Equipas médicas e de resgate
recuperaram, este domingo, 180 corpos de uma vala comum dentro do complexo
médico Naser,
“No pátio do hospital, membros da
defesa civil e paramédicos recuperaram 180 corpos enterrados nesta vala comum
pelos militares israelitas. Os corpos incluem mulheres idosas, crianças e
homens jovens”, disse Hani Mahmoud, jornalista da Al Jazeera que está
“Foram executados a sangue frio e enterrados com rolos compressores militares”,
disse o grupo Hamas, que criticou os Estados Unidos pelo seu “apoio militar e
político ilimitado” ao Governo israelita.
Alguns dos corpos encontrados “foram despidos, o que certamente indica que
foram presos, torturados e submetidos a maus-tratos pelo exército de ocupação
israelita”, disse o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal, citado
pela AFP.
Num comunicado no final do sábado, os serviços de emergência palestinianos
adiantaram que as equipas vão continuar com as operações de busca e recuperação
dos corpos nos próximos dias, “pois ainda há um número significativo deles”.
A descoberta da vala comum acontece numa altura em que muitos palestinianos
regressam a Khan Younis depois de os militares israelitas terem retirado as
tropas da cidade, a 7 de abril.
Grande parte da cidade está agora em ruínas, depois de ter estado quatro meses
sob cerco israelita.
Naser e Al-Shifa, os dois maiores hospitais da Faixa de Gaza, ficaram
inoperacionais depois de o exército israelita ter lançado uma dura ofensiva
contra as instalações, justificando os ataques com a presença de alegados
membros do Hamas e da Jihad Islâmica. Na passada quinta-feira, as autoridades
de Gaza descobriram também uma nova vala comum junto do hospital Al-Shifa com
mais de 30 corpos.
Netanyahu promete “aumentar a pressão militar” sobre o Hamas
Enquanto isso, os ataques israelitas no enclave continuam, inclusive na cidade
de Rafah, onde Israel já anunciou que planeia levar a cabo uma “operação
poderosa”.
Segundo as autoridades palestinianas, os ataques israelitas durante a noite
mataram 22 pessoas, incluindo 18 crianças.
O primeiro ataque, ocorrido na manhã de domingo, matou um homem, a sua esposa e
o filho de três anos, de acordo com o Hospital do Kuwait, que recebeu os
corpos. A mulher estava grávida e os médicos conseguiram salvar o bebé, segundo
adiantou o hospital.
O segundo ataque matou 17 crianças e duas mulheres, todas da mesma família,
segundo registos do hospital. Um ataque aéreo em Rafah na noite anterior matou
nove pessoas, incluindo seis crianças. O Ministério da Saúde do Hamas
contabilizou 48 mortes em 24 horas no território, elevando o número total desde
o início da guerra para 34.097 mortes, a maioria civis.
Numa mensagem de vídeo divulgada este domingo, na véspera da Páscoa judaica, o
primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu “aumentar a pressão
militar” sobre o Hamas.
"Vamos desferir-lhe novos golpes duros - e isso vai acontecer
Mais de seis meses após o início da guerra, desencadeada por um ataque sem
precedentes do movimento islâmico palestino Hamas contra Israel, a 7 de
Outubro, Netanyahu continua a proclamar a sua determinação em lançar uma
ofensiva terrestre em Rafah, que considera ser o último grande bastião do Hamas.Segundo
a ONU, quase 1,5 milhões de palestinianos deslocados estão concentrados nesta
cidade localizada no extremo sul do território.
Israel adiou a ofensiva militar a Rafah após o ataque iraniano, no passado
sábado, mas reiterou que se mantém determinado a atacar a cidade, apesar dos
apelos internacionais.
Nos últimos dias, fontes do Egito avançaram que os EUA terão dado luz verde à
ofensiva militar israelita
RTP, c/agências | Imagem: Ramadan Abed - Reuters
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