Correio do Brasil, com ACS - do Rio de Janeiro
O plano estratégico da Secretaria de Segurança para a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável), entrou em ação nesta quarta-feira e se estende até o dia 23 de junho, prevê o uso diário de cerca de 7 mil policiais militares, divididos em dois turnos, e 390 policiais civis que trabalharão nas delegacias e postos avançados da Conferência, no policiamento dos eventos oficiais e paralelos, além das áreas turísticas e de maior concentração dos visitantes.
A Polícia Civil vai instalar duas delegacias móveis, no Riocentro e no Aterro do Flamengo. Já a Polícia Militar contará com quatro Postos de Comando e Controle, instalados no Riocentro, no Aterro do Flamengo, na Quinta da Boa Vista e no Pier da Praça Mauá. A PM contará ainda com cerca de 400 viaturas, 89 cavalos, 58 motocicletas, 13 cães farejadores e dois helicópteros. Serão usados também dois helicópteros da Polícia Civil, incluindo a aeronave com a câmera Flir, que permite captar imagens de longa distância, mesmo no período noturno. Além disso, o esquadrão Antibombas e o Grupo de Intervenção Tática da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) ficarão de prontidão.
A segurança da cidade para a Rio+20 envolverá cerca de R$ 17 milhões de investimentos da Secretaria de Segurança, compreendendo aproximadamente R$ 12 milhões em compra de cavalos, equipamentos de proteção (para soldados e para cavalos) e armas não letais para os Batalhões de Polícia de Choque (BPChoque) e de Polícia Montada (BPMont) da PM. Outros R$ 5 milhões serão usados para o pagamento do trabalho extra de policiais por meio do Regime Adicional de Serviço (RAS), que será utilizado pela primeira vez.
Áreas de atuação
Sob a coordenação do Comando Militar do Leste (CML) do Exército, a Polícia Militar, com apoio da Polícia Civil, ficará encarregada da segurança da cidade durante a Rio+20, com foco principal nos eventos paralelos aos que acontecerão no Riocentro.
Os palcos principais desses encontros serão o Aterro do Flamengo, o Pier da Praça Mauá, o Parque dos Atletas (onde foi realizado o Rock in Rio), o HSBC Arena e a Quinta da Boa Vista, além de outros locais de realização de grandes shows e manifestações públicas, que receberão atenção especial.
O policiamento fora dos locais de evento, na cidade do Rio e nos demais municípios do Estado, será realizado normalmente.
Rio+20 x ECO 92
Considerada pelo relatório da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes das Nações Unidas como exemplo no combate às drogas, a cidade do Rio vive um momento bem diferente de 1992, quando sediou a Eco 92. Na época, a cidade era considerada um dos municípios mais violentos do Brasil, com 3.547 homicídios dolosos por ano, ou seja, uma taxa de 64,57 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes.
A conferência Rio+20, no entanto, acontecerá em um cenário mais favorável, com 23 comunidades pacificadas e a Rocinha e o Complexo da Penha em estágio de consolidação do processo de pacificação, necessário para a instalação de novas UPPs ainda em 2012. Os indicadores de homicídio doloso e de outros crimes da cidade encontram-se em queda gradual, rumo a níveis condizentes com uma sociedade democrática e pacífica.
Na área da segurança pública, este processo de mudança começou no final de 2008 com a implantação do projeto de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na comunidade do Santa Marta, posteriormente estendido a outras 22 comunidades, incluindo os principais morros da Zona Sul carioca e várias comunidades das Zonas Norte e Oeste, inclusive o Complexo do Alemão.
Outros fatores como planejamento estratégico, modernização e integração das polícias civis e militares também contribuíram para a queda de 32,2% dos homicídios dolosos em relação a 2006. A aceleração maior na redução desse indicador ocorre a partir de 2009, com a diminuição de 26% dos homicídios dolosos daquele ano até 2011.
De acordo com o estudo “Mapa da Violência 2012”, do Instituto Sangari, hoje, a capital fluminense é a 23ª cidade em homicídios com 24,3 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2000, este número era de 56,6 e o Rio era a sexta cidade com mais assassinatos do País.
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