sexta-feira, 24 de março de 2023

TIKTOK, TIKTOK, TIKTOK – OS EUA DOENTIAMENTE CONTRA A CHINA

A China denuncia a ameaça de proibição do TikTok dos EUA como 'caça às bruxas xenófoba' e se opõe firmemente a uma possível venda forçada

Ma Jingjing | Global Times, editorial | # Traduzido em português do Brasil

A audiência do TikTok nos EUA é politicamente manipulada para cobrir seu verdadeiro propósito de roubar a empresa lucrativa da China, o que reflete a hegemonia crescente dos EUA e a intimidação contra empresas com origem chinesa, disseram especialistas na sexta-feira, observando que a caça às bruxas dos EUA contra o TikTok pressagia que a inovação tecnológica dos EUA está em declínio e a farsa política contra um pequeno aplicativo abalou seriamente os valores americanos de concorrência justa e sua credibilidade.

O Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos EUA realizou uma audiência na quinta-feira (horário dos EUA) intitulada "TikTok: como o Congresso pode proteger a privacidade dos dados americanos e proteger as crianças contra danos online".

Enquanto os legisladores dos EUA agiam como se estivessem buscando uma solução para garantir a segurança dos dados, a audiência acabou sendo um show político projetado para difamar uma empresa internacional de origem chinesa e encobrir seu verdadeiro propósito de roubar a empresa de seu Pai chinês, disseram especialistas.

Quer acabe "matando" o TikTok ou tirando a criança dos braços de seu pai, ByteDance, é uma das cenas mais feias do século 21 em competição de alta tecnologia, disseram eles. "Sua plataforma deveria ser banida", disse a presidente do Comitê de Energia e Comércio da Câmara, Cathy McMorris Rodgers, ao iniciar a audiência, alegando que o aplicativo tem laços com o governo chinês.

Durante a audiência de aproximadamente cinco horas, as tentativas do CEO Shou Zi Chew de ilustrar as operações comerciais da TikTok foram frequentemente interrompidas. Seus pedidos para detalhar as preocupações dos membros do Congresso dos EUA também foram bloqueados.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, denunciou a ação dos EUA na sexta-feira, dizendo que os EUA estão adotando a presunção de culpa e se engajando em uma repressão irracional contra o TikTok sem qualquer prova. 

"Observamos que algum legislador dos EUA disse que buscar uma proibição do TikTok é uma 'caça às bruxas xenófoba'", disse ela, pedindo aos EUA que respeitem a economia de mercado e as regras de concorrência justa, parem com a repressão irracional a empresas estrangeiras e forneçam um ambiente aberto, justo e não discriminatório para empresas de outros países nos EUA.

O governo chinês dá grande importância à proteção da privacidade e segurança dos dados de acordo com as leis. A China nunca pediu e nunca pedirá a empresas ou indivíduos que violem as leis locais para coletar ou fornecer dados e informações armazenados dentro das fronteiras de outros países, enfatizou Mao.

Macau | Reserva Financeira: AMCM recusa divulgar montante investido no Credit Suisse

Ao contrário do que acontece em outras jurisdições, em que as autoridades revelaram as potenciais perdas relacionadas com o Credit Suisse, em Macau a AMCM escuda-se em “acordos de confidencialidade”

A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) recusa revelar se houve perdas e qual a dimensão dos investimentos da reserva financeira da RAEM no Banco Credit Suisse. Apesar de ter sido questionada duas vezes pelo HM, a instituição liderada por Benjamin Chan Sau San não respondeu com dados às perguntas.

Na terça-feira, o HM entrou em contacto com a AMCM e colocou questões sobre a existência, ou não, de investimentos no banco suíço, uma avaliação sobre as potenciais perdas desses investimentos, e o tipo de produtos financeiros contratados.

A AMCM devolveu a mensagem de correio electrónico no dia seguinte, sem responder a nenhuma das questões colocadas, limitando-se a repetir princípios gerais, sem qualquer ligação ao caso do banco suíço, e deixando de fora o princípio da “transparência”.

