Os
Estados Unidos estão ganhando posições na América Latina com a queda forçada de
governos progressistas, avalia o sociólogo e analista político norte-americano
James Petras. "Trata-se de uma grande ofensiva que enfraquece a soberania
da América Latina, é a integração regional que está em jogo."
Em
entrevista a Ariel Noyola Rodríguez, publicada no site da RT, o especialista em
política externa dos EUA e América Latina afirmou que a prisão do ex-presidente
Lula "poderia mudar a correlação de forças em todo o continente
latino-americano".
"Uma
vez que os Estados Unidos consigam controlar o Brasil de maneira definitiva,
como já aconteceu com a Argentina sob a presidência de Mauricio Macri, então
será muito mais fácil levar adiante a dominação de todo o continente",
apontou.
Para
Petras, a condenação sem provas de Lula a nove anos e meio de prisão faz parte
dessa ofensiva que, ao que se refere ao Brasil, teve sua primeira parte no
impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.
"No
plano internacional, essa ofensiva significa a subordinação do Brasil aos
mandos de uma potência imperial, e não me refiro somente aos EUA, mas também à
União Europeia", disse.
Segundo
o analista, o período de governo da esquerda na região "foi uma tática
usada pelos EUA para se reorganizar, acumular forças e, chegado o momento
indicado, lançar um contra-ataque", uma vez que os países não foram
capazes de "desafiar abertamente os Estados Unidos".
Ele
acredita ainda que Washington pretende criar uma versão latino-americana da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) "para vencer qualquer
tipo de resistência que ponha em questão sua hegemonia". "Os Estados
Unidos travam uma guerra de conquista contra a região", destacou.
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