segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Angola | OS DIAMANTES DE SANGUE E A SEITA NAZI

Artur Queiroz*, Luanda

Os diamantes de sangue rendem mil vezes mais do que o petróleo. Porque com os rendimentos do “crude” é preciso sustentar O Orçamento Geral do Estado e particularmente as políticas sociais. Os lucros dos diamantes que a UNITA roubou ao Povo Angolano servem exclusivamente para sustentar alguns elementos da direcção da seita, financiar propaganda enganosa e comprar jornalistas venais ou seus derivados que é como quem diz, a chusma de raparigas e rapazes jeitosos debitando opinião desconchavada nos Media ao serviço do Galo Negro, que são quase todos. 

A agência noticiosa Lusa (portuguesa) é a que mais serviço mostra, sendo seguramente o órgão oficial da UNITA. Se o engenheiro à civil Adalberto da Costa Júnior arrotar ou soltar outras flatulências mais agressivas ao olfacto, a notícia sai logo na primeira página. O dinheiro dos diamantes de sangue é um nunca mais acabar. A Lusa, presente! O Novo Jornal, presente, mas de mão estendida. O Club K é pago em rands falsos. E tudo o resto, onde incluo os órgãos de informação do sector empresarial do Estado, mas disfarçadamente, às vezes mal e porcamente. Porque a omissão é uma forma cobarde mas habilidosa de servir a causa da seita UNITA.

De Portugal vocifera o Vítor Ramalho, porta-voz da UNITA encapotado, para não perder a mama das cidades capitais de língua portuguesa. Diz ele, sem se rir mas cheio de droga até às ventas, que as eleições no seu país foram um exemplo de lisura que em Angola devemos seguir. Como ainda andamos a saltar de galho em galho como os macaquinhos, acreditamos no patifório. Lisura? Os Media portugueses, com grande destaque para os canais públicos e privados de televisão, massacraram os eleitores com propaganda ao partido nazi Chega. De manhã à noite. Limpinho.

As casas de sondagens, coisas sinistras ao serviço de poderes ilegítimos porque altamente mafiosos, combinaram um truque. Todas deram que entre o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD) existia um empate técnico, o que, atendendo às intenções de voto atribuídas aos outros concorrentes, era absolutamente impossível, já que teriam de somar, cada um, pelo menos 40 por cento dos votos. Por que fizeram isto? Para que o Partido Socialista esvaziasse os partidos à sua esquerda (como aconteceu) e o PSD fosse invadido pelo nazi Chega e o partido de extrema-direita Iniciativa Liberal, como também aconteceu. Ainda tiveram um bónus, o CDS não teve votos para eleger deputados. Limpinho.

'LIMPEZA ÉTNICA': ALIADOS ETIOPES ACUSADOS DE MASSACRE DE ABALA

# Publicado em português do Brasil

Lucy Kassa | Aljazeera

Sobreviventes e testemunhas dizem que as forças aliadas etíopes foram de porta em porta por cinco dias seguidos, visando os tigrés.

Desta Gebreananya se lembra de ter visto centenas de corpos espalhados por toda a rua - homens jovens, crianças e até mulheres grávidas - em 24 de dezembro de 2021 - apenas alguns dias depois que as forças aliadas etíopes invadiram sua cidade natal de Abala, na região de Afar.

A mulher de 41 anos e seus cinco filhos estavam fugindo da comunidade, que fica na fronteira entre as regiões de Afar e Tigray, depois de se esconder por uma semana na casa de um vizinho, de etnia afar. Eles caminharam a pé por três dias e depois pagaram contrabandistas para atravessarem para Tigray.

“Eles [soldados] protegeram civis de outras etnias e apagaram os Tigrayans”, disse Desta, que agora vive no campo de Derg-Ajen para deslocados internos (IDP) nos arredores de Mekelle, a capital Tigrayan. “Eles mataram, estupraram, saquearam e prenderam todos os Tigrayan que encontraram na cidade. Somente se você conhecesse um Afar para escondê-lo ou ajudá-lo a escapar, você poderia ser salvo.”

