segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

NEM COM DUAS GUERRAS MUNDIAIS LÁ VÃO





De uma maneira geral, quando comentamos a actualidade, temos tendência para esquecer que essa mesma actualidade, num aparente paradoxo, não começa hoje. A História, por muito que não se repita, devia ser ouvida e lida, para que pudéssemos entender o presente e prever o futuro.

Em História, um conjunto de cem anos é um fogacho e, muitas vezes, as consequências de actos praticados há menos tempo do que isso ainda se fazem sentir.

A União Europeia, uma ideia generosa, não é, com certeza, união e nem sequer é europeia, de tal modo se deixou dominar por interesses vindos de ocidente e de oriente, ao mesmo tempo que França e Alemanha punham e dispunham do resto da Europa. Se é certo que os países periféricos, como Portugal, que se juntaram à UE desperdiçaram demasiados recursos graças a uma corrupção endémica, não é menos certo que muitas imposições do directório franco-alemão contribuíram para a destruição do tecido produtivo desses países, criando fragilidades que se acentuaram com o Euro.

Ninguém, no seu juízo perfeito e civilizado, defenderia, por exemplo, que a Alemanha devesse expiar eternamente os muitos pecados cometidos na Segunda Grande Guerra ou que não fez sentido ajudar um país duramente bombardeado. Afinal, a Europa tem passado o século XX a apregoar os valores da solidariedade.

A boa vontade e, sobretudo, a inércia provocada pela passagem benfazeja dos anos levaram muitos europeus a querer esquecer os tempos em que a Alemanha assumiu, brutalmente, a sua tendência hegemónica. As recentes declarações de políticos alemães que exigem a perda de soberania de outros países tornam muito difícil esquecer a História. E ainda não passaram cem anos desde a última vez que a Alemanha invadiu vários países estrangeiros.

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