TSF - Publicado hoje às 21:18
Vários milhares de
pessoas voltaram às ruas em várias cidades do país para protestar contra as
medidas de austeridade enquanto os conselheiros de Estado estão reunidos no
Palácio de Belém.
É junto ao palácio
presidencial que um maior número de pessoas está concentrada e, sob o olhar
atento dos polícias, milhares gritam palavras de ordem e mostram o
descontentamento com vários cartazes contra as políticas de austeridade.
A vigília foi
convocada nas redes sociais e decorre durante a reunião do Conselho de Estado,
onde cerca de uma hora esteve presente o ministro das Finanças, Vítor Gaspar,
que já abandonou o palácio presidencial, apesar do encontro ainda não ter
terminado.
As palavras de
ordem dos manifestantes são ouvidas dentro do Palácio de Belém, mas
desconhece-se se o barulho chega à sala onde os 19 conselheiros estão reunidos.
A vigília tem
decorrido de uma forma pacífica, excetuando quando foram derrubadas algumas
grades e lançados alguns petardos, altura que em a presença polícia foi
reforçada.
Várias dezenas de
elementos da PSP, incluindo o Corpo de Intervenção (CI), estão no local e
vários manifestantes já gritaram para os polícias se juntarem ao protesto.
Outro dos momentos
de agitação foi quando os conselheiros de Estado chegaram a Belém, que foram
recebidos por apupos dos manifestantes.
Cavaco, escuta, o
povo está em luta" , "o povo unido jamais será vencido",
"FMI fora daqui" ou gatunos, gatunos" são algumas das palavras
de ordem gritadas pelos manifestantes, que também exibem cartazes. Entre as
frases pode ler-se "Contra o roubo do trabalho e do salários",
"Derrotar o Governo antes que destrua o país" e "tenham vergonha
escutem o povo".
Tal como previsto
pelos promotores da concentração de hoje, perto das 18 horas foi cantada, junto
ao palácio presidencial de Belém, a canção "Acordai", de José Gomes
Ferreira e Fernando Lopes-Graça, uma das músicas cantadas pelos presos
políticos antes do 25 de abril.
Na manifestação
destaca-se a presença de um grupo de fuzileiros, alguns deles fardados, que
decidiu juntar-se ao protesto.
Em comunicado, a
Marinha já informou que está a proceder a «averiguações internas» para identificar
eventuais casos de «uso indevido» de uniformes e símbolos militares, apesar de
desconhecer se os militares estão no ativo.
A vereadora da
Câmara Municipal de Lisboa Helena Roseta e os deputados do PCP Miguel Tiago e
do Bloco de Esquerda Catarina Martins também estiveram presentes na vigília.
O deputado
comunista Miguel Tiago defendeu que Cavaco Silva devia demitir o Governo e
acusa-o de «estar comprometido com outros interesses que não os do povo».
Também a deputada
bloquista Catarina Martins considerou que a manifestação em Belém «mostra a
democracia a funcionar» e sublinhou que Cavaco Silva deve ouvir o povo, que
pretende a demissão de um Governo «sem capacidade, legitimidade e autoridade».
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