Ela ainda não sabe se o marido, que desapareceu na confusão, está vivo ou morto.

No campo, há quase 7.000 pessoas que fugiram de Abala para Tigray no final de dezembro, incluindo 26 meninas que relataram casos de violência sexual. Os sobreviventes, principalmente mulheres e crianças, estão atualmente abrigados em quatro centros de deslocados internos, incluindo Derg-Ajen, todos localizados nos arredores de Mekelle.

IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL: EM LUTA POR UMA VIDA DIGNA

Portugal é um país de emigração e de imigração. Tal como os portugueses rumaram aos quatro cantos do mundo, os imigrantes procuram aqui melhores condições de vida. Mas as barreiras burocráticas, situações de abuso e exploração laboral, de discriminação, continuam a impedi-los de exercer direitos fundamentais. Dossier organizado por Mariana Carneiro.

Mariana Carneiro* | Esquerda.net

Todas as pessoas têm o direito a deixar o seu país à procura de melhores condições de vida. E os imigrantes enriquecem Portugal do ponto de vista cultural, humano, social, e contribuem de forma significativa para o crescimento económico. Ainda assim, continuam a ser tratados como criminosos, e a ser alvo de perseguição, discriminação, exploração, intimidação e abandono.

Os constrangimentos começam logo à chegada a Portugal. Os imigrantes tem um objetivo bem definido: começar rapidamente a trabalhar para iniciar o processo de regularização no país. Mas muitos patrões preocupam-se apenas com o lucro rápido, em detrimento dos direitos laborais e humanos destas pessoas. Nos setores de base, como a agricultura, restauração, construção, ainda prolifera a economia informal. Os abusos laborais e a precariedade afetam em particular os imigrantes, mais desprotegidos. São comuns situações de salários por pagar, ausência de descontos para a Segurança Social, ritmos de trabalho insustentáveis. E, inclusive, persistem situações de pura escravatura, como é o caso dos imigrantes em Beja que, nas mãos de engajadores que fornecem mão-de-obra para as grandes explorações agrícolas, são alvo de todo o tipo de abusos. Ou dos trabalhadores das estufas da Sudoberry.

MAIS 24 MORTES E 4209 NOVOS CASOS DE COVID EM PORTUGAL

Rt sobe e incidência desce

Nas últimas 24 horas, há mais 82 doentes internados em enfermaria, permanecendo 102 pacientes em unidades de cuidados intensivos.

stão confirmadas 21.039 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 24 do que no último boletim epidemiológico emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS). O número de pessoas infetadas pela doença até agora é de 3.262.618, mais 4209 nas últimas 24 horas.

Segundo o boletim epidemiológico diário da Direção-Geral da Saúde (DGS), hoje estão internadas 1.478 pessoas, mais 82 do que no domingo, enquanto nas unidades de cuidados intensivos continuam 102 doentes, embora nem todos os internamentos se devam à covid-19, podendo ser motivados por outras patologias apesar da existência de infeção com SARS-CoV-2.

O número de casos ativos subiu hoje para 456.181, mais 3.423 do que no domingo, e nas últimas 24 horas foram dadas como recuperadas 762 pessoas, para um total de 2.785.374 desde o início da pandemia.

O boletim de hoje deixou de contabilizar o número de pessoas em vigilâncias pelas autoridades de saúde, uma vez que os contactos de alto risco deixaram de estar em isolamento.

Das 24 mortes, 12 aconteceram na região do Norte, seis em Lisboa e Vale do Tejo, três no Centro, uma no Alentejo, uma no Algarve e outra na Madeira.

Por faixas etárias, morreram 16 idosos com mais de 80 anos, sete pessoas entre os 70 e 79 anos e uma entre os 50 e 59 anos.

