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Cidade da Praia, 27 mar (Lusa) - O Governo de Cabo Verde congratulou-se hoje com a nomeação do economista e sociólogo guineense Carlos Lopes como secretário-geral adjunto das Nações Unidas e de secretário-executivo da Comissão Económica da ONU para a África.
"A minha satisfação é tanto maior dado o facto de ser a primeira vez que um africano de língua portuguesa ocupa tão elevado cargo e dirige um dos órgãos mais importantes para o nosso continente", escreve o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, numa mensagem dirigida a Carlos Lopes.
Na mensagem, o chefe do Governo cabo-verdiano lembrou que a "experiência e qualidades profissionais", aliadas às qualidades pessoais, "facilitarão o exercício dessas importantes funções", para que foi nomeado a 23 deste mês.
José Maria Neves expressou também o desejo de intensificar o diálogo e a cooperação com a Comissão Económica das Nações Unidas para a África, designadamente no quadro do seu apoio à implementação de Agenda Transformação Económica de Cabo Verde.
Carlos Lopes é atualmente diretor do Instituto da ONU para Treino e Pesquisa e diretor da Universidade do Pessoal da organização e já assumira funções de coordenador/residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil e Zimbabué.
A nomeação foi feita pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que, ao divulgar a decisão, lembrou que Carlos Lopes conta com mais de 24 anos de experiência no seio das Nações Unidas, recordando o percurso profissional, académico, economista e sociólogo, com "vasto conhecimento da realidade africana.
Na ocasião, Ban Ki-moon sublinhou que Carlos Lopes pertence a várias redes académicas e que "pretende focar-se na construção de consensos entre os diferentes atores para garantir que a Comissão será um "ator-chave" na agenda de desenvolvimento económico e social para África.
A entrada de Carlos Lopes na Comissão Económica para África insere-se numa rotação de alto nível na ONU, lançada recentemente pelo secretário geral Ban Ki-moon.
Carlos Lopes, natural de Canchungo, na região de Cacheu (litoral norte da Guiné.-Bissau), onde nasceu a 07 de março de 1960 (52 anos), é doutorado em História pela Universidade de Paris e especialista em desenvolvimento e planeamento estratégico.
O quadro guineense iniciou a carreira nas Nações Unidas em 1988 como economista do desenvolvimento e é autor ou organizador de mais de 20 livros, tendo ainda lecionado em várias universidades, como a de Lisboa, Zurique, Cidade do México, São Paulo e Rio de Janeiro.
Carlos Lopes ajudou a criar organizações não-governamentais e foi consultor da UNESCO, da Sida (Autoridade Sueca para a Cooperação e Desenvolvimento), do Gret (Grupo de Pesquisa e Estudos Tecnológicos de Paris) e da Comissão Económica das Nações Unidas para a África.
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