segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Mari Alkatiri diz que UNMIT tem de estar "atenta" ao país até ao final do ano



MSE(PGF) - Lusa

Díli, 30 jan (Lusa) - O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente, Mari Alkatiri, disse hoje que a Missão Integrada da ONU (UNMIT) tem de estar atenta ao país até ao final do ano.

"Não durante as eleições ou processo de campanha, mas depois das eleições, se se conseguir estabilizar tudo até dezembro deste ano então, naturalmente, o país já está estável, mas vamos deixar passar até dezembro desde ano. A UNMIT deve estar atenta até dezembro deste ano", afirmou Mari Alkatiri.

O secretário-geral da Fretilin falava aos jornalistas no final de um encontro com uma delegação da ONU que se encontra no país com objetivo de se informar sobre a situação em Timor-Leste e do apoio que as autoridades pretendem após o final da UNMIT, previsto para dezembro deste ano.

"Fui muito frontal, muito direto. Disse claramente que num país como o nosso em que há uma certa dependência psicológica em relação à comunidade internacional no domínio da defesa e segurança períodos eleitorais são sempre muito sensíveis, por isso é preciso estar atento", salientou.

Segundo Mari Alkatiri, depois de dezembro se tudo estiver estável o país precisa de uma "missão política" para acompanhar o desenvolvimento de áreas cruciais para o país.

"Se tudo estiver estável precisamos de uma missão política capaz de acompanhar o desenvolvimento da área de defesa e segurança, respeito dos direitos, da justiça e naturalmente o desenvolvimento das capacidades humanas na administração pública", disse.

Para o secretário-geral da Fretilin, consolidar a paz e a estabilidade passa pelo desenvolvimento económico e social, criação de emprego, e pela capacidade dos timorenses de desenvolverem o seu próprio país.

Mari Alkatiri disse também que parcerias incluem duas partes no mínimo e que da parte dos timorenses têm de ser apresentados programas, projetos e planos.

"Se nós não tivermos a capacidade de apresentar programas sérios, exequíveis, viáveis, então não haverá cooperação, parceria.

A delegação da ONU, que chegou na quinta-feira, vai estar no país até dia 02 para fazer uma avaliação que irá contribuir para o planeamento da retirada da UNMIT.

No passado mês de setembro, as autoridades timorenses e a ONU assinaram um Plano de Transição, que prevê uma retirada gradual do país após o período eleitoral de 2012.

Os timorenses vão escolher um novo Presidente a 17 de março e novos representantes para o parlamento em junho.

O Plano de Transição está baseado em quatro premissas relacionadas com os acontecimentos previstos para 2012, nomeadamente a continuação da estabilidade, um período eleitoral que decorra de acordo com os padrões internacionais, a tomada de posse de um novo Governo com base nos resultados eleitorais e que a oposição política tenha espaço para atuar de acordo com princípios democráticos internacionais.

O documento determina também o plano de transição ao longo de sete áreas consideradas prioritárias e ações que devem ser tomadas até dezembro de 2012.

As áreas abrangidas são a polícia e segurança, Estado de Direito, justiça e direitos humanos, governação democrática, desenvolvimento socioeconómico, apoio à missão e logística, formação e impacto na economia local.

O Plano Conjunto de Transição define também quatro modelos possíveis para depois das eleições de 2012, três dos quais baseados na experiência da ONU noutros países e um sugerido pelo Governo timorense - uma missão política à medida das necessidades específicas do país.

Os restantes modelos são um escritório político chefiado pelo representante do secretário-geral, com uma equipa separada da ONU chefiada por um coordenador residente, um gabinete integrado da ONU chefiado por um representante executivo do secretário-geral que também seria coordenador residente ou apenas um gabinete residente de coordenação das atividades da organização.

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