JSD/CLI - Lusa
Cidade da Praia, 30
set (Lusa) - O presidente do PAICV escusou-se hoje a falar sobre se irá
recandidatar-se à liderança do partido que comanda desde 2001, nas eleições
diretas que se realizarão até ao final deste ano.
José Maria Neves
falava aos jornalistas antes da sessão de encerramento dos três dias de
trabalhos da Conferência Nacional que o Partido Africano da Independência de
Cabo Verde (PAICV, no poder também desde 2001) organizou na Cidade da Praia.
O líder do PAICV,
igualmente primeiro-ministro há 11 anos, sublinhou que, enquanto presidente do
partido, vai ser "árbitro" na contenda, defendendo o surgimento de
candidatos para que haja debate de ideias e uma remodelação na cúpula
partidária.
"No momento
certo haverá a disputa da liderança. Esperemos que haja várias candidaturas.
Eu, enquanto presidente do PAICV, vou ser árbitro desse processo e não vou
tomar partido nesse debate ou nessa disputa, que terá regras claras",
sublinhou.
"[Uma eventual
recandidatura] vai depender das discussões que vamos fazer para que eu deixe a
liderança do partido. Vai ser um processo normal. Mas vou fazer tudo para se
governar com estabilidade até 2016, para que se cumpra o Programa do
Governo", acrescentou.
Sobre os resultados
da conferência, José Maria Neves dividiu-os em dois segmentos, o partidário e o
governamental, salientando que "todas as recomendações" serão tidas
em conta, quer dentro do PAICV, quer dentro do executivo.
Ainda no plano
partidário, o presidente do PAICV salientou que, aos debates da Cidade da
Praia, seguir-se-ão outros, em cada uma das nove ilhas, para que o partido
possa sair reforçado, já com uma nova liderança, no Congresso do primeiro
trimestre de 2013.
"Vamos ser
consequentes, todas as recomendações serão adotadas como princípios. Vamos
continuar o debate nas ilhas, para construir novas soluções para acelerar o
ritmo de transformação de Cabo Verde, para mais crescimento, mais emprego, mais
riqueza e mais rendimentos para as pessoas", sustentou.
"Há
recomendações que levam ao reforço das estruturas do partido, a um maior
diálogo entre as estruturas do partido, o Governo, o Grupo Parlamentar e as
autarquias locais, intensificar as relações entre o partidos e a sociedade e
transformar o PAICV numa escola de cidadania", acrescentou.
Na esfera
governamental, José Maria Neves pediu que se acelerem as reformas em curso -
"há alguma lentidão em relação a algumas delas" -, que levem o país a
dar "um salto qualitativo" no desenvolvimento.
"Haverá rigor
e transparência no exercício das funções públicas e combateremos o 'amiguismo'
e o nepotismo, o 'job for the boys' ou o 'job for the girls'. Onde houver
deficiências ou desvios, estarei lá para tomar decisões necessárias",
frisou.
José Maria Neves,
lembrando os efeitos nefastos que a crise económica internacional tem estado a
provocar no arquipélago, defendeu que Cabo Verde tem conseguido
"aguentar" uma taxa de desemprego (12,2 por cento em fins de 2011),
quando comparado com outros países.
Nesse sentido,
sublinhou que o seu executivo está a envidar todos os esforços para criar mais
postos de trabalho, ao mesmo tempo que pretende aumentar a competitividade e
combater a pobreza e a crescente insegurança no país.
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