terça-feira, 12 de junho de 2012

Lisboa: CASA DA CULTURA É TRIBUTO AOS CABO-VERDIANOS



A Semana (cv)

O presidente do Município de Lisboa afirmou esta segunda-feira, 11, que a disponibilização da Casa da Cultura de Cabo Verde na capital portuguesa, cujos projectos de reestruturação estão em andamento, é um reconhecimento ao contributo dos cabo-verdianos à cidade que é hoje Lisboa. Até porque, diz, “o carácter de Lisboa não seria hoje o mesmo sem esta ’marca’ Cabo Verde”.

“Obrigado a todos”, disse António Costa, que falava à imprensa pouco depois da cerimónia simbólica de entrega das Chaves de Lisboa ao Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, e da troca dos respectivos presentes - uma estatueta em bronze de D. José I, um livro artístico-biográfico e disco da Diva dos pés descalços, Cesária Évora.

O autarca português disse que vai ser também disponibilizado um edifício para receber os doentes cabo-verdianos evacuados de Cabo Verde, à semelhança do já efectuado em Loures. Reafirmou ainda o apoio à pretensão de Cabo Verde ver a morna reconhecida como Património Imaterial da Humanidade pela Unesco, como recentemente aconteceu com o Fado.

Num discurso afectuoso, António Costa afirmou: “nós conhecemos bem o carácter universal da morna e estaremos ao vosso lado a festejar essa declaração por parte da Unesco”. António Costa observou que “Cabo Verde é um país que se projecta no mundo, mas é em Lisboa - não apenas na cidade, mas na sua área metropolitana - que se situa a maior das suas ilhas no exterior”.

“Lisboa para além da capital de Portugal é também a capital deste arquipélago migratório cabo-verdiano", tendo evocado a gastronomia e a música, factor identitário do país lusófono mais próximo de Portugal, e que faz hoje parte do quotidiano na cidade.

Nomes inesquecíveis como Cesária Évora, Travadinha ou Ildo Lobo, Bana, Tito Paris, Celina Pereira, Mayra Andrade, Sara Tavares ou Ritinha Lobo, entre muitos outros, são hoje, disse o autarca, um riquíssimo património musical que nos orgulhamos de partilhar com Cabo Verde.

António Costa trauteou o conhecidíssimo poema de B. Lèza “Bêjo de Sôdade”: “Ondas Sagradas do Tejo / deixa-me beijar as tuas águas... deixa-me dar-te um beijo / para levar ao mar e o mar à minha terra"... e concluiu: falar de carinho, da gentileza e de respeito é falar de «morabeza».

OL

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