Teerã, 31 ago (Prensa Latina) O chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, agradeceu hoje ao movimento de Países Não Alinhados (NOAL) pela confiança depositada na República Bolivariana para organizar a XVII Cúpula de presidentes, em 2015.
Em sua intervenção na XVI Cúpula que conclui nesta sexta-feira em Teerã, o ministro de Relações Exteriores afirmou que a reunião de Caracas ocorrerá em um momento histórico especial e com uma renovada vontade de emancipação das nações em desenvolvimento.
Vamos rompendo as amarras que nos ataram a muitos anos de sistemas coloniais, enfatizou Maduro depois do outorgamento oficial da sede a seu país e, além disso, de fazer parte da “troika” dos Não Alinhados junto com o Irã e o Egito.
Destacou que os NOAL têm agora a possibilidade de converterem-se em um movimento protagonístico da nova etapa da humanidade, que é o sistema “multipolar”.
O chanceler disse que uma aspiração importante é que, daqui até 2015, os membros do fórum “provoquemos mudanças fundamentais para que os NOAL se reposicionem com suas bandeiras históricas, com muita força no sistema da ONU e em outros espaços”.
Dessa forma, acrescentou, será possível solucionar conflitos que surgem como produto da interferência do imperialismo norte-americano e de outras potências interessadas em apoderarem-se das riquezas dos países mais pobres.
Maduro destacou a capacidade dos NOAL de sobreporem-se a diferentes etapas da humanidade desde que esse fórum foi criado em Belgrado, em 1961, primeiro com o mundo bipolar submerso na chamada Guerra Fria.
Ocorreram então, disse, processos de descolonização da África, surgiu a Revolução Cubana com a liderança do comandante Fidel Castro e aconteceram movimentos emancipadores na Ásia e África que em seu momento marcaram a agenda do sistema das Nações Unidas.
Depois da queda da União Soviética e do campo socialista, prosseguiu, entramos no mundo unipolar com os Estados Unidos como potência hegemônica dominante pretendendo impor suas regras, mas há anos surgiram os primeiros elementos do multipolarismo.
Indicou que nesse “mundo pluripolar, multicêntrico”, se fala de paz, de boa governança global, “e se queremos isso, temos que desenhar esse mundo e trabalhar em sua construção”.
Com relação à América Latina, assegurou que existe vontade de mudança, existe debate e consciência de criar condições para que sejam atingidos os objetivos do movimento, além de experiências recentes que ajudam a enriquecer o trabalho do fórum terceiro-mundista.
Mencionou a construção de instâncias que marcaram o que chamou de “uma nova época”, em alusão à Alternativa Bolivariana para Nossos Povos da América (ALBA), Petrocaribe, à recém criada Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e à Unasul (União de Nações Sul-americanas), que juntas promovem os princípios de segurança, cooperação, projetos de unificação energética e outros em linha com o sentido de unificação que defendem os NOAL.
O representante do presidente venezuelano, Hugo Chávez, também pediu solidariedade à causa palestina, ao povo da Síria que luta contra a ingerência da OTAN e ao direito do Irã de uso da energia nuclear com fins pacíficos.
Além disso, aprovou a recente pressão da Celac na OEA com relação ao caso do Equador, que fez o Reino Unido retratar-se das ameaças a sua embaixada por dar asilo ao criador do WikiLeaks, Julian Assange.
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