogo posto, devido à dimensão
e vítimas, apesar de por norma esta polícia só investigar casos onde existe
suspeita de fogo com origem intencional.
O
responsável da PJ sublinha que o enorme aumento de inquéritos abertos em 2017
se deve naturalmente a mais casos suspeitos, mas também ao maior número de
incêndios que "exponenciam as situações de fogo posto".
Dos
683 processos abertos este ano, a diretoria do Centro da PJ é a que tem mais em
curso (173), seguida de Braga (105), Vila Real (80), a diretoria do Norte (61),
a diretoria de Lisboa (60) e Leiria (45).
Destes
inquéritos já resultaram 37 detenções de suspeitos com 15 a ficarem em prisão
preventiva e dois em prisão domiciliária.
Quanto
ao caso de Alijó que na semana passada deu muito trabalho aos bombeiros, Rui
Almeida confirma que é um dos que está em investigação, nomeadamente por ter
surgido de madrugada o que aumenta mais as suspeitas de "intervenção
humana", apesar das investigações ainda estarem numa fase inicial.
Nuno
Guedes | TSF | Foto: EPA/Paulo
Cunha
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