Martinho Júnior | Luanda
1-
Cerrou o pano dos debates que leva Cuba à Assembleia Geral da ONU anualmente,
com uma estrondosa votação de condenação ao bloqueio por parte dos Estados
Unidos à maior ilha das Caraíbas.
Os
Estados Unidos ficaram isolados uma vez mais, pois a seu favor apenas se
registram dois votos: os seus próprios e os do apêndice irredutível que é
Israel, como se fossem duas ilhas despóticas, expoentes duma afronta que é um
crime contra a humanidade e a mais longa das práticas conspirativas levadas a
cabo pela aristocracia financeira mundial!
O
chanceler cubano Bruno Rodriguez, veio confirmar face à barbárie do bloqueio
que “el pueblo cubano no renunciará jamás a construir una Nación soberana,
independiente, socialista, democrática, próspera y sostenible”!...
Bruno
Rodriguez não se limitou contudo ao compasso das últimas cinco décadas e meia
em relação ao assunto: “no han sido 55 años, señora Embajadora, se
equivoca en su primera frase, han sido 26 de estas sesiones y más de un siglo
del origen de los hechos que hoy se discuten.
Ella
miente, usa el mismo estilo que prevalece hoy en la política estadounidense.
Todo empezó antes de que existiera, incluso, la Nación cubana. Cuando el pueblo
cubano por vez primera se alza en armas en 1868, ya se habían desatado los
apetitos anexionistas y de dominación de lo que era y es hoy el imperialismo
estadounidense.
En
1898, usando un pretexto —como caracteriza a la historia moderna de los Estados
Unidos—: la voladura del buque Maine en puerto cubano, entraron como aliados de
las fuerzas independentistas cubanas y ocuparon el país después como invasores,
impusieron la Enmienda Platt, cercenaron la independencia y la soberanía de
Cuba; tres ocupaciones militares realizaron, impusieron 60 años de dominio
absoluto que terminó el Primero de Enero de 1959 con la entrada del Ejército
Rebelde en La Habana y el triunfo de la Revolución Cubana, que hasta hoy libra
las mismas luchas que inspiraron a nuestro pueblo hace más de 100 años”…
Dos “projectos” de
expansão e ocupação “ultramarina” (Havai, Filipinas, Guam, Porto Rico
e Cuba), a ilha rebelde seria o único“fruto que não caiu” e face à
persistente barbárie ergueu a civilização socialista, farol, exemplo e
vanguarda para toda a humanidade!
2-
Para onde caminhou afinal Cuba revolucionária, socialista, independente e
soberana?
Para
onde se dirigiram os Estados Unidos desde a saga de sua expansão de leste para
oeste na transversal Atlântico-Pacífico do continente?
Enquanto
Cuba mobilizou em estreita identidade para com sua própria história, por via da
educação e da saúde, todo o seu povo, mutiplicando as potencialidades da
solidariedade e do inbternacionalismo, inclusive mesmo quando sujeita ao “período
especial”…
Os
Estados Unidos mutiplicaram-se na sua arrogância, transformando a expansão em
imperialismo, consubstanciado hoje numa hegemonía que, com base num dólar que
não passa duma arquitectura-moeda de expoliação e saque, sustentar mais de 800
bases militares espalhadas pelo mundo, provocando desequilíbrios, tensões,
conflitos, guerras, caos, terrorismo, desagregação e miséria, conforme as
consequências directas e indirectas de sua actuação, como jamais tivessem
renunciado a considerar e tratar os outros como o que fizeram em relação às
quase desaparecidas nações autóctones, que pela força e pelo genocidio foram
despojadas e reduzidas a peças anacrónicas, em cerrada sobrevivência nas
reservas de museu!
Ante
nossos olhos, na Assembleia Geral da ONU e a propósito do bloqueio, desfilam
todos os anos duas concepções contraditórias, que são um autêntico balanço para
toda a humanidade e por isso, fonte de esperança para os espoliados da Terra:
191 esprimiram-se este ano pela civilização, face a 2 ilhas isoladas e anacrónicas
por uma barbárie que continua a ser um crime persistente contra a humanidade!
Martinho
Júnior - Luanda, 4 de Novembro de 2017
Ilustrações:
Manifestação
a favor do fim do bloqueio a Cuba nos estados Unidos;
Painel
que traduz a votação contra o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba, neste ano de
2017.
A
consultar de Martinho Júnior:
Série “Uma
fruta que não caiu” (de I a IX), no Página Global (2014 e 2015) – http://paginaglobal.blogspot.com
BLOQUEIO
A CUBA, A MAIS LONGA PRÁTICA DE CONSPIRAÇÃO – http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/10/bloqueio-cuba-mais-longa-pratica-de.html
A
consultar:
Intervenção
do Chanceler Bruno Rodriguez na Assembleia Geral da ONU, dia 1 de Novembro de
2017 – http://www.cubadebate.cu/noticias/2017/11/01/bruno-rodriguez-el-pueblo-cubano-no-renunciara-jamas-a-construir-una-nacion-soberana-independiente-socialista-democratica-prospera-y-sostenible/#boletin20171101
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