O POUCO VALOR DOS POVOS

Paula Ferreira | Jornal de Notícias | opinião

Como em quase todas as guerras, os povos contam pouco. Joga-se poder e influência. O que está a acontecer na Ucrânia não haveria de ser diferente. Trágico, sempre. E se temos a perceção de que o Mundo está em permanente mudança, há coisas que permanecem. A Rússia quer manter a sua influência a Leste, os Estados Unidos pretendem continuar a expandir a sua.

O povo ucraniano é o que menos importa no meio desta aritmética do poder hegemónico das potências mundiais, mesmo que a Rússia não seja já a União Soviética e a sua influência pareça cada vez mais reduzida. Gorbatchov talvez tenha sido o último líder digno desse nome, daquele imenso país. Negociou em nome da paz e deixou acabar com o Pacto de Varsóvia; a NATO, porém, manteve-se e não dá sinais de quer parar de crescer.

O resto é uma tragédia a que assistimos incrédulos, pois acreditávamos que, quase no segundo quartel do século XXI, a barbárie não fosse possível. Está à vista de todos. Não sejamos ingénuos. A barbárie, bem vistas as coisas, nunca nos abandonou. Ainda há pouco nos indignávamos com a devastação na Síria. Sim, já esquecemos os sírios. Esquecemos o Iraque, a Líbia, o Afeganistão e tão perto de nós, ali depois de Trieste, tão perto de Atenas, o que acontecera no virar do século na ex-Jugoslávia.

Desde que Putin, num gesto de loucura que achávamos impossível, invadiu a Ucrânia, conhecemos todos os dias novas sanções. Todos dizem que o objetivo é encurralar a Rússia, e, com tais medidas, se constrói uma nova ordem mundial. Talvez não seja uma coisa, nem outra. Apenas a única forma de disfarçar: não sabem muito bem como lidar com uma ameaça bélica tão perigosa que acabou de colocar em alerta as forças nucleares. A última vez usadas, numa guerra, acontecera em 1945 - e foram os americanos a carregar no botão.

*Editora-executiva-adjunta

Lukashenko diz que sanções estão a empurrar a Rússia para a III Guerra

Presidente da Bielorrússia nega ainda que o país se esteja a preparar para se juntar à invasão, à qual Lukashenko diz ser não ser uma guerra, mas sim "um conflito".

Além de não considerar a invasão russa à Ucrânia uma guerra, mas sim "ainda um conflito", o presidente da Bielorrússia afirma também que são as sanções ocidentais que estão a 'empurrar' a Rússia para a "III Guerra Mundial".

O autoritário líder bielorrusso, Alexander Lukashenko, disse à agência de notícias russa TASS que as sanções punitivas no setor bancário, e não só, contra a Rússia são mais perigosas do que uma guerra. 

“Muito se fala sobre o setor bancário. Gás, petróleo, SWIFT. É pior que a guerra. A Rússia está a ser empurrada para uma III Guerra Mundial. Devemos ser muito reservados e evitar isso. Porque a guerra nuclear é o fim de tudo”, disse Lukashenko. 

Bissau: Arranca julgamento de um dos casos mediáticos de tráfico de droga

Começaram a ser julgadas em Bissau as sete pessoas detidas em novembro de 2021 por alegado tráfico de droga. Autoridades procuram perceber proveniência dos mais de 900 quilos de cocaína que foram entretanto apreendidos.

A PJ guineense acredita que a droga terá chegado à Guiné-Bissau, a partir de uma rede internacional, com ramificações na Bolívia, passando pelo Brasil, Senegal, Gâmbia, Serra-Leoa até Bissau.

A operação de novembro passado foi denominada pela Polícia Judiciária de "RED". Trata-se de um dos casos de tráfico de droga mais mediáticos no país, tendo sete pessoas como suspeitas, entre as quais um oficial da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e um funcionário de uma das companhias áreas que operam na Guiné-Bissau. 