“Segundo as exigências do estatuto da Reserva Financeira, a Autoridades Monetária de Macau segue os princípios básicos de ‘segurança, eficácia e estabilidade’ para optimizar a gestão dos investimentos, equilibrar os riscos e os ganhos e formular estratégias prudentes para melhorar a médio e longo prazo os ganhos com a Reserva Financeira”, pode ler-se no conteúdo da primeira mensagem de correio electrónico.

CNRT rejeita declaração da mesa do parlamento timorense de perda de mandato

O maior partido da oposição timorense, o CNRT, rejeitou argumentos da mesa do Parlamento que justifiquem a perda de mandato de 16 dos seus deputados, e afirmou ter atuado no quadro dos direitos constitucionais

Numa carta de resposta à ameaça de perda de mandato, a que a Lusa teve acesso, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) invoca a Constituição, em particular onde é “reconhecido aos partidos políticos o direito à oposição democrática”.

“O direito de se manter ausente para não viabilizar a eleição de alguém que não cumpre os requisitos legais, é o exercício do direito de oposição. Porventura, mais do que o exercício do direito de oposição, é um dever constitucional”, considera-se na carta.

“Nunca a Bancada do CNRT abandonou o Parlamento Nacional. A ausência às sessões plenárias foi devidamente justificada. A ausência trata-se do exercício pleno, do direito da oposição consagrada constitucionalmente”, sustenta-se.

A carta é assinada pelo presidente da bancada do CNRT e pelos 16 deputados que dizem que a mesa “deseja expulsar”.

“Ninguém pode obrigar um partido político, nem os seus deputados, a participar numa eleição que consideram ilegal. Trata-se do exercício do direito de ‘walk out’, isto é, do direito de não participar”, consideram.

Líder do parlamento timorense deixa a PR interpretação de voto sobre lei eleitoral

O presidente do Parlamento Nacional timorense disse hoje à Lusa que decidiu deixar ao Presidente da República, que "tem a total competência", a decisão sobre se foi ou não confirmada a lei eleitoral vetada pelo chefe de Estado

Na quinta-feira Aniceto Guterres Lopes escreveu a José Ramos-Horta a informar de que as alterações à lei eleitoral para o Parlamento Nacional tinham sido “objetivo de nova apreciação na reunião plenária” da passada segunda-feira.

“Nesse sentido, mais informo que no âmbito da votação na generalidade, que versou sobre a confirmação do decreto, foram registados 37 votos a favor, 22 votos contra e duas abstenções”, pode ler-se na curta carta a que a Lusa teve acesso.

Na missiva, Aniceto Guterres Lopes não refere se a lei foi ou não confirmada, depois de na segunda-feira ter considerado, no plenário, que a votação implicava a confirmação da lei.

Questionado sobre se a carta representava um recuo na sua posição, Aniceto Guterres Lopes disse apenas que deixava “a cada um” a interpretação do significado da carta.

“Eu deixo para cada um interpretar qual é o sentido. Significa que deixo à decisão do Presidente. Estou a deixar a decisão final para o Presidente da República, será competência total do Presidente”, afirmou.

Moçambique |"Estamos longe da estabilidade em Cabo Delgado" -- MSF

A situação em Cabo Delgado, norte de Moçambique, está longe de estabilizada e até se agravou nalguns distritos, apesar da melhoria junto aos projetos de gás, sublinham dirigentes dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) no país.

"Estamos longe da estabilidade em Cabo Delgado”, referiu esta quinta-feira (23.03) Helena Cardellach, coordenadora de emergência dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Cabo Delgado. Cardellach classificou a situação como "uma grave crise, com muito sofrimento e deslocados”, já acima de um milhão.

"É difícil de prever o que vai acontecer, mas o que é claro é que se este conflito acabasse amanhã, as necessidades estariam lá” durante muito tempo, até porque já existiam antes, referiu.

