segunda-feira, 11 de junho de 2012

CE: SITUAÇÕES EM PORTUGAL, IRLANDA E GRÉCIA “SÃO MUITO DIFERENTES”



i online – Lusa

As situações que levaram aos resgates da Grécia, Irlanda e Portugal são "muito diferentes" das que se registam em Espanha, o que levou a que a assistência ao setor bancário espanhol seja diferente, afirmou o porta-voz dos Assuntos Económicos da Comissão Europeia.

Questionado na RTVE sobre a possibilidade de os três países resgatados poderem querer renegociar as suas condições, na sequência da assistência acordada aos bancos espanhóis, Amadeu Altafaj recordou as diferenças: "Na Irlanda o setor financeiro foi nacionalizado e essa nacionalização chegou a exacerbar o défice até aos 32 por cento", disse, explicando que, "no caso de Grécia e Portugal, os casos eram mais graves, especialmente no âmbito macroeconómico"

O porta-voz destacou o comportamento "exemplar" da sociedade espanhola e os esforços do Governo para controlar o défice.

No domingo o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou ter a certeza de que, se houver "alguma condição excecional" na ajuda a Espanha, ela será partilhada com os outros países da União Europeia sob assistência financeira.

Em declarações aos jornalistas, à saída da sessão solene comemorativa do Dia de Portugal, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Passos Coelho considerou que "não há nenhuma razão para pedir novas condições para Portugal", na sequência da ajuda a Espanha para recapitalização da banca espanhola.

"Estaremos atentos para ver como é que depois o programa específico para a banca espanhola se vai processar e, se houver alguma condição excecional que deva ser partilhada com os outros países que estão sob assistência, não tenho dúvida de que isso acontecerá".

Fonte europeia citada pela France Press no sábado disse que a Irlanda quer renegociar o seu plano de resgate para beneficiar das mesmas condições de Espanha, que deverá receber ajuda externa sem se comprometer com reformas económicas.

"A Irlanda levantou a questão da necessidade de assegurar, de forma retroativa, e no que toca ao seu resgate, a paridade face ao acordo feito com Espanha", disse a fonte europeia à France Press, em informações que a agência diz terem sido confirmadas por outra fonte europeia não identificada.

Em novembro de 2010, a Irlanda recebeu da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) um financiamento de resgate de 85 mil milhões de euros para salvar o setor bancário, mas à custa de fortes medidas de austeridade.

Ao contrário da Irlanda, o ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, afirmou no sábado, ao anunciar o pedido de auxílio internacional, que o acordo para salvar o sistema financeiro espanhol não impõe mais condições à economia de Espanha, para além das que se aplicam ao setor bancário.

Dublin planeia fazer o pedido de renegociação do resgate no próximo encontro de ministros das Finanças dos 17 países da zona euro, que deverá decorrer a 21 de junho, disseram as mesmas fontes à France Presse.

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