quinta-feira, 12 de julho de 2012

Lusófona substitui na reitoria do Porto professor que validou equivalências de Relvas



Jornal de Notícias

O reitor da Universidade Lusófona do Porto, Fernando Santos Neves, responsável pela atribuição das equivalências na licenciatura do ministro Miguel Relvas, foi substituído no cargo por Isabel Lança.

O professor Santos Neves foi substituído no início da semana pela professora Isabel Lança que já colaborava connosco", revelou à Lusa Manuel Damásio, representante da administração da Cofac, entidade que criou a Lusófona, e filho do atual administrador da Universidade.

Manuel Damásio acrescentou que o mandato de Fernando Santos Neves "só terminaria daqui a uns tempos", insistindo que a substituição no cargo de reitor nada tem a ver com o processo de licenciatura de Miguel Relvas em Ciência Política e Relações Internacionais.

O responsável disse ainda que Santos Neves, co-fundador e primeiro Reitor da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, continuará a colaborar com a instituição.

Fernando Santos Neves foi o professor que assinou, em 2006, o despacho que atribuiu as equivalências que permitiram ao ministro frequentar apenas quatro das 36 disciplinas para concluir a licenciatura.

Na altura, Santos Neves era o presidente do Conselho Científico do Departamento de Ciências Socias e Humanas.

O caso da licenciatura do ministro Miguel Relvas começou a dar polémica há cerca de duas semanas por causa do número de equivalências que obteve na Universidade Lusófona.

De acordo com o processo do aluno que a Lusófona disponibilizou para consulta na passada segunda-feira e que a Lusa consultou, foram atribuídos 160 créditos ao aluno Miguel Relvas no ano letivo 2006/2007.

Com as equivalências atribuídas pela Universidade, Relvas apenas teve de fazer quatro disciplinas semestrais - Quadros Institucionais da Vida Económica Politica e Administrativa (3.º ano , 2.º semestre), Introdução ao Pensamento Contemporâneo (1.º ano, 2,º semestre), Teoria do Estado da Democracia e da Revolução (2.º ano, 1.º semestre) e Geoestratégia, Geopolítica e relações Internacionais (3.º ano, 2.º semestre).

No mesmo dia, o administrador da Universidade Lusófona, Manuel Damásio, reconheceu que "nenhum processo" teve tantos créditos concedidos por via da experiência profissional como o do ministro Miguel Relvas, considerando que se trata de "um currículo muito rico".

Manuel Damásio disse ainda que, desde 2006, altura em que entrou em vigor a reforma de Bolonha, a Universidade Lusófona avaliou 89 processos de alunos que pediram equivalências de créditos invocando a sua experiência profissional e pessoal.

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