"Nalgumas partes da província, como Palma, a situação está um pouco mais estável”, mas "noutras está a piorar”, detalhou Federica Nogarotto, representante dos MSF em Moçambique.

Palma é o distrito onde estão os projetos de gás e que passou a ser guarnecido por tropas do Ruanda.

Olhando para a província no seu todo, não se pode "dizer que o número de ataques diminuiu” - apesar de a representante admitir que é preciso perguntar pelos números -, "ou que a quantidade de população em necessidade seja menor que há dois anos, isso de certeza”.

Angola | A Vitória da Humanidade no Triângulo do Tumpo – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

No dia 23 de Março de 1988, Angola, África e o Mundo triunfaram sobre os racistas de Pretória. O mês começou mal para os invasores. Intensas chuvas com vento “arrasa capim” inundaram as chanas do Cuando Cubango. As tropas do apartheid e o seu biombo UNITA prepararam nessa altura e com essas condições atmosféricas o assalto final ao Triângulo do Tumpo onde as FAPLA se batiam heroicamente contra os invasores. 

Aos primeiros minutos do dia 1 de Março, Mike Muller, comandante do 61º Batalhão Mecanizado sul-africano pediu o adiamento do ataque porque considerou as condições “muito adversas”. O seu superior, coronel McLoughlin, aceitou. Às 7h30 a artilharia das FAPLA atacou a posição dos tanques sul-africanos. Mike Muller recuou para posições mais seguras. Às oito da manhã desse primeiro dia de Março, com o céu carregado de nuvens, quatro obuses de “BM21” das FAPLA atingiram um camião de apoio “61 Koppie”. A desorientação instalou-se entre o inimigo. Os que integravam o biombo da UNITA fugiam espavoridos.

Às 11h25 do dia 1de Março de 1988, os “MIG” da Força Aérea Nacional aproveitaram uma aberta no tecto de nuvens baixas e atacaram os invasores. Alguns minutos depois, os mísseis “Stinger”, fornecidos pelos Estados Unidos da América à UNITA, entraram em acção e Mike Muller avançou com os tanques em direcção ao Triângulo do Tumpo. Este relato está detalhado no livro “War in Angola – The Final South Africa Phase” do especialista sul-africano em assuntos de Defesa, Helmoed Roemer Heitman.

Às 13h55 do dia 1 de Março, a força de Mike Muller estava a pouco mais de dois quilómetros do Triângulo do Tumpo. Os invasores já viam a ponte sobre o rio Cuito e as árvores gigantes à entrada da aldeia de Samaria. Um veículo sapador sul-africano accionou várias minas. A reacção das FAPLA foi contundente. Dispararam com os morteiros de 120 milímetros, os canhões “D30” e os “BM21”. Um inferno de fogo e metralha envolveu os invasores e a tropa de Jonas Savimbi. Debandada geral.

Mike Muller respondeu com morteiros de 81 milímetros. Às 14h22, um super tanque “Oliphant” detonou uma mina não convencional. As FAPLA dispararam de frente e do flanco esquerdo. Os sul-africanos e as unidades da UNITA estavam num campo de minas não convencionais criado pela engenharia angolana. Mais três tanques “Oliphant” detonaram minas. Um ficou imobilizado porque sofreu danos graves na esteira. Mike Muller entrou em desespero e recuou. 

Nessa ocasião, a tropa de Jonas Savimbi já tinha desaparecido. Para “abrir caminho”, a artilharia dos invasores disparou 500 obuses contra as posições das FAPLA. No auge da batalha, o próprio tanque “Ratel” do comandante Mike Muller foi atingido numa roda. Uma antena foi arrancada pelo fogo das FAPLA. 

O tanque de outro oficial sul-africano, Tim Rudman, também ficou debaixo de fogo. Um obus de morteiro de 120 milímetros explodiu numa árvore, por cima da sua cabeça. Por sorte, instantes antes Rudman tinha entrado no tanque e baixado a escotilha. Um “Oliphant”, que avançava com soldados da UNITA sentados na parte de trás, à boleia, foi atingido e o canhão arrancado da torre. Os homens de Savimbi morreram.