Depois de mais de sete horas de discussão, na primeira sessão de julgamento do caso, Mussa Sanhá, advogado de três dos sete réus, fez o ponto de situação aos jornalistas: "Aconteceu a detenção dos suspeitos que estão a ser acusados pelo crime de tráfico de droga. Mas o que foi objeto da primeira discussão a nível do julgamento, os elementos que foram apresentados e discutidos foram totalmente diferentes dos elementos que constam da acusação."

A primeira sessão do julgamento dos suspeitos do tráfico de droga foi suspensa, esta quinta-feira (24.02), para ser retomada na próxima semana, no dia 3 de março.

PRESIDENTE DA GUINÉ-BISSAU FAZ MEXIDAS NAS FORÇAS ARMADAS

O Presidente guineense mudou algumas chefias militares, quase um mês depois de um ataque armado à sede do Governo. Sissoco nomeou novo chefe da Armada.

O chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, nomeou esta sexta-feira (25.02) o capitão-de-Mar-e-Guerra Hélder Nhnaque como novo Chefe de Estado Maior da Armada, segundo um decreto presidencial a que a DW teve acesso.

Sissoco Embaló exonerou Carlos Alfredo Mandunghal do cargo de Chefe de Estado Maior da Armada.

Também exonerou Sumbonhe Na N´Tchongo como vice-chefe de Estado Maior do Exército e nomeou o Coronel, Baute Yamta Na Mam para o seu lugar. O coronel Baute Yamta Na Mam é o comandante dos Comandos, a força especial que resgatou o Presidente guineense do Palácio do Governo no ataque ocorrido em 01 de fevereiro.

Os decretos presidências foram divulgados no final da tarde de hoje, exatamente 25 dias depois do ataque armado contra a sede do Governo onde decorria a reunião do Conselho de Ministro.

O Presidente e os membros do Governo de Nuno Nabima ficaram retidos durante cinco horas no interior do edifício. Ainda não se sabe quem são autores do ataque considerado pelo Executivo guineense e Forças Armadas de tentativa de Golpe de Estado.

Braima Darame | Deutsche Welle

Angola | OSSOS DE ASSASSINOS PROMOVIDOS A HERÓIS -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

As eleições de 1992 registaram uma afluência às urnas absolutamente invulgar , mais de 90 por cento dos eleitores inscritos. O MPLA venceu com maioria absoluta. A UNITA recusou os resultados eleitorais e regressou a guerra, pondo em marcha um plano previamente desenhado pelos serviços secretos sul-africanos e a direcção do partido. Esta era a fórmula: Se ganharmos tudo bem. Se perdermos, alegamos que houve fraude e tomamos o poder pela força das armas. Para isso, a inteligência militar de Pretória escondeu 20.000 homens e as melhores armas em bases secretas no Cuando Cubango.

Jonas Savimbi até quis saltar por cima das eleições e tomar logo o poder pela força. Washington recusou alinhar no golpe e exigiu que a UNITA cumprisse o Acordo de Bicesse. Um contratempo que se verificou insuperável. Porque a UNITA partiu mesmo para o golpe militar e não só perdeu nas frentes de combate, mas também o apoio dos EUA que faziam parte da Troika de Observadores, uma equipa de arbitragem que assumiu a responsabilidade de exigir que os assinantes do Acordo de Bicesse cumprissem o acordado. Os outros dois árbitros eram Portugal e a Federação Russa.

 Eu estava nas instalações da Rádio Nacional de Angola no sábado em que as tropas da UNITA desencadearam o golpe de estado. As ruas de Luanda foram transformadas em campos de batalha e cemitérios. Guerra terrível. Tudo começou com um “incidente” na zona do aeroporto, às primeiras horas da manhã. Uma unidade de “comandos” do general Ben Ben tentou tomar de assalto a zona das cargas e a partir daí alastrar a todas as instalações, inclusive a aerogare. Foram rechaçados. À mesma hora, um grupo de jovens que saiu de uma festa de “sexta à noite” foi massacrado pelos militares da UNITA. Todos assassinados no Kassenda. Mataram por matar, para curarem a frustração.

