HB - Lusa
Luanda, 02 set (Lusa) - O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) ganhou as eleições gerais angolanas com maioria qualificada e José Eduardo dos Santos foi eleito indiretamente Presidente da República, revelam os resultados provisórios hoje divulgados pelo órgão eleitoral.
Segundo a última atualização da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), relativos a dados das 12:33 (mesma hora em Lisboa), o MPLA tinha 72,85 por cento dos votos, quando estavam escrutinados 84,7 por centos dos boletins e 85,3 por cento das mesas de votação.
Em segundo lugar, nos totais nacionais dos resultados provisórios, surgia a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), com 18,22 por centos dos votos, e em terceiro a Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE), com 5,6 por cento.
De um total de cerca de 9,7 milhões de eleitores inscritos, estavam escrutinados 8,2 milhões de votos, não tendo sido divulgados dados relativos à abstenção.
À luz destes resultados provisórios, o MPLA renova por cinco anos o mandato no poder, que exerce desde a independência de Angola, em 1975.
De acordo com a Constituição aprovada há dois anos, José Eduardo dos Santos foi automaticamente eleito Presidente da República, na qualidade de número um da lista do seu partido, obtendo pela primeira vez em mais de três de décadas a legitimidade num processo eleitoral completo para exercer o cargo.
Manuel Vicente, ex-administrador da petrolífera estatal Sonangol, número dois da lista do MPLA, foi eleito automaticamente vice-Presidente da República.
À semelhança das legislativas realizadas em 2008, o partido no poder ganhou a votação, de acordo com os resultados provisórios, com larga margem em todas as 18 províncias do país.
A UNITA obteve o segundo lugar em 15 províncias, perdendo esta posição apenas no Cuanza Norte e Namibe para a CASA-CE e na Lunda Sul para o Partido da Renovação Social (PRS).
Em Luanda, maior praça eleitoral do país com 2,8 de um total de 9,7 milhões de eleitores, o MPLA ganhou em todos os municípios menos no Cacuaco, onde a UNITA seguia à frente.
Os dados provisórios da CNE revelam ainda, nos totais nacionais, a descida do PRS, com 1,74 por cento dos votos, em relação a 2008, perdendo a condição de terceira maior força angolana.
A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) também desceu substancialmente a sua votação, quedando-se pelos 1,04 por cento no total nacional e, no Zaire, província onde era a segunda força, elegeu um deputado em 2008 e agora é apenas a quarta.
O partido histórico conseguirá sobreviver à ameaça de extinção imposta pela lei eleitoral, que impõe um limite mínimo de 0,5 por cento dos votos para se manter no mapa político angolano, mas os restantes quatro partidos e coligações concorrentes às eleições gerais ficaram abaixo desta marca, incluindo a Nova Democracia, que tinha dois deputados no parlamento.
As eleições gerais em Angola elegem 220 deputados, 130 pelo círculo nacional e os restantes noventa são distribuídos pelos 18 círculos provinciais (cinco cada).
Pela primeira vez, o Presidente da República e o vice-Presidente da República são eleitos indiretamente a partir do número um e número dois da lista mais votada.
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