segunda-feira, 2 de abril de 2018

DESAGREGAÇÃO SÍRIA PARA RETARDAR A VITÓRIA...


… E DAR TEMPO PARA PREPARAR A BATALHA CONTRA O IRÃO!

Martinho Júnior | Luanda 

AO VENCER MAIS UMA BATALHA COM SEUS ALIADOS EMERGENTES NA SÍRIA E AO DEMONSTRAR SUA CAPACIDADE DEFENSIVA DE PREVENÇÃO GEOESTRATÉGICA PERANTE OS INDÍCIOS DUMA EMINENTE ESCALADA, A RÚSSIA ABRE CAMINHO À PODEROSA ROTA DA SEDA E VAI OBRIGANDO MUITAS MÁSCARAS A CAIR!

Têm muito mau perder os súbditos de Sua Majestade Britânica nos cenários refractários da hegemonia global: no momento em que na Síria são neutralizados depósitos de armas químicas prontas a serem secretamente utilizadas pelos terroristas que a NATO em seus passes de mágica havia transformado em “rebeldes moderados”, no momento em que Ghouta Oriental deixa de ser ameaçadora bolsa-plataforma de flagelação a Damasco e vários suicidas são identificados e neutralizados antes de se fazerem explodir nos transportes dos derrotados para Idlib, os serviços de inteligência britânicos cobrem a derrota com a “descoberta” dum “atentado químico da Rússia” em seu próprio território!...

Com essa manobra cínica, surrealista e mais uma vez cobarde, o triste governo britânico arrasta uma desamparada União Europeia para um resvaladiço terreno cinzento-pardo em plena invernia, em relação ao qual procura o jogo mais favorável ao poder nostálgico de sua capacidade de manobra imperial, na imagem mais decadente que um império pode produzir perante seus próprios aliados e coligações afins, perante seu próprio povo!


Sob nossos olhos desfilaram em vai-e-vem os diplomatas expulsos, antes dos súbditos de Sua Majestade finalmente se decidirem a responder pela afirmativa às contínuas petições da Rússia para participar nas investigações sobre o atentado químico que alega ter ocorrido em seu território…

A Grã-Bretanha espera agora, enquanto vai empastelando nas investigações, que seu aliado anglo-saxónico, os Estados Unidos, ao retirarem suas tropas do território sírio sem desfazer os equívocos com a Turquia, ao mansamente esvaziarem no Iraque a lógica de sua intervenção, ou ao, qual Rambo, “mostrarem músculo” na alucinação de um dos maiores centros globais de produção de drogas que é o Afeganistão, preencham o vazio dos falcões de Israel e da Arábia Saudita face ao Irão, em mais outra desesperada tentativa de inviabilizar a Rota da Seda continental, cortando-a ao meio a fim de ocupar um dos seus troços mais suculentos, por tabela na tentativa de ameaçar a Ásia Central e a própria Sibéria (procurando cortar também a Federação Russa ao meio)!


Para tal os Estados Unidos agarram-se agora à desagregação da Síria, de forma a retardar ao máximo uma vitória final da Síria, mas sobretudo da Rússia e do Irão.

Esse retardamento visa preparar a escalada em relação ao Irão, de que alguns sinais são emitidos pela Arábia Saudita.

A Rússia e a China em sua emergência multipolar, não se estão a deixar enredar, nem confundir nesse tipo de artificiosos equívocos geoestratégicos que só o treino prolongado, ao longo de décadas, pode nostalgicamente inspirar um império fantasma anglo-saxónico e liberal, de tão mau perder!

A aristocrática “city” vai ficando cada vez mais desamparada e os recursos, sabem-no, nem com os arsenais financeiros de paradisíacas “offshores” são sustentáveis: cada vez serão mais minguados e a Libra Esterlina apresta-se para experimentar as vulnerabilidades que inexoravelmente se seguirão, pois já nem os férteis Petrodólares a podem amparar!


Aos emergentes agora cabe cada vez mais negociar em moedas próprias que reflitam as reservas de ouro que não existem nas falácias bancárias anglo-saxónicas e estar cada vez mais atentos ao misto de desespero e nostalgia dos impérios falidos, bárbaros, cínicos e anacrónicos!

Ao colapso do caos e do terrorismo, segue-se a escalada da desagregação, já em marcha, adiando uma vitória em relação à qual não têm mais meios para evitar!

Martinho Júnior - Luanda, 1 de Abril de 2018

Mapas e fotos:
Dois mapas representativos da Rota da Seda transcontinental;
Roteiro das expulsões de diplomatas russos;
Mapa da Síria com detalhes da desagregação: vai diminuindo a expressão de caos e de terrorismo, mas fortalecem-se as barricadas da desagregação;
Theresa May, uma nostálgica do império britânico.

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