sexta-feira, 8 de junho de 2012

HÁ MEDO NA RECOLHA DE ASSINATURAS PARA AS ELEIÇÕES EM ANGOLA



Deutsche Welle

Os partidos políticos têm até 19 de junho para apresentarem as candidaturas às eleições gerais de Angola. Aqueles que não conseguirem recolher 15 mil assinaturas perdem o lugar na corrida eleitoral.

Depois de o Tribunal Constitucional ter anunciado, a 28 de maio, a abertura das apresentações das candidaturas às eleições gerais em Angola, convocadas para 31 de agosto, a DW África foi saber como decorre a recolha de assinaturas para as candidaturas dos seis partidos políticos dominantes no cenário político angolano, nomeadamente: MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), PRS (Partido de Renovação Social), Bloco Democrático, Partido Popular e FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola).

Dos 77 partidos políticos e sete coligações partidárias existentes em Angola, o MPLA, partido no poder, e a UNITA, a maior força da oposição, não tiveram qualquer tipo de dificuldade na recolha das respetivas assinaturas.

Já o Bloco Democrático tem encontrado algumas dificuldades nas províncias do Bié e do Huambo. Segundo o seu secretário provincial em Benguela, Francisco Viena, “um dos grandes problemas é o facto de que os cidadãos têm receio de ter o seu nome em documentos que não sejam do partido MPLA sob pena de serem perseguidos”.

Falando à DW África o secretário provincial, José Cachine Domingos, disse que a nível de Benguela o seu partido já concluiu as assinaturas exigidas. Mas o Partido Popular “continua a recolher porque caso aconteça o que nós vimos em 2008, nós já acautelamos”.

O Partido Popular acusou ter havido fraude nas eleições gerais de 2008. E atualmente o secretário da província de Benguela do Partido Popular considera que em Angola vigora “um regime que precisa de grandes cautelas”.

A CASA, Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral, “já tem todas as assinaturas para a candidatura de 2012”, segundo secretário executivo provincial, Florêncio Kanjamba. Formado em março deste ano, o secretário executivo provincial da aliança da oposição angolana está a fazer os últimos acertos para a apresentação da sua candidatura às eleições de 31 de agosto.

O Partido de Renovação Social (PRS) também já concluiu as assinaturas a nível da província de Benguela. Mas na Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) o impasse político continua, com o Tribunal Constitucional a reconhecer Lucas Benguy Ngonda como presidente enquanto o líder da bancada parlamentar daquela formação partidária, Ngola Kabango, diz ser ele o presidente do partido.

Autor: Nelson Sul D'Angola (Benguela) - Edição: Glória Sousa / Cristina Krippahl

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