Até às 13 horas daquele sábado a tensão na cidade aumentava. Quando acabou a reunião da Comissão Conjunta Política e Militar (CCPP) Salupeto Pena deu ordens para o assalto final aos alvos definidos: Bairro Alvalade e matar toda a gente, tomar de assalto a Rádio Nacional de Angola e a TPA, atacar e tomar a sede do MPLA, ocupar a zona dos Ministérios. Assaltar de novo o aeroporto e cercar o Bairro Miramar. As tropas saíram da Maianga, de Viana e da delegação do Bairro São Paulo.

CONTOS POPULARES ANGOLANOS -- O Rei da Floresta e o Príncipe do Fogo

Seke La Bindo

O Peru das Florestas era muito respeitado por toda a bicharada porque um dia a sua mãe proclamou-o Príncipe do Fogo. As suas grandes asas permitiam-lhe voos soberbos entre as ilhas do Kwanza e chegava a voar desde o Dondo à Kissama, ida e volta.

Os outros pássaros tinham medo de se aproximar do Príncipe do Fogo porque o seu bico lançava chamas rutilantes que tudo queimavam à sua volta. As grandes queimadas que devastavam as matas do vale do Kwanza eram provocadas pelo seu bico enorme, que soltava línguas de fogo e rapidamente abrasavam a floresta.

Ninguém queria ser vizinho do Peru das Florestas e ele também começou a fugir do convívio dos outros animais. Dormia no alto das mafumeiras e poucos o viam baixo da ramagem da ovilemba, que fazia autênticas galerias vegetais nas margens pujantes do rio.

Um dia, o Príncipe do Fogo voou desde Massangano até à Kissama e no fim da viagem estava tão cansado, ficou com tanto sono, que adormeceu empoleirado no tronco carcomido de uma velha mwanza, derrubada pelos camponeses para deixar passar o sol que transformava os bagos do café dos morcegos em cerejas rubras.

GRUPO DE MAIS DE CEM ANGOLANOS NA UCRÂNIA REFUGIA-SE NA POLÓNIA

Um grupo de 168 angolanos residentes na Ucrânia deverá chegar hoje à Polónia, tendo sido acolhidos pela Embaixada de Angola naquele país, noticia o Jornal de Angola.

Segundo o Jornal de Angola, que cita o responsável pela comunidade angolana na Ucrânia, Manuel de Assunção, os 168 angolanos vão chegar em grupos separados a uma zona da fronteira com a Polónia, entrando depois de uma só vez.

Embaixada de Angola na Polónia está a proceder desde sábado, por um período de sete dias, ao acolhimento e retirada dos estudantes angolanos "que o desejarem" no posto fronteiriço de Korczowa-Krokowets, aconselhando-os a fazerem-se acompanhar dos respetivos documentos de viagem, segundo um comunicado do consulado de Angola no Reino Unido.

Manuel de Assunção, o líder da comunidade angolana na Ucrânia, chegou na manhã de sábado à fronteira com a Polónia, com mais de 30 angolanos, depois de 18 horas de viagem de comboio, num percurso de mais de 800 quilómetros desde Dnipro, cidade que está perto de Donetsk e de Lugansk, ocupadas pelos separatistas ucranianos desde 2014, relata o Jornal de Angola.

O jovem de 29 anos e estudante de arquitetura na Ucrânia, onde reside há sete anos, comprou o bilhete de 100 euros, notando a especulação dos preços, que oscilavam antes entre os 25 e os 50 euros, numa altura em que "muita gente quer sair da Ucrânia", procurando segurança na Polónia.

Pedimos desculpa pela interrupção. A guerra nuclear começa dentro de momentos


NÃO SERÁ QUE ANDA GENTE DEMAIS A BRINCAR COM O FOGO? OLHEM QUE SIM. OLHEM QUE SIM.

NEGOCIAÇÕES UCRÂNIA–RÚSSIA AVANÇAM. UCRÂNIA QUASE NA UE E NA NATO?

