quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Portugal | CAVACO SILVA, MÚMIA QUE NEM PIA, SÓ CHIA... E ZURRA





Cavaco faz tanta falta a Portugal como uma viola num enterro, diria a minha avó naqueles termos antigos e objetivos no dizer. Já João Vieira Pereira, no Expresso Curto refere que “a oposição ganhou uma nova voz. Cavaco Silva marcou a rentrée política.” Foi? E credibilidade do sujeito qual é? Ora experimentem lá a fazer uma sondagem.

Disse Cavaco que  “a realidade tira sempre o tapete à ideologia”. Pois. Ele lá sabe por experiência própria, de PIDE passou a democrata (da treta).

Cavaco nem vale a tinta, o tempo, nem a cabeça dos dedos que se possa gastar sobre ele.

Ele não pia, chia. Aliás, mostra que tem as cordas vocais cada vez mais parecidas com as de Salazar, como se não bastasse o resto…

Vão para o Curto. Boa beberricagem.

MM | PG

Diga olá ao novo líder da oposição

João Vieira Pereira - Expresso

Se dúvidas houvesse da importância do animal político que é Cavaco Silva ficaram sanadas com o impacto das suas declarações proferidas na Universidade de Verão do PSD. Cavaco estava fora dos holofotes mediáticos há muito tempo, mas regressou com estrondo. Escolheu a dedo os seus alvos, colocou a metralhadora em riste e disparou.

E eis que do nada — na primeira fila Passos Coelho assistia — a oposição ganhou uma nova voz. Cavaco Silva marcou a rentrée política com um verdadeiro discurso anti-governo completamente inesperado.

De propósito, ou não, Cavaco assumiu o papel de líder de oposição, se só por momentos ninguém sabe, atacando de forma direta o Governo e os partidos da geringonça.

Com um “acabam por perder o pio ou fingem apenas que piam”, fez questão de colar António Costa, e a sua “revolução socialista”, à estratégia de Alexis Tsipras e François Hollande, como exemplo de políticos que defendem o impossível e que acabam por recuar quando a realidade lhes bate à porta: “a realidade tira sempre o tapete à ideologia”.

As críticas ao Governo continuaram no campo económico, atacou a política do Governo que mantém Portugal “cinco pontos acima da carga fiscal média dos países do sul e do leste da UE" e a despesa pública “quatro pontos percentuais acima da de Espanha”, as políticas orçamentais, o “aumento de impostos indiretos que anestesiam os cidadãos”, o corte no investimento, as cativações que “deterioram os serviços públicos” e até “a contabilidade criativa” como forma de dar a volta à disciplina orçamental.

PORTUGAL | Ex-governante diz serem "falsas" declarações de Cristas sobre florestas



O antigo secretário de Estado das Florestas Rui Barreiro apelidou hoje de "falsas" afirmações da antiga ministra da Agricultura Assunção Cristas sobre as florestas e sapadores e pediu "sensatez" nas declarações políticas.

Rui Barreiro, que foi secretário de Estado das Florestas no último Governo de José Sócrates (quando o ministro foi António Serrano), referia-se a declarações à Lusa da dirigente do CDS-PP na qualidade de antiga ministra da Agricultura e do Mar (2011-2015), quando disse que encontrou ao chegar ao Governo um setor florestal desprezado, com os fundos comunitários desadequados e baixa execução.

"É completamente falso. Resolvemos todos os problemas sobre financiamento comunitário, alterámos as regras do ProDer (programa de desenvolvimento rural), e quando Assunção Cristas tomou posse tudo estava resolvido e manteve todas as decisões que tomámos sobre o ProDer. Veio a beneficiar do trabalho do último Governo de José Sócrates", disse Rui Barreiro à Lusa.

E sobre a antiga ministra dizer que ao chegar ao Governo não tinha havido nenhum investimento nos sapadores o antigo responsável pelas florestas salientou que foi por proposta sua que foi alterado o meio de financiamento dos sapadores florestais, que eram financiados pelo Orçamento Geral do Estado e passaram a sê-lo pelo Fundo Florestal Permanente, o que ainda hoje acontece. "Foram criadas equipas e preparado concurso para criar mais 20", afirmou.

Na entrevista à Lusa Assunção Cristas disse que gostaria de ter ido "mais longe" na aprovação e concretização do funcionamento do cadastro florestal, tema que chegou a ser discutido, mas "entendeu o Governo que estava demasiado em cima das eleições para aprovar uma legislação tão relevante". Porém "ficou tudo pronto", disse a antiga ministra.

Rui Barreiro contesta, considerando que "estava preparada legislação para iniciar um projeto-piloto com alguns municípios. O novo Governo (no qual Cristas foi ministra) meteu na gaveta esse projeto-piloto".

Um projeto-piloto de cadastro florestal vai iniciar-se com o atual Governo.

Lusa | em Notícias ao Minuto

Portugal | DESCULPAS? PEÇA-AS PASSOS COELHO



Mariana Mortágua | Jornal de Notícias | opinião

Foi em janeiro de 2015, Passos Coelho era ainda primeiro-ministro. Durante um debate quinzenal, na sequência do descalabro do BES e da ruinosa fusão com a brasileira Oi, Catarina Martins apresentou a proposta do Bloco de Esquerda para a situação crítica que a PT vivia: juntar os votos do Novo Banco e do fundo da Segurança Social aos dos pequenos acionistas para travar a venda da PT à Altice. A resposta de Passos veio rápida e perentória: o Governo não se mete em negócios de privados. Mesmo quando os interesses dos privados são contrários aos interesses do país e dos trabalhadores? - retorquiu Catarina Martins. E a resposta manteve-se.

