Malmo em triste espectáculo: Indiferença a mais de 50.000 assassinatos de civis palestinos
O vencedor, os vencidos (e a expulsão). O enredo da polémica Eurovisão
Em Malmö, na Suécia, 25 países competiram para vencer mas foi a Suíça, pela voz do artista Nemo, que conquistou o concurso, com 591 pontos.
A edição deste ano do 68.º Festival Eurovisão da Canção, da qual a Suíça saiu vencedora com o tema 'The Code', foi marcada por uma série de polémicas, entre elas a participação de Israel e a expulsão do artista que representava os Países Baixos.
Top 3 da Eurovisão
Em Malmö, na Suécia, 25 países competiram para vencer mas foi a Suíça, pela voz do artista Nemo, que venceu o concurso, com 591 pontos. Esta foi a terceira vez que aquele país venceu o festival.
O top 3 da 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção fica completo com a Croácia, representado por Baby Lasagna, com o tema 'Rim Tim Tagi Dim', que conseguiu 547 pontos (210 dos júris e 337 do público), e com a Ucrânia, representada por Alyona Alyona e Jerri Heil, com 453 pontos (146 dos júris e 307 do público), com a música 'Teresa & Maria'.
A Ucrânia foi o segundo país mais votado pelo público, sendo superado apenas por Israel, que obteve 323 pontos do público, aos quais se juntaram 52 pontos dos júris internacionais.
Portugal ficou em 10.º
Portugal, que esteve representado por iolanda, com a canção 'Grito', ficou em 10.º lugar, com 152 pontos. Apesar da pontuação do júri (139 acumulados) ter valido o 7.º lugar para o voto por países, nas preferências do público, Portugal ficou com apenas 13 pontos, terminando assim num honroso lugar na classificação geral.
A canção 'Grito' recebeu pontos da Ucrânia (três), Reino Unido (12), Luxemburgo (três), São Marino (cinco), Malta (um), Croácia (12), Albânia (cinco), República Checa (três), Israel (três), Portugal (três), Arménia (10), Eslovénia (oito), Geórgia (quatro), Suíça (sete), Moldávia (quatro), Grécia (seis), Países Baixos (oito), França (12), Bélgica (dois), Islândia (quatro), Letónia (um), Irlanda (cinco), Polónia (seis), Lituânia (oito) e Suécia (quatro).
Edição marcada por polémicas
Participação de Israel
O evento ficou marcado pelo conflito israelo-palestiniano, que dura há décadas, mas intensificou-se após um ataque do grupo palestiniano Hamas em Israel, em 7 de outubro, que causou quase 1.200 mortos, com o país liderado por Benjamin Netanyahu a responder com uma ofensiva que provocou mais de 34 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo balanços das duas partes.
Desde que se soube que Israel iria participar no concurso, representado por Eden Golan, vários apelos foram feitos por representantes políticos e artistas europeus à União Europeia de Radiodifusão (EBU) para que a participação do país no concurso fosse vetada.
Numa conferência de imprensa após a segunda semifinal, em que participaram os candidatos da Grécia, Suíça e Países Baixos, juntamente com a representante de Israel, ocorreram alguns episódios retratados pelos meios de comunicação, como quando Marina Satti, representante da Grécia, fingiu estar a dormir durante uma intervenção da israelita.
Na mesma ocasião, um jornalista polaco perguntou à cantora israelita sobre a sua responsabilidade no mais alto nível de alerta terrorista que Malmö estava a viver: "Ao estar aqui, é um risco para a segurança e um perigo para todos! Não se importa?", questionou o polaco.
Perante esta questão, o moderador da conferência de imprensa disse a Golan que, se não quisesse, não teria de responder. "Por que não?", Joost Klein, representante dos Países Baixos, interveio então em voz alta, num episódio que rapidamente se tornou viral nas redes sociais.
Já na final do festival, durante a atuação da representante israelita ouviram-se vaias e associados dentro da Malmö Arena. Além disso, de acordo com jornalistas presentes na arena, Eden Golan também foi vaiada durante o desfile das bandeiras, no início da cerimónia, algo que não foi perceptível na transmissão televisiva.
Também a porta-voz de Israel que anunciou a classificação dada pelo júri daquele país às canções em competição foi vaiada pelo público presente na Malmö Arena.
Na final, um representante português apresentou-se no desfile das bandeiras com um vestido de uma marca palestiniana, que já tinha usado no domingo, no desfile na passadeira turquesa (onde desfilam os representantes de todos os países, marcando assim o início dos espetáculos ao vivo do concurso), em Malmö.
Na mesma ocasião, iolanda tinha as unhas pintadas com o padrão do 'keffiyeh', um lenço que é símbolo da resistência palestiniana. No final do concurso, iolanda voltou a apresentar-se com as unhas pintadas com o padrão do ‘keffiyeh’. No palco, quando terminou a atuação, a cantora portuguesa disse que "a paz vai prevalecer".
Mas iolanda não foi a única que terminou a atuação na final com apelos à paz. Bambie Thung, representante da Irlanda, disse que "o amor sempre triunfará sobre o ódio", antes de abandonar o palco.
Por sua vez, o cantor francês Slimane terminou sua atuação com a frase "unidos pela música pelo amor e a paz".
Em simultâneo, enquanto decorria a final do Festival Eurovisão da Canção, milhares de pessoas protestavam do lado de fora da Malmö Arena contra a participação de Israel no concurso.
Expulsão do artista dos Países Baixos
A poucas horas da final do 68.º Festival Eurovisão da Canção, viveram-se momentos de tensão no concurso. Isto porque a EBU confirmou a eliminação da competição do representante neerlandês, Joost Klein, depois de o ter suspendido dos ensaios na sexta-feira.
De acordo com a EBU, "a polícia sueca está a investigar uma queixa apresentada por um membro feminino da equipa de produção, na sequência de um incidente que ocorreu após a atuação de Joost Klein na semifinal de quinta-feira à noite".
No comunicado divulgado, a EBU referiu que mantém uma política "de tolerância zero perante comportamento inadequado no evento" e está "comprometida em promover um ambiente seguro para todo o pessoal" que trabalha no concurso.
Reações dos outros participantes
Após o representante dos Países Baixos, Joost Klein, ter sido desclassificado do festival, Bambie Thug, representante da Irlanda, não participou no ensaio para a final devido a "uma situação" ocorrida no início da sessão que levou a pedir uma reunião urgente com a EBU.
"Ocorreu uma situação enquanto esperávamos para subir ao palco e participar no desfile de artistas, pelo que pedi a atenção urgente da EBU. A EBU levou este assunto a sério e discutimos que medidas tomar", explicou, nas redes sociais, Bambie Thug, artista que se assume como não-binário.
No entanto, a Irlanda não foi a única ausência no desfile, já que os representantes da Grécia e da Suíça, Marina Satti e Nemo, também não subiram ao palco naquele momento do ensaio.
Este ano o concurso começou com 37 países e 25 chegaram à final. Deveriam ter sido 26, mas acabou com menos um devido à expulsão de Joost Klein.
Além da Suíça, Croácia, Ucrânia, Israel e Portugal, participaram na final do 68.º Festival Eurovisão da Canção: Suécia, Alemanha, Luxemburgo, Lituânia, Espanha, Estónia, Irlanda, Letónia, Grécia, Reino Unido, Noruega, Itália, Sérvia, Finlândia, Arménia, Chipre, Eslovénia, Geórgia, França e Áustria.
Notícias ao Minuto com Lusa | * Título PG
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