Manuel Augusto Araújo | opinião
«Há que lembrar que o estado sionista tem o apartheid inscrito na sua constituição, pratica desde a sua fundação o terrorismo de Estado e a limpeza étnica. Há que lembrar a longa história de colaboração entre sionistas e nazis, o que sistematicamente é ocultado, que há que sempre que distinguir os judeus sionistas dos muitos judeus que vivem em Israel, na diáspora judaica e as vitimas do Holocausto que os sionistas e ultra ortodoxos transformaram numa mercadoria.»
Ao ministro da Defesa de Israel que afirmou que os palestinos são “animais com forma humana”, a Blinken que foi a Israel apoiar a punição colectiva dos palestinianos que habitam Gaza e que se afirma ‘também como judeu” neto de alguém que escapou aos progroms na Rússia, não referindo que ocorreram em 1904, e ao padrasto que sobreviveu não a um nem a dois , mas a três campos de concentração nazis, Auschwitz, Dachau e Majdanek o que é um feito notável, embora se esqueça de agradecer ao exército vermelho da União Soviética que libertaram os três, a Ursula van der Leyden que, acompanhada por Roberta Metsola, deu luz verde ao genocídio que os sionistas e os ultra-ortodoxos do governo de Netanyahu se preparam para realizar depois de em janeiro de 2023 o ter anunciado subliminarmente afirmando que “o povo judeu tem um direito exclusivo e inquestionável a todas as áreas da Terra de Israel”, talvez para fazer esquecer que o seu avô era um alto oficial dos SS nazis, responsável por inúmeros crimes de guerra na Ucrânia, a todos os que se horrorizam, com toda a razão, com o ataque terrorista perpetrado pelo Hamas no passado dia 7, relembrando que em 2007, Amos Yadlin, diretor dos serviços secretos israelitas dizia: “seria bom para Israel que o Hamas controlasse Gaza, para que o exército pudesse lidar com Gaza como um estado terrorista, desde que não controlem nenhum porto”, levantando a cortina que ocultava mal que o Hamas é uma criação israelita para tirar força e influência à Fatah e à OLP, bem como aos marxistas da FPLP e da FDLP, organizações laicas e de esquerda, mas também para aquela esquerda de gente gira progressista humanista sempre sempre tão empenhada nas lutas ditas fracturantes, que coloca no mesmo patamar vítimas e agressores, atirando para debaixo do tapete das suas vacilantes convicções o terrorismo de Estado praticado por Israel desde a sua fundação. A todos eles há que lembrar que o estado sionista tem o apartheid inscrito na sua constituição, pratica desde a sua fundação o terrorismo de Estado e a limpeza étnica. Há que lembrar a longa história de colaboração entre sionistas e nazis, o que sistematicamente é ocultado, que há que sempre que distinguir os judeus sionistas dos muitos judeus que vivem em Israel, na diáspora judaica e as vitimas do Holocausto que os sionistas e ultra ortodoxos transformaram numa mercadoria.
A promiscuidade entre o nazismo
de Hitler e o sionismo de Theodor Herzl, têm a mesma raiz ideológica. Hitler
que afirmava e decretava a supremacia racial da raça ariana, que concretizou
num dos piores massacres com milhões de vítimas em que se destacam os judeus,
era um apoiante do sionismo que, por seu turno, pratica uma política
segregacionista, de forma diversa mas igualmente condenável, na base da raça
judia e da nação judia que já massacrou mais de seis milhões de palestinianos.
A documentação é extensa, pouco ou mesmo nada referida. A Federação Sionista da
Alemanha, em 1933, enviou uma declaração ao Congresso do Partido
Nacional-Socialista em que afirmava que “um renascimento da vida nacional como
o que está a acontecer na vida alemã (…) deve também acontecer na nação
judaica. A base de um novo Estado Nazi deve também ocorrer na formação de um
Estado Nacional Judaico. Com os princípios de um novo Estado Nazi fundado no
princípio da raça, devemos enquadrar a nossa comunidade com natureza similar
para que se possa estruturar e desenvolver uma Pátria Judaica”. A pátria
judaica era Israel, nos territórios históricos de fronteiras redescobertos na
leitura do Genesis. São muitos e bem documentados os textos que evidenciam como
são ideologias análogas centradas na etnicidade e no nacionalismo. Os
interesses entre o Nacional Socialismo da Alemanha Nazi e o Sionismo Judaico
cruzam-se, interceptam-se. Hitler não os desdenhava, tinha entre os seus primeiros
financiadores bancos maioritariamente de capitais judeus. A relação entre o
sionismo, apartheid e nazismo tem longo historial que os sionistas hoje,
empurrados pelos ventos da história, procuram por todos os meios ao seu alcance
ocultar, no que são bastante eficazes, mas que é desmentido, contundente e
diariamente, pelas suas práticas e pelos conúbios calhordas e sornas que
plantam. Bastante eficazes mas sem poderem apagar nem escusar, ainda que sejam
pertinazes em negar todas as evidências, que na introdução às leis raciais
proclamadas pelos nazis em Nuremberga 1935, que anteciparam o Holocausto esteja
escrito: “Se os judeus tivessem o seu próprio Estado, onde encontrariam o seu
próprio lar, o problema judeu poder-se-ia considerar resolvido já no dia de
hoje e pelos próprios judeus. Os verdadeiros sionistas são os que menos se têm
oposto às ideias básicas das leis de Nuremberga, sabem que estas leis são a
única solução válida para o povo judeu”. Nem rasurar o que Reinhardt Heydrich,
chefe dos Serviços de Segurança das SS, depois nomeado Protector dos
territórios checoslovacos incorporados no III Reich, escreveu
Nem que Eichmann, diretor dos departamentos incumbidos pela proscrição e outros “assuntos referentes aos judeus” era ideologicamente favorável ao sionismo, estabelecendo com eles acordos pontuais que os punham ao abrigo das deportações que comandava em que enviou mais de 1.5 milhão de judeus de toda a Europa para centros de extermínio de assassinato em massa de judeus.
No momento actual em que está em marcha um genocídio em massa dos palestinianos há que relembrar todos estes factos que, mesmo bem documentados têm sido sistematicamente ocultados, que a desculpa do terrorismo tem servido para justificar as maiores atrocidades ao longo dos tempos. Que Israel, respaldado pelos EUA e seus vassalos não cumpriu nenhuma das mais de 140 resoluções que o condenam como um Estado ocupante e desrespeitador dos direitos mais básicos daquele povo. A ONU e os demais defensores dos direitos humanos do jardim de Borrell não chegam nem à Cisjordânia nem a Gaza. O Holocausto dos palestinianos continua a sua infame marcha. Condenar o terrorismo do Hamas e não condenar o terrorismo de Israel é a demonstração da dupla moral, da miséria ética dos chamados valores da civilização ocidental com raízes no colonialismo e no racismo estrutural.
Fonte: https://pracadobocage.wordpress.com/2023/10/16/um-genocidio-em-marcha/
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