terça-feira, 22 de maio de 2012

UNITA recusa "reconhecer legitimidade" a governo saído de eleições fraudulentas



NME - Lusa

Luanda, 22 mai (Lusa) - O líder da UNITA, Isaías Samakuva, disse hoje em Luanda que o partido recusa "aceitar uma nova fraude" eleitoral e "reconhecer legitimidade a nenhum Governo que resulte de eleições fraudulentas".

De acordo com Isaías Samakuva, a União nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), vai continuar a trabalhar para que "as eleições tenham a maior imparcialidade possível".

As eleições gerais em Angola serão realizadas este ano, em data ainda por anunciar.

Isaías Samakuva fazia, em declarações à imprensa, um balanço da manifestação realizada pela UNITA no sábado, referindo que aderiram em Angola e no estrangeiro 1,5 milhões de pessoas.

Para Samakuva, são várias as "condições indispensáveis para a realização de eleições democráticas" em Angola, começando pela regulamentação da lei de imprensa, de modo a liberalizar e democratizar o acesso à informação.

"Não se pode convocar eleições democráticas num ambiente em que um partido político estabelece limites arbitrários ao exercício da actividade de radiodifusão e controla a imprensa pública, porque nas democracias, os partidos não se confundem com o Estado", reclamou.

O líder da UNITA pediu igualmente "estrito respeito" pela lei orgânica sobre as eleições gerais, como a nomeação de um presidente legítimo para a Comissão Nacional Eleitoral (CNE), a certificação da integridade dos programas informáticos e demais elementos relativos ao registo eleitoral.

No leque de irregularidades do processo eleitoral, Isaías Samakuva citou ainda a auditoria que decorre nesta altura ao Ficheiro Informático Central do Registo Eleitoral (FICRE), entregue na semana passada pelo Ministério da Administração do Território à CNE, que nos termos da lei deveria ter acontecido antes dessa transferência.

Sobre a empresa escolhida pela CNE para realizar a auditoria ao FICRE, a Deloitte, o presidente da UNITA disse que em Setembro de 2011 havia solicitado à esta mesma empresa a demonstração das suas capacidades nesse domínio, tendo a resposta sido negativa.

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