terça-feira, 10 de maio de 2011

Cabo Verde: PARA MANUEL INOCÊNCIO "NÃO HÁ RAZÕES PARA DESISTIR"





Praia - Manuel Inocêncio, candidato do PAICV às presidenciais, afirma que não irá desistir da corrida eleitoral «de forma nenhuma», ainda que reconheça que a entrada em cena de Aristides Lima tenha motivado alguma adaptação da sua estratégia.

«Os primeiros momentos foram de diálogo com as principais lideranças do PAICV, para que ficasse claro que o partido tinha e tem um único candidato que apoia”, esclarece. A partir dessa clarificação, Manuel Inocêncio afirma que assumiu «com toda a força e energia a minha candidatura e não há hoje razão nenhuma para desistir, antes pelo contrário». Mas apesar do apoio do PAICV, partido que nas legislativas de Fevereiro último obteve a maioria absoluta, Inocêncio não conseguiu ainda descolar nas sondagens face aos seus dois adversários, Jorge Carlos Fonseca e Aristides Lima.

«Penso que teremos de dar um pouco de mais de tempo para ter uma avaliação da dinâmica antes de podermos ter previsões com alguma consistência. As sondagens feitas depois da clarificação da posição do PAICV sobre esta matéria indicam uma dinâmica positiva a meu favor», refere Manuel Inocêncio.

Várias vezes criticado por ter uma personalidade demasiado reservada para fazer passar a sua mensagem à população, Manuel Inocêncio responde que acredita que «um bom presidente de Cabo Verde deve ser uma pessoa reservada, comedida e contida». Só assim, explica o candidato, poderá o Presidente exercer uma magistratura de influência activa, junto da sociedade cabo-verdiana. «O Presidente deve fazer uma «demarche» nacional, de mobilização e articulação de todos os sectores. O que penso ser a minha marca neste projecto é uma marca de candidatura activa, sintonizada com todo o processo de modernização de Cabo Verde, com uma visão do exercício da Presidência da República para o momento que Cabo Verde está a viver e irá viver nos próximos cinco anos. O país cresceu, progrediu muito, mas esses progressos introduziram novos e grandes desafios na sociedade», explica o candidato.

Em destaque na estratégia presidencial está a afirmação de Cabo Verde como Nação Global, de valorização da diáspora cabo-verdiana no mundo. Um desafio essencial para o futuro do país e interligado com o reforço da cooperação internacional com países do eixo União Europeia, África e EUA. «A situação estratégia de Cabo Verde leva a que as relações externas assumam um papel fundamental. Temos de ter política voltada para o aproveitamento das potencialidades que o país tem nas ligações entre África, a Europa e os EUA, e na procura de novas parcerias e novas oportunidades para o desenvolvimento, nomeadamente com o Brasil», afirma Manuel Inocêncio.

Além do Brasil, o candidato destaca também, a nível bilateral, o nível «invejável» já atingido no relacionamento com Portugal. «Conseguimos criar uma teia imensa de relacionamentos, quer a nível político, entre os parlamentos, quer a nível municipal, empresarial, mesmo a nível das escolas. É Muito difícil reforçar este relacionamento», acrescenta o candidato às eleições presidenciais.

Outro dos parceiros privilegiados ao nível das relações externas de Cabo Verde é a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), uma organização que segundo o candidato tem produzido grandes benefícios para Cabo Verde, mas em que ainda há muito a fazer. «A CPLP é hoje um espaço de entendimento e de concertação de posições, mas temos de continuar a dar passos. Cabo Verde sempre teve a aspiração de ver a agenda da livre circulação de pessoas desenvolver-se dentro do espaço da CPLP, e penso que devemos continuar a insistir nessa tecla», refere Manuel Inocêncio.

(c) PNN Portuguese News Network

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