Correio do Brasil, com Rede Brasil Atual – de São Paulo
Representantes dos professores federais se reuniram na terça-feira com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, durante a manifestação dos servidores públicos federais, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Em greve há 20 dias, os professores buscam abrir negociação com o governo federal para discutir a pauta de reivindicações da categoria, que inclui reestruturação do plano de carreira, valorização do trabalho, melhoria na qualidade do ensino e condições de trabalho adequadas.
A paralisação nacional é coordenada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e conta com a adesão de 51 instituições de todo o país. Marina Barbosa, presidente do Andes, avalia que a reunião com o ministro não representou avanço e disse que a greve continua. A dirigente afirma que o processo de negociação foi iniciado em agosto de 2010 e que os professores continuarão lutando para garantir seus direitos. “A precariedade que vimos hoje é consequência de uma política de expansão desordenada e sem qualidade via Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) por isso o movimento quer também discutir os prazos e os critérios de distribuição dos novos cargos criados entre as instituições federais de Ensino Superior.
Aloizio Mercadante reafirmou na reunião que a greve é precipitada. Segundo o ministro, a negociação ocorre para vigorar a partir de 2013 e tem prazo até agosto para ser realizada. “A carreira dos docentes, antes mesmo da greve, já era uma prioridade do governo federal. Há compromisso do governo para melhorar a carreira docente”, destacou. Ele disse ainda que até o final de julho o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão deve apresentar alguma proposta com relação à carreira dos docentes.
De acordo com Marina, o ministro disse que é necessário aguardar o desdobramento da crise financeira internacional para avaliar o impacto que terá na economia do país. Para o sindicato, o argumento do governo está deturpando o método negociado e invertendo a lógica do que foi acordado com o ministério no ano passado.
Segundo a dirigente, o acordo emergencial de 2011 prevê discutir primeiro a estrutura da carreira e depois o quanto a reestruturação irá custar e em quanto tempo ela será implementada. “Na nossa opinião, o acordo emergencial não foi cumprido e o prazo nele estipulado já venceu [31 de março]. Na última reunião antes da greve, em 15 de maio, o governo nos apresentou a mesma proposta de dezembro de 2010. Ou seja, as negociações não avançam”, afirma Marina.
Greve do funcionalismo federal
Em assembleia realizada na Esplanada dos Ministérios na tarde de ontem, mais de 800 representantes das 31 entidades que compõem o Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais (SPF) votaram pela greve geral no funcionalismo a partir de 11 de junho.
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