Todos os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) montada na Câmara Municipal de São Paulo para investigar incêndios em favelas são financiados por empresas ligadas à construção civil e ao setor imobiliário.
Juntos, os seis
membros da comissão receberam na eleição de 2008 mais de 782 mil reais, segundo
as prestações de contas apresentadas. E na atual briga para a reeleição, suas
prestações de contas parciais já contabilizam mais de 338 mil reais em doações.
A CPI surgiu para
investigar o aumento de incêndios em favelas e moradias precárias na cidade e
as suspeitas de serem criminosos, inclusive por acontecerem em regiões de
valorização imobiliária. A Comissão,
instalada em abril deste ano, realizou apenas três sessões e cancelou outras
cinco.
Na última
quarta-feira (27), movimentos sociais e familiares compareceram à Câmara de São
Paulo para acompanhar a reunião que estava agendada. Diante dos
manifestantes, o presidente da CPI Ricardo Teixeira (PV) justificou o
cancelamento, por falta de quórum e compromisso dos demais vereadores.
Entre os membros de
Comissão, Teixeira é o campeão de arrecadação de doações por ter recebido mais de
452 mil reais no pleito de 2008. E ao mesmo tempo que preside a comissão, já
acumula mais de 150 mil reais de contribuição do setor imobiliário para
disputar sua reeleição.
Somente em 2012, segundo o Corpo de Bombeiros, foram mais 68 incêndios em favelas de São Paulo. Estes dados e os da Defesa Civil já foram apresentados aos membros da CPI, assim como se tentou ouvir representantes das subprefeituras sobre a questão. A próxima reunião da CPI ficou marcada para o dia 17 de outubro. (pulsar/cartamaior)
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