UCRÂNIA VAI ENTRAR NA UE ATRAVÉS DE ESTATUTO ESPECIAL

Ucrânia exige "cessar-fogo imediato" e retirada de tropas russas. Delegação de Kiev já chegou à fronteira com a Bielorrússia

A Ucrânia exigiu um cessar-fogo russo imediato e a retirada de tropas, quando uma delegação de Kiev chegou para conversar com a representantes russos no quinto dia da ofensiva de Moscovo contra o país.

"A delegação ucraniana chegou à fronteira ucraniana-bielorrussa para participar de negociações com representantes da Federação Russa", disse a presidência ucraniana em comunicado. "A questão chave das negociações é um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas da Ucrânia." -- AFP

Zelensky pede aos soldados russos que deponham as armas e saiam do país

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou hoje aos soldados russos para que deponham as armas, numa mensagem divulgada antes das conversações com Moscovo, em que Kiev exige a retirada das forças russas.

"Larguem as armas, saiam daqui, não acreditem nos vossos comandantes, não acreditem nos vossos propagandistas. Salvem apenas as vossas vidas", disse Zelensky numa mensagem em russo, citado pela agência francesa AFP.

Representantes ucranianos e russos realizam hoje negociações perto da fronteira da Ucrânia com a Bielorrússia, um país aliado de Moscovo.

A presidência ucraniana disse que vai exigir um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas da Ucrânia.

O conselheiro presidencial Vladimir Medinsky, que chefia a delegação de Moscovo, disse que a Rússia está disponível para um acordo que seja do interesse das duas partes. -- Lusa

Zelensky quer a adesão imediata da Ucrânia à UE

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, quer a adesão imediata do seu país à União Europeia (UE).

"Apelamos à UE para a adesão imediata da Ucrânia através de um novo procedimento especial", disse Zelensky num novo discurso em vídeo, citado pela AFP.

"O nosso objetivo é estarmos juntos com todos os europeus e, mais importante ainda, estarmos em pé de igualdade. Tenho a certeza de que é justo. Tenho a certeza de que é possível", acrescentou. -- DN

Ursula von der Leyen defende a entrada da Ucrânia na União Europeia

A presidente da Comissão Europeia Ursula Von der Leyen, em declarações ao canal Euronews, afirmou que existem muitos tópicos entre a Ucrânia e a União Europeia que permitem esta integração, referindo que "de facto a Ucrânia ao longo do tempo pertence à União Europeia. Eles são um de nós e queremos que eles entrem."

Esta declaração é feita na sequência de uma decisão inédita da União Europeia em fornecer armas à Ucrânia. -- RTP

A UCRÂNIA E A “INFORMAÇÃO BANHA DA COBRA” NO SEU MELHOR

Ao recolhermos informação nos órgão de comunicação social deparamos com algo que poderia ser considerado desinformação e péssimo profissionalismo de escribas e papagaios que nos pretendem baralhar às ordens de quem sabem bem e porquê.

Acerca do ponto de situação na Ucrânia é flagrante a informação díspar. Enquanto podemos olhar para o que menciona na SIC há cerca de duas horas – a CNN não faz melhor, assim como muitos outros – é referido Guerra na Europa ao minuto: explosões em Kiev e Kharkiv, prédio atingido por míssil.

Em contrapartida, aproximadamente há mesma hora, a RTP anuncia: Noite calma em Kiev à espera das negociaçõesO que vai de encontro a declarações que apresentamos a seguir via site da Interfax - agência russa na Ucrânia, onde é referido pelo prefeito da cidade (presidente de câmara municipal da cidade) que a noite em Lviv (Kiev) foi tranquila e foi passada pacificamente.

E então? Em que ficamos? Em quem acreditar? No presidente da câmara da cidade ou nos abundantes papagaios que os órgãos de comunicação social têm por supostos profissionais do jornalismo que aparentemente parecem preferir vender banha da cobra?