Angola | CAUTELA NA ADESÃO À ZONA DE COMÉRCIO LIVRE DA SADC

SADC defende a integração imediata de Angola na zona de comércio livre, mas negociações continuam lentas. Associação Industrial de Angola alerta que é preciso ter cuidado, para o país não ser engolido pelos competidores.

A intenção de aderir à Zona de Comércio Livre da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) remonta a 2013. Mas Angola tem adiado, de forma sucessiva, a sua adesão ao mercado regional.

A SADC defende a integração imediata do país na zona de comércio livre, dadas as potencialidades económicas de Angola.

"Sendo a segunda maior economia da região, tem muito a oferecer à região da SADC. Por outro lado, a região da SADC tem muito a oferecer a Angola. Pressupõe-se que existam vantagens mútuas," avalia o representante da organização Alcides Mendes.

A passos lentos

Mesmo assim, as negociações continuam lentas. Angola ratificou há mais de dez anos o protocolo sobre trocas comerciais na Zona de Comércio Livre da SADC, mas "por força de várias razões, não foi possível concluir o programa estabelecido no roteiro", justifica o diretor do gabinete jurídico e intercâmbio do Ministério do Comércio e Indústria, Anatólio Domingos.

"Então, houve novas negociações com o secretariado no sentido de se abordarem novos prazos e novas metas relativamente à adesão efetiva de Angola à zona de comércio livre da SADC", revela Domingos.

A adesão do país ao mercado de livre comércio abriria portas a quase 400 milhões de consumidores.

Mas José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), chama a atenção para a necessidade de o país criar, primeiro, condições competitivas para uma melhor integração, sob pena de ser "engolido" por outras economias da região.

"É de interesse nós participarmos deste mercado, mas temos de ter uma visão de competitividade", pondera o presidente da AIA, "porque de outra forma quem vai tirar vantagem são os outros países mais competitivos, neste caso, a África do Sul".

Vantagens para o consumidor

Anatólio Domingos, do Ministério do Comércio, realça, por outro lado, os ganhos do país e das populações caso Angola adira à Zona de Comércio Livre da SADC.

"No final do dia, é o povo que tem mais escolha, maior gama de produtos e melhor qualidade em função da oferta. O consumidor poderá optar pela qualidade", diz o responsável.

Além disso, a adesão à Zona de Comércio Livre poderia também atrair mais investidores, conclui Anatólio Domingos.

José Adalberto | Deutsche Welle 

ESPECULAÇÃO DE PREÇOS GERA INDIGNAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU

População guineense denuncia a especulação do preço dos produtos no mercado nacional e acusa os comerciantes de serem responsáveis pela situação. O Governo promete "mão dura" a quem for apanhado a cometer abusos.

Em setembro passado, o governo guineense decidiu, "num contexto induzido pela pandemia de Covid-19 e pela guerra na Ucrânia", fixar o preço para alguns bens essenciais, no mercado nacional.

Por exemplo, um saco de 50kg de arroz, produto de base alimentar dos guineenses, deveria, segundo o despacho governamental, custar o equivalente a 29 euros, enquanto um saco de 50kg de farinha deveria ser comprado por cerca de 35 euros.

Seis meses depois, surgem várias denúncias sobre a especulação dos preços dos produtos no mercado nacional. A DW constatou que um saco de arroz de 50kg chega a custar 36 euros, em vez de 29, enquanto a farinha custa cerca de 40 euros, em vez dos 35 estipulados.

O preço de produtos como o açúcar e o óleo alimentar também disparou no mercado guineense.

A estranha forma dos funcionários 'transparentes' das agências da ONU

porunsaharalibre 

Passei 3 semanas nos campos de refugiados saharauis de Smara, El Ayoun, Bojador e também Rabuni.

m todos os acampamentos vêem-se edifícios com logotipos azuis da ACNUR, UNICEF etc. Vi um logotipo da MINURSO.

