segunda-feira, 7 de maio de 2018

NÃO EXISTEM POBRES EM PORTUGAL MAS SOMENTE EM “RISCO DE POBREZA”?


Consultar este, aquele ou o outro órgão de comunicação social acerca dos números da pobreza em Portugal vai dar no mesmo. Todos usam o termo “em risco de pobreza” e mencionam quase dois milhões e meio de portugueses – dados do INE. Estarem em risco quer dizer que ainda não são pobres mas estão quase lá. É isso? Ai os 'dótores'.

Em risco de pobreza? Mas, então, não há 2,4 milhões de portugueses pobres? Ora se são pobres porque estão a considerá-los “em risco de pobreza”? Isto baralha o mais arguto dos que não almoçam, não jantam e por aí adiante… na terrível viagem pela miséria. Ora se há 2,4 portugueses nesse tal risco quantos são os que estão realmente na pobreza. Quantos pobres existem em Portugal? Ou será que usam estes termos mesmo para baralharem e esconderem a miséria existente? É que isso é coisa que comporta uma grande e douta sacanagem!

Um terço dos portugueses são pobres? Há 2,4 em risco de pobreza… E então quantos há que são pobres? Os que dizem estar em risco também são pobres? Ou ainda não mas estão quase lá?

Ai estes 'dótores' da mula ruça que se julgam tão espertos e não chamam os bois pelos nomes para verem se não ficamos chocados, revoltados. Não precisam dessas artimanhas, senhores. Afinal até vimos tanta pobreza que por mais que façam não nos fintam. Deixem-se dessas estatísticas em que revelam as conclusões complicadamente para nos baralharem.

Como diria o Jota Mecânico do Beco das Verdades: “São 'dótores' mas não sabem tudo e sobre a vida são uns grandes ignorantes.” Ele lá sabe. (MM | PG)

Há 2,4 milhões de portugueses em risco de pobreza

Um total de 2 milhões e 399 mil portugueses estavam em risco de pobreza ou exclusão social em 2017, segundo dados do INE.

Os números são do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento do Instituto Nacional de Estatística (INE) realizado em Portugal desde 2004, através de entrevistas presenciais, dirigindo-se em 2017 a 14.052 famílias.

O questionário incorpora perguntas sobre o agregado familiar e também sobre as características pessoais de cada membro, em particular sobre os rendimentos de todos os elementos com 16 ou mais anos e a operação de recolha decorre normalmente no segundo trimestre de cada ano.

O indicador estatístico relativo à população em risco de pobreza ou exclusão social associa a condição de risco de pobreza relativa às de privação material severa e de intensidade laboral 'per capita' muito reduzida.

Os resultados definitivos do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2017 confirmam 2.399 milhares de pessoas (ou seja, 23,3%) em risco de pobreza ou exclusão social, menos 196 mil pessoas do que no ano anterior.

Do total de pessoas em pobreza ou exclusão social, 18% (431 mil) eram menores de 18 anos e 18,8% (451 mil) eram pessoas com 65 ou mais anos.

Em 2017, 6,9% dos residentes viviam em condição de privação material severa (708 milhares de pessoas), menos 1,5 pontos percentuais do que em 2016 e menos 2,7 pontos percentuais do que em 2015.

Lusa | em TSF

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