O negócio avançou e hoje conseguimos avaliar as verdadeiras consequências da irresponsabilidade do anterior Governo perante uma das mais importantes empresas do país. Em causa, primeiro, esteve o investimento que se perdeu e, agora, os direitos de centenas de trabalhadores.

O relatório da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) é devastador para a Altice, ao reportar "a existência de comportamentos repetidos, indesejados e humilhantes com potencial para causar danos na integridade moral da pessoa visada" bem como "evidências da existência de situações de assédio", que podem levar a empresa a pagar cinco milhões de euros de multas. Quanto ao mecanismo (i)legal utilizado para os despedimentos - a transmissão de estabelecimento - a ACT afirma que a sua utilização é matéria judicial, devendo pois ser avaliada pelos tribunais.

Perante este relatório, qual foi a reação de Passos Coelho? Instar a Altice a retratar-se? Não. Uma nota de preocupação para os trabalhadores vítimas de assédio? Também não. O líder do PSD veio desafiar o Bloco de Esquerda a pedir desculpa por supostas acusações falsas à Altice.

É preciso dizer, em primeiro lugar, que o relatório da ACT não rejeita as acusações do Bloco, apenas as remete para tribunal. Mas, o que é de realçar, é o imenso e insultuoso desinteresse de Passos pelos trabalhadores da PT. Ao defender os interesses da Altice acima do abuso laboral, o líder do PSD deixou claro até onde pode ir para "não se intrometer em negócios privados", e esse sítio é a total selvajaria laboral. Nada que os seus anos como primeiro-ministro não tivessem já demonstrado.

Este Governo tem obrigação de falar e fazer diferente. Tem o dever de interpretar a lei para proteger os trabalhadores, os da Altice tal como os de todas as empresas que, inspiradas, utilizem o mesmo expediente. Se não o fizer, o primeiro projeto que o Bloco de Esquerda agendará na Assembleia da República será a clarificação legal que protege os trabalhadores da PT. E não, dr. Passos Coelho, não pedimos desculpa por isso.

Deputada do BE

Autoeuropa | ATAQUE DE MULTINACIONAIS RECRUDESCE. NÃO ACONTECE POR ACASO



A Autoeuropa hoje produziu zero. Esteve parada. O motivo foi a greve dos trabalhadores, que contestam o trabalho ao sábado decretado pela administração da empresa sem ouvir os trabalhadores e assumindo uma atitude irredutível após constatar a discordância daqueles por motivos absolutamente justificáveis, que se relacionam com a vida familiar, a saúde, o trabalho excessivo sem descanso, etc.

A seguir incluímos uma breve reportagem da TSF na recolha de declarações de trabalhadores da Autoeuropa. Antes fazemos referência a manipulações de números da greve em que os representantes dos trabalhadores não entram no jogo. 

Diz a administração que a adesão à greve foi de 41 por cento de trabalhadores. Porém reconhece a paralisação total da fábrica, a paralisação da linha de montagem. De tudo e da produção zero de hoje. Provavelmente estava a referir-se a escriturários, gestores, administradores e afins… que não fizeram greve. Porém, sem os que produzem tudo pára.

Logo de manhã a TSF indagou da opinião de Torres Couto, antigo secretário-geral da UGT, e de outros que à priori  sabemos ser insufláveis da alta finança e muito pouco representantes da defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores. Claro que Torres Couto repegou no papão CGTP e PCP, o que não demonstrou foi estar contra o aumento das horas de trabalho, a alteração de horários que prejudicam de vários modos a vida familiar dos que ali trabalham, etc. Couto, um próadministrações bem pago, que se diz sindicalista… E também socialista… Pois.

O sucesso da Autoeuropa está nas capacidades e qualidades dos seus trabalhadores. Qualquer ataque da administração ao bem-estar familiar e de saúde (entre outros itens) dos trabalhadores, acaba por também ser nocivo para a empresa. Mas parece que a administração quer impor a ditadura destes tempos neoliberais-fascizantes que apostam tudo no esclavagismo e no desprezo pela humanidade.

O ataque concertado das multinacionais vai recrudescer e todos nós vamos ver. Não acontece por acaso. Portugal demonstrou nestes quase dois anos que a "crise" não justificou o debulho e roubo de direitos, liberdades e garantias que os governos da UE puseram em prática, principalmente a troika e a "trika" nacional Cavaco-Passos-Portas. (PG)

GREVE NA AUTOEUROPA

"A família é que sofre. Trabalhar ao sábado será como viver num hostel"

Estão colocados em turnos diferentes mas, em geral, os casais que trabalham na Autoeuropa só se conseguem ver ao fim de semana.

Daniela Costeira está casada há 11 anos e trabalha na Autoeuropa há seis, tal como o marido. Lamenta só ter vida ao fim de semana, essencial para estar com os dois filhos, de 10 anos e 10 meses. "Esta história de trabalhar ao fim de semana está fora de questão".

Outro caso idêntico é o de Rui Fernandes, cuja mulher também trabalha na Autoeuropa. "Com as novas regras propostas é a vida familiar que sofre. Afeta bastante, deixamos de nos ver, porque seria ao fim de semana que nos encontrávamos. Tendo só o domingo e um dia de semana que nunca vai ser o mesmo, praticamente deixo de ver a minha mulher. É como viver num hostel. Para quem tem casais e filhos a situação é difícil. Imaginemos que temos de pagar a uma ama ao sábado, ao final do mês esse casal vai perder muito dinheiro."

Sara de Melo Rocha e Jorge Garcia | TSF

Mais lidas da semana