Mas seres humanos, funcionários dessas organizações, missões, instituições … nem um.

Indaguei, e estive atenta, nem um durante todo este tempo.

Isabel Lourenço – PUSL. - Achei estranho. Não são essas organizações que tanto dizem estar no terreno? Ou será que enviam apenas a tinta e o stencil para serem pintados em muros, atrás dos quais a “ajuda” ínfima, para não dizer ridicula é o motivo de tanto marketing?

Perguntei pela MINURSO da qual ouvi e li que está sempre no terreno e muito atenta a elaborar relatórios …. assim se percebe as falhas nos mesmos, não se pode documentar o que não se vê.

Vivem em Tindouf nas suas instalações ou em hotéis, foi-me dito. Tindouf é a cidade argelina mais perto dos acampamentos e com condições muitíssimo superiores a um campo de refugiados como podem imaginar, sendo um município igual a tantos outros na Argélia com infra-estruturas, transportes, comércio e tudo o que pode oferecer uma cidade.

Como se pode verificar no próprio site da MINURSO (https://minurso.unmissions.org/gallery-tindouf) os “funcionários” postam fotos do seu lindo edifício e dos seus carros 4×4 com os quais gostam de ir às dunas e ver o pôr do sol. Também os encanta tirar fotos com as “criancinhas” “pobres e refugiadas” à boa maneira neocolonial de quem vai praticar o “bem”.

Não falta uma foto do café onde gostam de se encontrar ao fim do dia. Quem vê as fotos pensa que está a ver o registo de umas férias nas dunas.

PUTIN E XI PERMANECEM FIRMES NO LADO CERTO DA HISTÓRIA

O mundo está mudando diante de nossos olhos. Os regimes imperialistas ocidentais estão sendo expostos pelos belicistas que são, e uma nova ordem multipolar de parceria e paz está emergindo.

Finian Cunningham* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

A cúpula histórica desta semana entre os líderes russo e chinês provocou paroxismos de angústia na mídia ocidental. A recepção do presidente Vladimir Putin ao chinês Xi Jinping em Moscou foi apresentada como os “dois autocratas mais proeminentes do mundo” supostamente estabelecendo um “eixo anti-Ocidente” hostil.

A mídia americana e européia – ecoando servilmente os pontos de discussão de seus regimes imperialistas – estava no modo hiper-bicho-papão. O encontro de Putin e Xi foi distorcido em todos os sentidos para parecer algo ilegitimamente ameaçador e sinistro para a “ordem global baseada em regras” ocidental (eufemismo para privilégios e predação do capitalismo ocidental).

O modo bicho-papão também envolve amnésia coletiva. A cúpula coincidiu com o 20º aniversário do lançamento da guerra dos EUA e da Grã-Bretanha contra o Iraque – sem dúvida o maior crime do século 21 até agora. No entanto, este vil aniversário dificilmente provocou qualquer condenação ou vergonha da mídia ocidental, muito menos responsabilidade legal.

O cinismo arbitrário em relação à reunião Putin-Xi esconde a profunda ansiedade entre a camarilha dominada pelos Estados Unidos de que a tão alardeada “ordem baseada em regras” está entrando em colapso. Um colapso causado por sua própria corrupção inerente e abuso sistemático de poder e direito internacional ao longo de muitas décadas.

Tanto Putin quanto Xi enfatizaram que a aliança Rússia-China não pretendia ameaçar terceiros.

“Somos sempre a favor da paz e do diálogo”, disse o presidente da China, Xi, que esteve na Rússia em uma visita de Estado de três dias.

Rússia | Lavrov diz que nenhuma nação está a salvo de ataques hostis dos EUA

De acordo com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, "a situação dentro e ao redor da Ucrânia é apenas uma manifestação de uma colisão em larga escala envolvendo tentativas de um pequeno grupo de países ocidentais que buscam dominar o mundo e uma reversão do surgimento intrínseco de uma arquitetura multipolar"

# Traduzido em português do Brasil

MOSCOU, 24 de março. /TASS/. Atualmente, nenhum país está protegido contra "ataques hostis" dos Estados Unidos e seus aliados, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, em um artigo para a revista Razvedchik (Oficial de Inteligência) na sexta-feira.

