Andrea Cunha Freitas, Idálio Revez, Bárbara Wong, Graça Barbosa Ribeiro, Victor Ferreira, Romana Borja-Santos, João d´Espiney – Público, com foto
A primeira manhã dos dois dias de greve convocados pelos sindicatos de médicos está a ser marcada pela ausência de doentes. O cenário, de Norte a Sul, foge ao que se verifica num dia normal de semana, indiciando que a população escutou o apelo dos médicos e evita ir para as unidades de saúde.
13h21 O Centro de Saúde de Angra do Heroísmo, nos Açores, regista uma adesão à greve de 11 dos seus 20 médicos, disse à Lusa o presidente da Unidade de Saúde de Ilha da Terceira, Luís Dutra. Este responsável salientou, no entanto, não poder garantir que os restantes nove médicos estejam ao serviço, tendo em conta que alguns se podem encontrar de férias ou a prestar serviços no hospital e em consultórios privados. Na sala de espera, as opiniões dos utentes dividem-se sobre os motivos que levaram os médicos a fazer greve, defendendo alguns utentes que os profissionais de saúde devem lutar pelos seus direitos, enquanto outros entendem que esta forma de luta não terá resultados.
13h11 A jornalista Andrea Cunha Freitas esteve no Hospital Geral de Santo António, no Porto, onde às 9h30 apenas se tinham realizado cerca de uma dúzia de consultas quando a média “em dias normais” ronda as duas centenas. Pelas 11h30, a sala de espera para as consultas está vazia mas ainda há doentes a chegar com papeis na mão junto ao balcão. Há um a folha afixada no local onde se retiram as senhas por ordem de chegada onde se lê: “Greve dos Médicos. As consultas só serão efectivadas quando se confirmar a presença do seu médico”. A reposta que o pessoal administrativo mais deu os doentes tem sido: “O médico não está. Vai agora receber uma cartinha em casa com a data da nova consulta”. Ao balcão confirmam que há “uma minoria de médicos” a trabalhar mas que também muitos doentes optaram por faltar à consulta. Guilhermina Borges não quis faltar. Recebeu anteontem a mensagem do hospital para comparecer à consulta de cardiologia. Porém, a utente ouve a resposta do costume: "o seu médico não está. Pode ir embora. Vai receber uma cartinha a marcar outra”. Guilhermina confirma: “de certeza?”. “Absoluta”. Encolhe os ombros, ainda faz questão de perguntar o porquê da mensagem que recebeu mas a resposta não a anima: “Isso foi o sistema informático, minha senhora”. Com a consulta desmarcada, Guilhermina não quer saber da greve: “Eles lá sabem porque andam a fazer isto vou zangar-me para quê?”
13h00 No centro de saúde de Aldoar, no Porto, não compareceu nenhum dos cinco médicos, adianta a jornalista Andrea Cunha Freitas. Todas as consultas marcadas foram adiadas. A sala de espera esteve praticamente vazia durante toda a manhã. À entrada, o segurança avisa: “não é um dia normal, não. Nota-se bem a greve”. Os médicos não foram trabalhar mas os doentes também não compareceram. Ainda assim, há excepções. Patrícia Andrade marcou uma consulta para o filho em Março e hoje fez questão de confirmar se iria ter resposta. “Vim para tentar marcar nova consulta, já esperava por esta há vários meses”, desabafa. Ao balcão perguntam se é urgente. Patrícia responde que o filho não tem nada de urgente. Conformada, acabou por sair do centro de saúde com João Miguel, de dez anos, pela mão e com nova consulta agendada para o final deste mês. E remata: “percebo os motivos da greve mas compreenda-me também. Hoje não estou muito solidária”.
12h52 No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o director de comunicação José Pinto da Costa remete para o ministério a informação sobre os números da greve porque se trata de uma paralisação sectorial, justifica. O jornalista João D’Espiney confirmou junto de alguns funcionários que estão menos utentes do que é habitual. À porta Ana Maria, 46 anos, que teve alta do hospital está contra a greve porque os principais prejudicados são os doentes e dá o exemplo de um amigo que veio de Sines e não foi consultado porque o hospital não o informou que o médico estaria de greve. “Acho que está mal, os doentes não têm culpa nenhuma”, conclui.
13h11 A jornalista Andrea Cunha Freitas esteve no Hospital Geral de Santo António, no Porto, onde às 9h30 apenas se tinham realizado cerca de uma dúzia de consultas quando a média “em dias normais” ronda as duas centenas. Pelas 11h30, a sala de espera para as consultas está vazia mas ainda há doentes a chegar com papeis na mão junto ao balcão. Há um a folha afixada no local onde se retiram as senhas por ordem de chegada onde se lê: “Greve dos Médicos. As consultas só serão efectivadas quando se confirmar a presença do seu médico”. A reposta que o pessoal administrativo mais deu os doentes tem sido: “O médico não está. Vai agora receber uma cartinha em casa com a data da nova consulta”. Ao balcão confirmam que há “uma minoria de médicos” a trabalhar mas que também muitos doentes optaram por faltar à consulta. Guilhermina Borges não quis faltar. Recebeu anteontem a mensagem do hospital para comparecer à consulta de cardiologia. Porém, a utente ouve a resposta do costume: "o seu médico não está. Pode ir embora. Vai receber uma cartinha a marcar outra”. Guilhermina confirma: “de certeza?”. “Absoluta”. Encolhe os ombros, ainda faz questão de perguntar o porquê da mensagem que recebeu mas a resposta não a anima: “Isso foi o sistema informático, minha senhora”. Com a consulta desmarcada, Guilhermina não quer saber da greve: “Eles lá sabem porque andam a fazer isto vou zangar-me para quê?”
13h00 No centro de saúde de Aldoar, no Porto, não compareceu nenhum dos cinco médicos, adianta a jornalista Andrea Cunha Freitas. Todas as consultas marcadas foram adiadas. A sala de espera esteve praticamente vazia durante toda a manhã. À entrada, o segurança avisa: “não é um dia normal, não. Nota-se bem a greve”. Os médicos não foram trabalhar mas os doentes também não compareceram. Ainda assim, há excepções. Patrícia Andrade marcou uma consulta para o filho em Março e hoje fez questão de confirmar se iria ter resposta. “Vim para tentar marcar nova consulta, já esperava por esta há vários meses”, desabafa. Ao balcão perguntam se é urgente. Patrícia responde que o filho não tem nada de urgente. Conformada, acabou por sair do centro de saúde com João Miguel, de dez anos, pela mão e com nova consulta agendada para o final deste mês. E remata: “percebo os motivos da greve mas compreenda-me também. Hoje não estou muito solidária”.
12h52 No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o director de comunicação José Pinto da Costa remete para o ministério a informação sobre os números da greve porque se trata de uma paralisação sectorial, justifica. O jornalista João D’Espiney confirmou junto de alguns funcionários que estão menos utentes do que é habitual. À porta Ana Maria, 46 anos, que teve alta do hospital está contra a greve porque os principais prejudicados são os doentes e dá o exemplo de um amigo que veio de Sines e não foi consultado porque o hospital não o informou que o médico estaria de greve. “Acho que está mal, os doentes não têm culpa nenhuma”, conclui.
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