terça-feira, 5 de junho de 2012

Sondagem: PORTUGUESES PESSIMISTAS VENHA QUEM VIER


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Estamos mal e vamos continuar mal, com este Governo ou com outro. Esta é a conclusão de uma sondagem feita para o JN, que dá conta de um trambolhão do PSD (menos 7% do que no barómetro de Setembro de 2011) nas intenções de voto.

O curioso é que a queda dos sociais-democratas não alavanca o PS - também associado à troika -, antes compensa os partidos à Esquerda dos socialistas: CDU e BE. A explicação prende-se seguramente com o protagonismo de Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã no combate ao desemprego e às políticas de austeridade.

Já o CDS-PP, que integra a coligação governativa saída das legislativas de há um ano, mantém o mesmo resultado de Setembro e aparece como o partido menos votado de entre os que têm assento na Assembleia da República. Um dado preocupante para Paulo Portas se a tradição não provasse que os centristas valem mais nas urnas do que nas sondagens.

Esta lógica de penalização do PSD corresponde à avaliação que os portugueses fazem do Governo.

Uma maioria significativa (67%) atribui-lhe nota negativa e, o que é mais alarmante para Pedro Passos Coelho, desce significativamente a percentagem dos que acreditam que a atuação do Executivo possa ser mais positiva num futuro próximo. O grosso dos inquiridos considera mesmo que daqui a um ano o cenário, embora melhore um pouco, continuará a ser mau. Sobretudo no que toca ao emprego.

Um sinal de que os portugueses desejam uma mudança de Governo? A verdade é que não. Mais de metade dos portugueses (58%) defende que nenhum partido da Oposição faria melhor do que o atual Governo.

FICHA TÉCNICA - Esta sondagem foi realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa (CESOP) para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias nos dias 26, 27 e 28 de Maio de 2012. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram seleccionadas aleatoriamente dezanove freguesias do país, tendo em conta a distribuição da população recenseada eleitoralmente por regiões NUT II (2001) e por freguesias com mais e menos de 3200 recenseados. A selecção aleatória das freguesias foi sistematicamente repetida até os resultados eleitorais das eleições legislativas de 2009 e 2011 nesse conjunto de freguesias, ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma, estivessem a menos de 1% do resultados nacionais dos cinco maiores partidos. Os domicílios em cada freguesia foram seleccionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o mais recente aniversariante recenseado eleitoralmente na freguesia. Foram obtidos 1366 inquéritos válidos, sendo que 58% dos inquiridos eram do sexo feminino, 33% da região Norte, 21% do Centro, 33% de Lisboa e Vale do Tejo, 6% do Alentejo e 6% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no Continente por sexo, escalões etários, região e habitat na base dos dados do recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 49,1%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1366 inquiridos é de 2,7%, com um nível de confiança de 95%.

Opinião Página Global

É comum verificar neste tipo de sondagens a tendência dos eleitores portugueses para o nacional carneirismo. Protestando, lamentando-se em sussurro, passando fome e todo o tipo de dificuldades, lá vão balindo cabisbaixos preferindo dizer que de política nada sabem, que "a política é para os políticos", preferindo entregar o ouro aos bandidos em vez de se erguerem e deixarem de caminhar a quatro patas a caminho de Fátima e de outras crenças que nada resolvem sobre os seus problemas, que são os problemas do país. O resultado da sondagem - esta e outras - é o espelho quase fiel de tal panorama.

No entanto, a verdade é que os políticos portugueses - é os que aqui rasamos na abordagem - têm muitas culpas (quase todas) no cartório. Mais ainda nos tempos que correm. Uma geração saída dos esgotos das Juventudes Partidárias, um exército de parasitas, calaceiros e previligiados, está de posse dos poderes, uns sendo eleitos e outros repescados pelos que são estúpidamente eleitos por eleitores que até parecem não terem sido paridos mas sim cagados. Com o consequente juízo de merda relativamente aos interesses do coletivo composto por mais de 10 milhões. Tal é o seu comportamento no "deixa andar", "quero é safar-me", "eles é que mandam", "eles é que sabem" - sendo que o "eles" são os parasitas que vão elegendo e seguem a velha frase batida que já cansa: os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Verdade que a frase é mesmo correta e corresponde à realidade da obra que está a ser levada a cabo por este governo de Cavaco-Passos-Porta, como outros antes ao serviço das máfias empresariais e político-partidárias.

A tudo isto acresce que (fazendo de conta que o PS é um partido de esquerda, social e politicamente mais justo) temos uma esquerda imbecil que não atina por um segundo que seja em se aliar e combater uma direita ressabiada e injusta. O PS é o que se sabe - não passa de um enxerto PSD com laivos (poucos) do que deu origem à sua fundação como partido político. O Bloco dito de Esquerda lá vai também indo, perdido que está nos interesses das mordomias ínfimas que vai experimentando por ter representação parlamentar. Em tempos dir-se-ia que se aburguesou agora será correto dizer que se "enmerdou". Fala, fala, mas ações... é o deserto que se vê. Por fim temos o PCP e os Verdes. Partido dos Verdes, uma sucursal do PCP com nível de palavra, mas só para o debate e pouco mais. O PCP, pese o estigma que o laureou, marmorizou-se nas suas razões e ideologia por vezes obsoleta e dali não mexe. Por mais que faça de conta que se mexe. Com o passar dos anos da sua valorosa existência na oposição ao salazarismo dá a perceber que por mais razão que tenha, por mais justas que sejam as suas convicções e propostas, não fez o curso necessário para se mostrar capaz de ser alternativa. Verdade que temos um povo estúpido nesse aspeto, e ainda hoje com medo que os comunistas comam criancinhas ao pequeno almoço. Não sendo menos verdade que o PCP diz bem, diz muitas verdades... Mas dali não passa e não cativa o eleitorado. Recomende-se-lhe que leia o Principezinho e aprenda a CATIVAR. Que inove... Ficamos à espera, sentados, deitados, e até dentro do esquife que os bichinhos hão-de comer e comer-nos.

E pronto. Lá temos as sondagens que indicam que existe em Portugal uma boa maioria de votantes de esquerda (sendo admitido com boa vontade que o PS é de esquerda). Esquerda de partidos que não se entendem, não se aliam. Uma maioria de eleitores ultrajados e roubados, dominados por uma direita saudosista, vingativa, revanchista, que tem vindo a condenar os portugueses a sobreviverem quase só a pão e água.

Perante os resultados desta sondagem, de outras semelhantes, e os resultados eleitorais, ouvimos sempre as marionetas dos escandalosamente ricos - Cavacos e similares - elogiarem a "sabedoria dos eleitores portugueses" para falsamente lhes encherem o ego e cativarem o rebanho de estúpidos (como eles classificam para si) e ingénuos que lhes oferecem de mãos-beijadas todos os poderes, baixando as calças e pondo-se a jeito. É assim que estamos a regressar ao "antigamente", mas a isso nem dão importância. Dizem: a política é para os políticos... Pois. Então não se lamentem. (Redação PG - AV)

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