"Em geral, ninguém hoje está a salvo de 'ataques' hostis dos americanos e seus aliados da OTAN", opinou ele, dizendo que "além da Rússia, vários países estão sendo ameaçados e chantageados".

De acordo com o principal diplomata da Rússia, "a situação dentro e ao redor da Ucrânia é apenas uma manifestação de uma colisão em larga escala envolvendo tentativas de um pequeno grupo de países ocidentais que buscam dominar o mundo e uma reversão do surgimento intrínseco de uma arquitetura multipolar".

"Eles estabeleceram uma tarefa estratégica de dissuadir a China de forma abrangente, também como parte das chamadas estratégias indo-pacíficas", disse Lavrov. Ele criticou o que disse ser a interferência cruel do Ocidente nos assuntos internos de nações soberanas, incluindo a fraterna Bielo-Rússia, e condenou o bloqueio econômico de anos a Cuba.

"Ao agir de acordo com as piores tradições coloniais, os americanos e seus apoiadores estão tentando dividir o mundo em 'democracias' e 'regimes autoritários'", observou o chanceler russo. Ele também criticou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, por sua declaração "racista" sobre a Europa ser um jardim e o resto do mundo uma selva.

Imagem: © Ministério das Relações Exteriores da Rússia/TASS

Dinamarca convida operador do Nord Stream para levantar objeto perto de oleoduto

A agência de energia do país aguarda uma resposta da Nord Stream 2 AG

MOSCOU, 24 de março. /TASS/. A Agência Dinamarquesa de Energia disse que convidou o operador do gasoduto Nord Stream 2 para participar do esforço para retirar do fundo do mar um objeto desconhecido descoberto perto do duto.

#Traduzido em português do Brasil

"Com o objetivo de esclarecer ainda mais a natureza do objeto, as autoridades dinamarquesas decidiram salvá-lo com a ajuda da Defesa dinamarquesa. A Agência Dinamarquesa de Energia convidou, nesse contexto, o proprietário do oleoduto, Nord Stream 2 AG, a participar na operação", disse a agência em um comunicado à imprensa.

A Agência Dinamarquesa de Energia disse que está esperando uma resposta da Nord Stream 2 AG antes do início da operação.

Um navio da Gazprom encontrou evidências que podem significar que há outro dispositivo explosivo em um oleoduto Nord Stream a 30 quilômetros do local do último ataque terrorista, disse o presidente russo, Vladimir Putin, em 14 de março.

Putin disse na entrevista com o jornalista Pavel Zarubin que a Gazprom já havia recebido permissão da Dinamarca para examinar o local da explosão no gasoduto submarino Nord Stream, mas o navio que a empresa contratou foi mais longe ao longo do gasoduto. "E a uma distância de cerca de 30 quilômetros do local da explosão, foi encontrada uma pequena estaca, que foi colocada em um local semelhante ao local onde ocorreu a explosão", disse Putin, explicando que se referia a junções de tubos, os pontos mais vulneráveis ​​de qualquer gasoduto.

Especialistas acreditam que pode ser uma antena para receber um sinal para detonar um artefato explosivo que poderia ter sido colocado sob o sistema de dutos. Segundo o presidente russo, "parece que vários artefatos explosivos foram colocados" ao longo do Nord Stream. "Alguns deles dispararam e outros não. As razões não são claras", acrescentou Putin.

Em 27 de setembro de 2022, a Nord Stream AG relatou danos sem precedentes ocorridos no dia anterior em três cadeias dos gasodutos offshore Nord Stream 1 e Nord Stream 2. Em 26 de setembro de 2022, sismólogos suecos registraram duas explosões nas rotas do oleoduto. O Gabinete do Procurador-Geral da Rússia abriu um processo criminal com base em acusações de terrorismo internacional.