Pois é. Acreditar ou não acreditar fica ao critério de cada um dos que consomem o produto final que nos chega, a informação ou a desinformação. Decida-se… e desconfie sempre. (PG)


A noite em Lviv (Kiev) passou tranquilamente, nos postos de controle longas filas para entrada na cidade - Sadovy

O prefeito de Lviv, Andriy Sadovy (na foto), afirma que a noite na cidade passou pacificamente, não houve interrupções no fornecimento de água, eletricidade e gás.

De acordo com Andriy Sadovy no Telegram Channel, a partir das 9h30 de 28 de fevereiro, mais de 3.000 moradores de Lviv estão patrulhando a cidade.

"A noite passou pacificamente. Os moradores estão ajudando ativamente os policiais e patrulhando 24 horas por dia junto com a polícia e as forças de TerDobyni. Lembraremos que, se você estiver pronto para proteger nossa cidade, entre em contato com a administração distrital de Lviv mais próxima", disse o comunicado. declaração disse.

Segundo o prefeito, atualmente há longas filas nos postos de controle para entrar na cidade.

"Estamos trabalhando para fortalecer nossos postos e ajudar a polícia nas inspeções de carros para acelerar as viagens", disse Sadovyi.

Ele também disse que todos os serviços em Lviv funcionam normalmente.

"Devido à precipitação durante a noite, os equipamentos de remoção de neve estavam funcionando nas ruas da cidade. O transporte público também continua: 98 autocarros e trólebus, 129 autocarros circulam pela cidade. Não há interrupções no fornecimento de água, eletricidade e gás", disse o prefeito.

Interfax. ua 

O EXPANSIONISMO DA NATO NA EUROPA

Manlio Dinucci*

É uma história que mal se pode acreditar: uma aliança militar, a NATO, cujo funcionamento viola os princípios da soberania e da igualdade dos Estados inscritos na Carta das Nações Unidas, expandiu-se nos últimos vinte e três anos, violando os tratados internacionais. É uma trama tão importante que todos nós a esquecemos.

O alargamento da NATO, nas últimas décadas. tem sido um grande sucesso e também abriu o caminho para um maior alargamento da União Europeia", reiterou no sábado, o Secretário Geral da NATO, Jens Stoltenberg, na Conferência de Segurança de Munique. A fim de compreender plenamente as suas palavras, deve ser reconstituída nos seus termos essenciais, esta história de "grande sucesso".

Começa no mesmo ano - 1999 - em que a NATO destrói a Jugoslávia com a guerra e, na cimeira de Washington, anuncia que quer "efectuar operações de resposta a crises, não previstas no Artigo 5º, fora do território da Aliança". Esquecendo que tinha prometido à Rússia que "não se expandiria nem sequer um centímetro para Leste", a NATO começou a sua expansão para Leste. Incorporou os três primeiros países do antigo Pacto de Varsóvia: Polónia, República Checa e Hungria. Depois, em 2004, estendeu-se a mais sete: Estónia, Letónia, Lituânia (anteriormente parte da URSS); Bulgária, Roménia, Eslováquia (anteriormente parte do Pacto de Varsóvia); Eslovénia (anteriormente parte da Federação Jugoslava). Em 2009, a NATO inclui a Albânia (antigo membro do Pacto de Varsóvia) e a Croácia (antiga parte da Federação Jugoslava); em 2017, Montenegro (antiga parte da Jugoslávia); em 2020, a Macedónia do Norte (antiga parte da Jugoslávia). Em vinte anos, a Nato amplia de 16 para 20 países.

