Contra a
discriminação…
Liberal (cv)
Desde indignadas
declarações de apoio à jovem estudante, que encheram as páginas das redes
sociais, passando pela solidariedade de várias figuras da nossa sociedade, uma
Petição Pública está a circular na Internet: “As minhas ideias e o meu cabelo
crescem na minha cabeça livremente”, defendem os subscritores
Praia, 2 de Outubro
2012 – O caso de Melissa Inocêncio, de 15 anos, proibida de usar “cabelo afro”
pela directora do Centro Educativo Miraflores – que frequenta desde há 5 anos
-, na cidade da Praia, deu origem a um autêntico movimento cidadão nas páginas
da Internet. Para além das manifestações de indignação pela atitude da
responsável por aquele estabelecimento de ensino ligado à Igreja Católica
Apostólica Romana, bem expressas nas redes sociais, circula mesmo uma Petição
Pública sob o título “As minhas ideias e o meu cabelo crescem na minha cabeça
livremente”…
Recordamos que este
caso foi mediatizado pela jornalista Margarida Fontes que, numa peça emitida
pelo Jornal da Noite da TCV, no último sábado, 29, deu a conhecer ao país a
decisão da irmã Maria Teresa Pereira. Uma notícia ampliada pelo Liberal e que
conheceu hoje um novo desenvolvimento, com o levantamento do impedimento da
entrada de Melissa nas instalações do Centro Educativo Miraflores.
“ATENTADO À
LIBERDADE INDIVIDUAL”
Na referida
petição, os subscritores pretendem “repudiar e demonstrar o descontentamento
popular em relação ao sucedido” e consideram que “as regras patentes neste
regulamento” afiguram-se “como sendo de legalidade duvidosa” e “conflituam com
a liberdade individual de cada um, impondo condutas e padrões que remetem mais
[para] uma suposta moralidade e bons costumes do que para o bom desempenho
escolar”.
Os signatários da
petição “As minhas ideias e o meu cabelo crescem na minha cabeça livremente”,
consideram, de igual modo, que este caso se trata de um “processo de
higienização e padronização dos hábitos e costumes [que] não contribui para o
sucesso escolar, conferindo um atentado à liberdade individual, ao direito à
diferença, e é totalmente descontextualizado da nossa realidade nacional, dos
nossos factores históricos, sociais e culturais, estabelecido principalmente
por um estabelecimento destinado ao ensino e formação dos jovens”, pelo que as
suas assinaturas servem para “demonstrar que não coadjuvamos com esta
imposição, repudiamo-la e rejeitamo-la enquanto cidadãos activos de uma
consciência de liberdade nacional”.
UMA DECISÃO
ARBITRÁRIA?
Entretanto, ao que
Liberal apurou, esta decisão da directora do colégio terá provocado mesmo a
intervenção dos superiores da irmã Maria Teresa, que a terão aconselhado a
ceder na sua posição, controlando os “danos colaterais” que a exposição
mediática do caso suscitou. Uma decisão que, segundo uma fonte deste jornal,
“nem está de forma inequívoca legitimada pelo regulamento” do estabelecimento
de ensino, ao contrário do que, em off, a responsável da instituição sugeriu a
jornalistas.
Relacionado, em
Liberal
Escola de
religiosas proíbe “penteado afro”: http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=37101&idSeccao=552&Action=noticia;
Melissa já pode ir à escola com “cabelo afro”: http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=37112&idSeccao=552&Action=noticia
Sem comentários:
Enviar um comentário