Imagem: guarda costeira dinamarquesa © Asmus Koefoed/Shutterstock/Fotodom

Portugal entre os 18 países que vão comprar munições de artilharia para a Ucrânia

A ministra da Defesa anunciou, esta segunda-feira, que Portugal vai ser um dos 18 Estados europeus a integrar o projeto para aquisição conjunta de munições para a Ucrânia.

No final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da União Europeia (UE), em Bruxelas, Helena Carreiras recorreu às palavras que Josep Borrell tinha utilizado pouco antes e classificou como "uma decisão histórica" o acordo para aquisição de munições de artilharia para aumentar o apoio militar à Ucrânia, numa altura em que está em curso uma grande ofensiva de Moscovo para tentar capturar mais territórios ao país invadido.

Segundo a ministra, Portugal é um dos 18 países que vai integrar o projeto da Agência de Defesa Europeia para aquisição conjunta de munições de artilharia: uma parte para continuar a auxiliar a Ucrânia, esforço pelo qual os Estados-membros serão ressarcidos "entre 50% e 60%", e outra para recuperação dos 'stocks'.

Há um "envelope financeiro significativo" de 1.000 milhões de euros para "ressarcir os Estados que participem dessa aquisição", especificou Helena Carreiras.

Em simultâneo, a União Europeia quer "promover a produção" de munições e "recuperar esse défice de capacidade industrial" que é, explicou a ministra, resultado de décadas de desinvestimento na Defesa dos vários países da União, uma vez que não se perspetivava uma guerra com estas dimensões no continente.

"Há um trabalho que tem sido feito, quer de inventário daquilo que são as disponibilidades de cada Estado, quer da indústria para se ter uma noção daquilo que é possível fazer", comentou.

Este acordo já tinha tido um aval político na reunião informal de ministros da Defesa da UE, em Estocolmo (Suécia), há duas semanas, e agora só falta a aprovação final no Conselho Europeu.

Sobre o envio de munições por Portugal para a Ucrânia, Helena Carreiras referiu que o país "já forneceu 2.000 munições de morteiros de 120 milímetros": "Os nossos 'stocks' estão em baixo, como os dos outros países, não há capacidade alargada de disponibilização de munições."

Jornal de Notícias | agências

Portugal | COSTA E MARCELO ENTRAM NUM T0

Miguel Guedes* | Jornal de Notícias | opinião

O chiste sobre a entrada num bar de personagens que se distinguem pela diferença é a típica ante-sala de uma piada feita. Um português e um espanhol, um homem e uma mulher, um pobre e um rico, um gordo e um magro, tudo estereótipos que vão desafiando o "politicamente correcto" num jogo de binómios e oposições fáceis, imediatas e tantas vezes gratuitas, em nome de uma dose de humor predestinado a uma conclusão mais ou menos óbvia, a que é lançada pelo antagonismo. Quando António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, a propósito do programa "Mais Habitação" do Governo, entram num T0 bem pequeno para um "flirt", percebe-se bem como não há nenhuma reforma estrutural que alargue a já notória falta de espaço para coabitação que primeiro-ministro (PM) e presidente da República (PR) ainda vão fingindo ter.

Marcelo não dissolverá o Parlamento enquanto (e se) não encontrar as condições políticas na oposição à direita do PS para erguer uma alternativa clara e vencedora a António Costa. E Costa não comprará uma guerra com Marcelo enquanto não perceber, como entendeu nas últimas eleições antecipadas, que pode ser ele o verdadeiro terrorista. Ainda que longa se torne a espera, é mais do que claro que a falta de paciência de ambos é o denominador comum que acompanha uma simples questão de tempo. O acelerador da política pode agora começar a ser pisado e a velocidade aumentará pelo poder do desgaste. Nunca Marcelo vetou tão antecipadamente uma legislação, nunca Costa se opôs tão veemente a um pré-veto.

