Lisboa, 05 dez (Lusa) --
Timor-Leste pediu esta semana a Portugal apoio para a criação de um Instituto
de Medicina Legal no país, disse o ministro da Justiça timorense, que termina
hoje uma visita a Lisboa, onde se reuniu com a sua homóloga, Francisca Van
Dunem.
"Adianto desde já que
Timor-Leste precisa de um Instituto de Medicina Legal (...) e conto com o apoio
de Portugal, que tem a obrigação de ir lá investir, porque somos irmãos. Quero
ver tudo a ser concretizado enquanto for ministro da Justiça de
Timor-Leste", afirmou Manuel Cárceres da Costa, em declarações à Lusa.
O ministro acrescentou que já
falou sobre o assunto com o diretor do Instituto de Medicina Legal de Portugal
e que vai agora formalizar uma proposta para ser discutida.
Um assunto que diz também foi
falado com a ministra da Justiça de Portugal, Francisca Van Dunem, com quem se
reuniu na segunda-feira em Lisboa, adiantando que a governante portuguesa se
mostrou "muito recetiva".
Manuel Cárceres da Costa referiu
que durante a sua estada em Lisboa se reuniu também com responsáveis da Polícia
Judiciária, que tem vindo a formar investigadores timorenses.
A reforma da justiça de Timor
Leste, considerou, "é um fator muito importante para o desenvolvimento do
país", por isso tem que avançar. "Não há governação sem justiça nem
justiça sem governação", concluiu.
O Governo de Timor-Leste pediu
também a Portugal apoios para a justiça, incluindo juízes, procuradores,
defensores públicos, advogados e oficiais de justiça portugueses, disse esta
terça-feira em Lisboa o ministro da Justiça timorense, estendendo o apelo aos
países lusófonos.
Mas, sublinhou, esses
"juízes e procuradores portugueses não vão ser titulares de processos, vão
ser formadores e mentores para formar quadros timorenses" em português.
Manuel Cárceres da Costa
encontrou-se ainda com a secretária-executiva da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP), Maria do Carmo Silveira, e com a secretária de Estado
dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.
Das reuniões com as governantes
portuguesas, disse levar promessas que podem ajudar o seu país a consolidar o
desenvolvimento da Justiça: "O objetivo desta visita a Portugal, que é a
minha primeira visita de trabalho como ministro da Justiça da República de
Timor Leste, é procurar apoios para consolidar o desenvolvimento da justiça do
país".
O ministro considerou que o
reforço do ensino da língua portuguesa "é crucial para o
desenvolvimento" deste setor porque com 24 anos de ocupação estrangeira,
"Timor-Leste quase perdeu a ligação à língua portuguesa e hoje tem
juristas jovens, falando no caso específico do setor da justiça, que nasceram
durante a ocupação da Indonésia e estão a lidar com uma legislação escrita em
português".
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