ANDRÉ BARROCAL – CARTA MAIOR
Explicações do ministro do Trabalho para voar em jatinho particular junto com empresário que faz negócios com ministério foram desmentidas em três pontos cruciais. Para adversários de Dilma Rousseff, Carlos Lupi mentiu ao Congresso e deve sair. Comissão do Senado chama Lupi para depor nesta quinta. Deve ser a última chance de prestar esclarecimentos convincentes.
BRASÍLIA – Contradições e versões mal explicadas sobre viagens aéreas feitas em companhia de um empresário tornam cada vez mais provável que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, vire o sexto degolado por desvio ético no primeiro escalão da presidenta Dilma Rousseff. Um depoimento ao Senado marcado para esta quinta-feira (17) deve ser a última chance de Lupi tentar explicar, de forma convincente, o que afinal aconteceu em dezembro de 2009, no espaço aéreo maranhense.
Segundo uma revista, Lupi viajou em jatinho “providenciado” por um empresário (Adair Meira) que dirige ONGs conveniadas ao ministério do Trabalho. Em nota oficial depois da reportagem, Lupi dissera não ter usado o modelo de avião mencionado e que a responsabilidade (custos) pelo deslocamento dele no estado era do PDT do Maranhão. Dois dias antes da reportagem, em depoimento a deputados, Lupi afirmara também que não conhecia o empresário.
O ministro foi contraditado nas três versões. Um portal de notícias do Maranhão publicou foto que mostra Lupi descendo as escadas de um jatinho de modelo que ele negara ter usado. O presidente do PDT no estado disse que o partido não bancou a viagem – não tem recibos, e nem teria recursos suficientes. E em entrevista a uma emissora de TV, Meira sustentou que ele e Lupi se conhecem.
Para adversários do governo Dilma, já estaria caracterizado que Lupi mentiu, inclusive perante o Congresso. “A mentira oficial é crime de responsabilidade, ofende o Parlamento, o povo, e desmoraliza o ministro”, afirmou o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, nesta quarta-feira (16), durante sessão da Comissão de Assuntos Sociais que chamou Lupi a depor nesta quinta.
Também nesta quarta (16), o PSDB vai acionar a Comissão de Ética da Presidência para saber qual a posição do órgão sobre o caso. Independentemente das contradições, e tendo Lupi dito a verdade, tendo a viagem sido paga pelo PDT, foi uma atitude ética?
Em dezembro de 2007, a mesma Comissão defendeu que Lupi deixasse o ministério ou a presidência do PDT, exatamente por entender que haveria ali um potencial conflito de interesses - não seria saudável que um ministro acumulasse também a função de dirigente partidário. Lupi tentou resistir, mas acabou se licenciando do comando pedetista.
Até agora, o Planalto vinha tendo uma atitude tolerante com o ministro. A necessidade de aprovar no Congresso, até dezembro, uma mudança constitucional considerada vital em meio à crise global, algo que exige a união dos aliados, e uma reforma ministerial programada para janeiro, na qual se afastarão potenciais candidatos a prefeito, ajudavam a adiar uma decisão de Dilma.
A presidenta não deu ainda nenhuma declaração pública em defesa de Lupi, nem da forma genérica utilizada com outros ministros acusados de corrupção do tipo “o governo apura os malfeitos, mas age com a presunção de inocência”. As contradições do ministro do Trabalho, porém, diminuíram quase a zero a paciência presidencial.
E o fato de o governo colher, dentro do próprio PDT, partido do qual Lupi é presidente licenciado, desconforto crescente com a situação do ministro estimula a impaciência do governo. Sinaliza que uma eventual – e provável – demissão não levaria a uma atitude revanchista do aliado que, sentindo-se injustiçado por Dilma, poderia querer se juntar à oposição para atrapalhar a votação da Desvinculação das Receitas da União (DRU).
Não faltam deputados e senadores pedetistas manifestando-se publicamente contra a permanência do correligionário. Há inclusive um grupo que pediu à Procuradoria Geral da República que abra uma investigação contra o ministro.
Segundo uma revista, Lupi viajou em jatinho “providenciado” por um empresário (Adair Meira) que dirige ONGs conveniadas ao ministério do Trabalho. Em nota oficial depois da reportagem, Lupi dissera não ter usado o modelo de avião mencionado e que a responsabilidade (custos) pelo deslocamento dele no estado era do PDT do Maranhão. Dois dias antes da reportagem, em depoimento a deputados, Lupi afirmara também que não conhecia o empresário.
O ministro foi contraditado nas três versões. Um portal de notícias do Maranhão publicou foto que mostra Lupi descendo as escadas de um jatinho de modelo que ele negara ter usado. O presidente do PDT no estado disse que o partido não bancou a viagem – não tem recibos, e nem teria recursos suficientes. E em entrevista a uma emissora de TV, Meira sustentou que ele e Lupi se conhecem.
Para adversários do governo Dilma, já estaria caracterizado que Lupi mentiu, inclusive perante o Congresso. “A mentira oficial é crime de responsabilidade, ofende o Parlamento, o povo, e desmoraliza o ministro”, afirmou o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, nesta quarta-feira (16), durante sessão da Comissão de Assuntos Sociais que chamou Lupi a depor nesta quinta.
Também nesta quarta (16), o PSDB vai acionar a Comissão de Ética da Presidência para saber qual a posição do órgão sobre o caso. Independentemente das contradições, e tendo Lupi dito a verdade, tendo a viagem sido paga pelo PDT, foi uma atitude ética?
Em dezembro de 2007, a mesma Comissão defendeu que Lupi deixasse o ministério ou a presidência do PDT, exatamente por entender que haveria ali um potencial conflito de interesses - não seria saudável que um ministro acumulasse também a função de dirigente partidário. Lupi tentou resistir, mas acabou se licenciando do comando pedetista.
Até agora, o Planalto vinha tendo uma atitude tolerante com o ministro. A necessidade de aprovar no Congresso, até dezembro, uma mudança constitucional considerada vital em meio à crise global, algo que exige a união dos aliados, e uma reforma ministerial programada para janeiro, na qual se afastarão potenciais candidatos a prefeito, ajudavam a adiar uma decisão de Dilma.
A presidenta não deu ainda nenhuma declaração pública em defesa de Lupi, nem da forma genérica utilizada com outros ministros acusados de corrupção do tipo “o governo apura os malfeitos, mas age com a presunção de inocência”. As contradições do ministro do Trabalho, porém, diminuíram quase a zero a paciência presidencial.
E o fato de o governo colher, dentro do próprio PDT, partido do qual Lupi é presidente licenciado, desconforto crescente com a situação do ministro estimula a impaciência do governo. Sinaliza que uma eventual – e provável – demissão não levaria a uma atitude revanchista do aliado que, sentindo-se injustiçado por Dilma, poderia querer se juntar à oposição para atrapalhar a votação da Desvinculação das Receitas da União (DRU).
Não faltam deputados e senadores pedetistas manifestando-se publicamente contra a permanência do correligionário. Há inclusive um grupo que pediu à Procuradoria Geral da República que abra uma investigação contra o ministro.
1 comentário:
Agora entendi o motivo do Lula ter escolhido uma mulher como sucessora. Ele sabia que as bombas iam estourar - jogando lixo para todo lado - E A REPÚBLICA PRECISARIA DE UMA FAXINEIRA !!!!
Coitada da Dilma !!!!
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