As críticas têm subido de tom e, onde antes havia dúvidas, agora encontram-se certezas. A imagem da "lei-cartaz" que o PR utilizou para classificar a maior reforma estrutural do PM como um mero acto de propaganda política e sabotagem ideológica da "res publica" é um claro manifesto de comunicação de guerrilha. Tem a enorme vantagem de trazer os campos ideológicos para a batalha e de adensar o acinte. O ar que ainda não é irrespirável é mera circunstância que o reaparecimento de Pedro Passos Coelho e Cavaco Silva antecipa. Os "notáveis" do PSD aparecem para salvar o partido de si mesmo e Marcelo não pode mais ignorar que tem de lhes alargar o espaço. Como qualquer português que pretende comprar ou arrendar uma habitação e não consegue, Marcelo continua a olhar para Montenegro, porventura com injustiça mas sem mágoa, como um mero residente temporário em alojamento local.

*Músico e jurista

ÁGUA QUE FAZ RIR


Henrique Monteiro | Henricartoon

ERA UMA VEZ (48 ANOS) O ESTADO NOVO (FASCISTA), DEPOIS O 'CURTO', E AGORA?

Lisboa e Porto sem casas para os pedidos que têm. A TAP a pagar caro. E as conversas de Salazar com a PIDE

David Dinis, director-adjunto | Expresso (curto)

Viva, bem-vindo ao Expresso Curto.

Esta sexta-feira, a nossa edição semanal volta à crise da habitação, para contar que as Câmaras de Lisboa e Porto receberam 26 mil pedidos de famílias carenciadas, mas só têm disponíveis 2% das casas necessárias. O Governo aprovará na próxima semana o seu pacote legislativo, mas também já sabe - acrescentamos nós - uma certeza: Marcelo promulgará tudo, menos uma lei em particular (e tem reservas sobre outras duas.

Esta sexta-feira, como saberá, virão outras medidas contra a crise, mas agora a da inflação. O que já sabemos é isto: o Governo abriu os cordões à bolsa. No Expresso da Manhã eu tento explicar porquê.

Ainda na política, entre várias outras notícias, temos certo que o Almirante Gouveia e Melo se prepara para baixar as penas aplicadas aos menos graduados da tripulação do “Mondego”.

E contamos, com detalhe, a caminhada presidencialista de Santos Silva.

Na secção de Sociedade contamos-lhe algumas histórias interessantes. Como a das noivas falsas por 2500 euros. Ou a da freira que ganhou uma disputa contra a Igreja. Ou a dos 30 anos de memórias da secretária de Rui Nabeiro, agora que deixou toda a Campo Maior de luto.

Há ainda notícia de mais um problema para o Governo, desta vez por causa de um contrato com casinos.

Mundo fora? Olhamos para Xi, perguntando se ele será um mediador ou um inimigo. Para a guerra geopolítica à volta do Tik Tok. E também para o que se está a passar em França, que tem mesmo muito que se lhe diga.

Mas agora viramos a página.

No caderno de Economia debruçamo-nos sobre a TAP, contando que a transportadora aérea portuguesa está a pagar mais 50% pelos novos aviões do que os concorrentes (que a podem vir a comprar).

Analisamos também a turbulência financeira que pode deixar os bancos centrais de mãos atadas (vale a pena ler porquê), aproveitando para questionar se estamos perante um Lehman Suisse. A propósito, contamos também porque há “menos esqueletos” no nosso armário, desta vez.

Temos também, nesta edição, uma entrevista com a ministra da Habitação, com este curioso título: “Não temos nenhum objetivo com o arrendamento coercivo”. Se a quiser ouvir na íntegra, ela está no nosso novo podcast Expresso Imobiliário, aqui.

E dedicamos duas páginas a Sines, a porta de entrada dos combustíveis fósseis que procura agora uma saída limpa.

Registe ainda estas duas notícias: a enorme subida dos despedimentos coletivos; e a relevante subida do número de trabalhadores acima dos 65 anos no nosso mercado de trabalho.

Olhando para a história, contamos como foi 1983, ano do segundo resgate português às mãos do FMI.

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