Deste modo, Washington obteve um resultado triplo. Estende à volta da Rússia, dentro do território da antiga URSS, a Aliança militar da qual mantém as alavancas de comando: o Comandante Supremo Aliado da Europa, "por tradição", é sempre um general USA nomeado pelo Presidente dos Estados Unidos e os outros comandos-chave também pertencem aos USA. Ao mesmo tempo, Washington liga os países da Europa Oriental não só à Aliança como também directamente aos USA. A Roménia e a Bulgária, assim que entraram na União Europeia, puseram imediatamente as suas importantes bases militares em Constanza e Burgas, no Mar Negro, à disposição dos Estados Unidos. O terceiro resultado obtido por Washington com o alargamento da NATO a Leste, foi o reforço da sua influência na Europa. Dos dez países da Europa Central e Oriental que aderiram à NATO, entre 1999 e 2004, sete aderiram à União Europeia entre 2004 e 2007: os Estados Unidos sobrepuseram a NATO à União Europeia, que se estava a expandir para leste na Europa. Hoje, 21 dos 27 países da UE pertencem à NATO sob comando USA. O Conselho do Atlântico Norte, o órgão político da Aliança, segundo as regras da NATO, decide não por maioria mas sempre "por unanimidade e de comum acordo", ou seja, de acordo com o que é decidido em Washington. A participação das grandes potências europeias nestas decisões (excluindo a Itália, que obedece mantendo-se calada) realiza-se geralmente através de negociações secretas com Washington sobre dar e receber. Isto leva a um enfraquecimento ainda maior dos parlamentos europeus, especialmente o italiano, já hoje privados dos verdadeiros poderes de decisão sobre política externa e militar.

Neste contexto, a Europa encontra-se hoje numa situação ainda mais perigosa do que durante a Guerra Fria. Mais três países - Bósnia-Herzegovina (antiga Jugoslávia), Geórgia e Ucrânia (antiga URSS) - são candidatas a entrar na NATO. Stoltenberg, porta-voz dos USA de preferência à NATO, afirma que "mantemos a porta aberta e se o objectivo do Kremlin é ter menos NATO nas fronteiras da Rússia, só terá mais NATO". As armas nucleares entram em jogo na escalada USA-NATO, claramente destinada a desencadear uma guerra em grande escala no coração da Europa. Dentro de três meses, os EUA iniciarão a produção em massa das novas bombas nucleares B61-12, que serão colocadas sob comando USA em Itália e noutros países europeus, provavelmente também no Leste, ainda mais próximo da Rússia. Para além destas, os USA têm duas bases terrestres na Europa, na Roménia e na Polónia e quatro navios de guerra equipados com o sistema de mísseis Aegis, capazes de lançar não só mísseis anti-mísseis mas também mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares. Estão também a preparar mísseis nucleares de médio alcance para instalar na Europa contra a Rússia, o inimigo inventado que, no entanto, pode responder destrutivamente se for atacado.

A tudo isto junta-se o impacto económico e social da crescente despesa militar. Na reunião dos Ministros da Defesa, Stoltenberg anunciou triunfante, que "este é o sétimo ano consecutivo do aumento da despesa da Defesa dos Aliados europeus, acrescida em 270 biliões de dólares desde 2014". Outro dinheiro público desviado das despesas sociais e dos investimentos produtivos, enquanto os países europeus ainda não recuperaram do lockdown económico de 2020-21. A despesa militar italiana ultrapassou os 70 milhões de euros por dia, mas não é suficiente. O Primeiro Ministro Draghi já anunciou: "Temos de nos dotar de uma defesa mais significativa: é claríssimo que teremos de gastar muito mais do que temos feito até agora". Claríssimo: apertemos o cinto para que a NATO possa alargar-se.

Manlio Dinucci* | Tradução Maria Luísa de Vasconcellos | Fonte Il Manifesto (Itália)

* Geógrafo e geopolítico. Últimas publicações : Laboratorio di geografia, Zanichelli 2014 ; Diario di viaggio, Zanichelli 2017 ; L’arte della guerra / Annali della strategia Usa/Nato 1990-2016, Zambon 2016; Guerra nucleare. Il giorno prima. Da Hiroshima a oggi: chi e come ci porta alla catastrofe, Zambon 2017; Diario di guerra. Escalation verso la catastrofe (2016 - 2018), Asterios Editores 2018.

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